segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O problema dos economistas

O The Economist resolveu escrever o artigo «Untouched by the hand of God», baseado numa selecção de dados de 2006 que referem ter retirado do New Scientist (clicar nas imagens para aumentar). Na realidade, os autores só acertaram na data, o artigo de que retiraram os dados foi publicado na Science e não tinha qualquer ornamentação espúria com chimpanzés, que só alimenta um equívoco muito disseminado, que os «humanos são descendentes dos macacos», explorado ad nauseam pelos criacionistas de todos os flavours embora seja totalmente errado, como todos os argumentos criacionistas.

Péssimo gosto no design gráfico e fontes erradas àparte, este artigo dá conta ao público em geral, que normalmente não lê a Science, de algo totalmente inesperado no ano em que se celebram 150 anos da publicação do livro «A origem das espécies». De facto, a evolução, em que assenta toda a ciência que permitiu avanços espectaculares que beneficiam a vida de muitos, é repudiada por um número assombroso de pessoas, em particular nos Estados Unidos e na Turquia, mas também na Bulgária, Lituânia, Letónia e Chipre. Portugal, para variar, está na metade inferior da tabela, bem abaixo da vizinha Espanha, o que não é muito abonatório do nosso sistema de ensino.

17 comentários:

Cisto disse...

Essa estatistica foi utilizada no filme Religulous.
http://devise.superfundo.org/p/devise/Religulous.DVDRip.XviD.AC3-DEViSE.torrent.html

Rui Barqueiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui Barqueiro disse...

Recomendo o Religulous. Mostra bem a falta de pensamento crítico que existe por aí. Tem conversas hilariantes.

Átomo e meio

Anónimo disse...

"a evolução, em que assenta toda a ciência que permitiu avanços espectaculares que beneficiam a vida de muitos"

Caramba. Toda a Ciência que permitiu avanços espectaculares que beneficiam a vida de muitos assenta na teoria da evolução?? Para além de não se perceber de que avanços se fala nem de modo a "vida de muitos" foi benefíciada, fico com a ideia que ou os cánones religiosos ou os cánones da tal "evolução". O que, se não fosse só por si um engano, seria uma perfeita estupidez.

Anónimo disse...

A ideia de que os seres humanos descendem dos macacos não é assim tão errada como a Palmira diz. Isto, porque o hipotético ancestral comun dos chimpanzés e dos seres humanos, a ter existido, seria certamente mais parecido com um macaco, do que com um ser humano.

Sucede, porém, que esse ancestral comum nunca existiu. Trata-se de pura especulação naturalista e evolucionista.

De resto, já Haldane chamava a atenção para o facto de que os hipotéticos 5 ou 6 milhões de anos que alegadamente nos separam dos chimpanzés não são tempo suficiente para a ocorrência de todas as mutações que alegadamente nos separam os chimpanzes.

E à medida que se descobre as quantidades inabarcáveis de informação epigenética que existe no DNA, vai aumentando a quantidade de informação que separa os seres humanos dos macacos.

As homologias que nos separam dos outros animais não são evidência de um antepassado comum, mas sim de um Criador comum.

Anónimo disse...

A Palmira Silva, no que só pode ser uma piada, diz:

"...embora seja totalmente errado, como todos os argumentos criacionistas."

Esta afirmação de que todos os argumentos criacionistas são errados só exprime má fé e preguiça intelectual da sua parte.

Vejamos como um argumento fundamental dos criacionistas pode ser formulado sem ter nada de errado.

1) em todos os sistemas conhecidos, a informação codificada tem sempre uma origem inteligente, não se conhecendo qualquer excepção (afirmação empiricamente sustentada).

2) o DNA tem informação codificada em quantidade, qualidade, densidade e complexidade que transcende toda a capacidade humana, que depois de copiada, transcrita, traduzida e executada permite a produção e reprodução dos seres mais complexos e integrados que se conhece (afirmação empiricamente sustentada)

3) a informação codificada no DNA só pode ter origem inteligente, assim se compreendendo a ausência de uma explicação naturalista e evolucionista para a origem da vida (única conclusão empiricamente sustentável e não refutada).

Como se vê, trata-se de um argumento criacionista, inteiramente baseado nas observações, que simplesmente não está errado em nenhum dos seus elementos.

perspectiva disse...

A Palmira diz:

"De facto, a evolução, em que assenta toda a ciência que permitiu avanços espectaculares que beneficiam a vida de muitos"

Um conhecido evolucionista, Jerry Coyne, encarrega-se de refutar a Palmira, observando:

"If truth be told, evolution hasn’t yielded many practical or commercial benefits."

Anónimo disse...

@ Anónimo

Indivíduos da sua natureza advogam, que tudo o que é material ou imaterial existente neste Planeta (Universo / Multiverso) é da autoria de um ser transcendental, omnipotente, omnipresente, omni*. Têm forma de o provar? Um categórico não. Isto sem contar com o mais belo pseudo-argumento falacioso de que a transmutação de qualquer organismo havia já sido previsto e desenhado por esse mesmo ser. Enfim. Crenças.

António disse...

Palmira:

“Portugal, para variar, está na metade inferior da tabela, bem abaixo da vizinha Espanha, o que não é muito abonatório do nosso sistema de ensino.”

Não encontro Portugal, nem no fim nem no princípio nem no meio, será de mim ou do gráfico? Ou será que a Palmira de tanto gostar de bater no ensino em Portugal resolveu pôr Portugal no tal sítio não abonatório do nosso sistema de ensino?

Palmira F. da Silva disse...

António:

Portugal está no gráfico da Science (não figuramos no do Ecomist), entre a Estónia e Malta.

António disse...

Palmira:

Peço desculpa não vi o quadro da direita.

Todavia não concordo com a sua leitura. O ensino em Portugal melhorou muito basta fazer um pequeno esforço de imaginação e tentar ver qual seria em Março de 1974 um hipotético resultado de um inquérito do tipo do que está na base do gráfico.

Por outro lado e seguindo os critérios que tanto defende por que razão há-de tirar conclusões de um texto do “The Economist” para os economistas em geral? Isto em lógica chama-se a falácia da generalização, não é?.

Anónimo disse...

«De facto, a evolução, em que assenta toda a ciência que permitiu avanços espectaculares que beneficiam a vida de muitos»

Fico a saber que a invenção/descoberta do transístor, da ressonância magnética, das TAC entre outras dependem da evolução sem a qual não existiriam.

A própria Relatividade Geral (e logo o GPS) não existiria sem o paradigma evolucionista.

Sempre a aprender.

Obrigado pela douta sapiência.

perspectiva disse...

A Palmira Silva, que tanto gosta do Science Daily, deveria ler a notícia de 10 de Fevereiro de 2009, que diz que os cientistas encontraram, nas Bermudas, evidência de que o nível do mar subiu, no passado, a mais 21 metros do que se encontra actualmente.

Isso é surpreendente para os evolucionistas, mas não é nada surpreendente para os criacionistas bíblicos, que acreditam num dilúvio global. Aí está mais evidência.

Pedro disse...

Porque é o que o perspectiva nunca põe as fontes que cita?

Fernando Gouveia disse...

Desculpe lá, Palmira, mas desta vez não concordo totalmente consigo: Portugal não está «bem abaixo da vizinha Espanha». A diferença percentual entre os que em Portugal aceitam a evolução e os que o fazem em Espanha não me parece assim tão grande (se bem que seja difícil ver os valores e, obviamente, eu desejasse que estivéssemos melhor). Já agora, o ordenamento dos países é um pouco questionável: a Rep. Checa está "acima" de nós, mas se é verdade que tem (um pouco) mais de gente que aceita a evolução, tem muitos mais do que nós a rejeitá-la.

Fernando Gouveia disse...

OK, admitindo que as barras foram desenhadas à escala, 73% dos espanhóis aceita a evolução, contra 66% dos checos e 64% dos portugueses. Quanto aos que negam a evolução, as coisas estão assim: 16% dos espanhóis, 27% dos checos e 21% dos portugueses. Sem dúvida pior do que os espanhóis, mas repito que não sei se concordo com o critério de considerar os checos "acima" dos portugueses...

O Sousa da Ponte - João Melo de Sousa disse...

Os criacionistas abominam a bisavô macaco, Que não, que tal nunca existiu na familia.
Não será isto um processo de negação?
Da mesma forma que a falsa coral evoluiu no sentido de se tornar tão parecida com a prima venenosa que engana os predadores não terá havido na espécie humana algo de similar ?
Uns evoluiram lentamente para o homo sapiens sapiens e outra espécie tornou-se tão parecida connosco que nós nos confundimos ?
Se além de serem muito parecidos mimarem o nosso comportamento será dificil distingui uns dos outros.
Será este o caso do Alberto João Jardem da Sara Pallin e dos criacionistas?
Serão eles uma espécie em vias de extinção e por tanto dignos de serem protegidos pelo acordo Cites de espécies em risco ? Ou serão uma praga ?
Será que eles sabem disso é por essa razão que não querem que se fale em evolução ?

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