domingo, 28 de dezembro de 2008

Questionando a existência de Maomé

Uma controvérsia acesa desenrola-se em terras teutónicas sobre a existência histórica de Maomé. A polémica reacendeu na Alemanha há cerca de três anos com a publicação do livro «The dark beginnings: new research on the origin and early history of Islam» (Die dunklen Anfange. Neue Forschungen zur Entstehung und frühen Geschichte des Islam). No livro, Karl-Heinz Ohlig, professor de Estudos Religiosos e História do Cristianismo na Universidade de Saarland, considera que as evidências existentes sugerem que o islamismo era nos primórdios uma seita cristã e que Maomé provavelmente nunca existiu. Como refere Ohlig:

According to the evidence of Christian literature under Arab rule from the 7th and 8th centuries, as well as from Arab coinage and inscriptions from this period, such as that on the Dome of the Rock in Jerusalem, the new rulers adhered to a Syrian-Persian form of Christianity that rejected the decisions of the Council of Nicaea*. Instead, it regarded Jesus as the messenger, the prophet, the servant of God, but not the physical son of God, who is a strictly unitary being not "adjoined" to any person. The fathers of the Church, for instance, regarded John of Damascus (d. around 750) as a heretic, because his Greek understanding of Christianity did not correspond to their views. There is no mention of a new, independent religion of the Arabs before the 9th century.

Ohlig explica ainda a origem do nome Maomé com base nas inscrições encontradas em moedas da época:

Muhammad means 'the blessed one' (benedictus), and what the coins show is Jesus.... Muhammad was, following this, originally a Christological title, like the predicate God's servant ('abd-allah'), prophet, messenger, messiah. The predicate muhammad then broke free of its original reference to Jesus, and was historicised in the figure of an Arab prophet with the name Muhammad, while the second title, 'abd-allah', became the name of the Prophet's father. This historicisation of the Christological predicate took place in the first half of the eighth century. Toward the end of the eighth century and the beginning of the ninth, as the Koranic movement established itself as the independent religion of Islam, Muhammad evolved into the founder of this religion, and the events were relocated to the Arabs' homeland.

A polémica atingiu novas proporções com as declarações recentes de um estudioso do Islão de renome internacional, Muhammad Sven Kalisch, 42, que dirige os Estudos Islâmicos na Universidade de Muenster - e que forma os docentes que ensinam esta religião para o número crescente de muçulmanos nas escolas secundárias alemãs.

Kalisch revela que a conclusão de que Maomé muito provavelmente nunca existiu decorre naturalmente de muitos anos de investigação histórica rigorosa. Kalisch, que contrariamente ao que algumas rumores dizem, não se escondeu com medo das reacções que as suas declarações provocaram e de que o The Wall Street Journal nos dá conta -, declarou ainda que considera que as três grandes religiões monoteístas têm origens míticas, ou seja, que Moisés, Abraão, Jesus Cristo e outros patriarcas judeus nunca existiram:

"My position with regard to the historical existence of Muhammad is that I believe neither his existence nor his non-existence can be proven," Kalisch said in a statement. "I, however, lean toward the non-existence."

He told the Star he holds the same position regarding Abraham, Moses and the other Jewish patriarchs, as well as Jesus Christ.

There have been threats, campaigns for his dismissal from his post, and dozens of media interviews, commentaries and editorials. According to Der Spiegel magazine, a group of more than 30 German academics have signed a petition supporting Kalisch's right to scholarly freedom of expression.

Kalisch explica ainda o que sugere serem as origens gnósticas das mitologias subjacentes a estas religiões

The myth of Mohammed ... could be the product of a Gnosis, which wanted to present its theology in a new and original myth with a new protagonist, but actually is the old protagonist (Moses, Jesus). For the Gnostics it always was clear, that the issue was not historical truth, but rather theology. Moses, Jesus and Mohammed were only different characterizations of a mythic hero or son of god, who would depict an old spiritual teaching in mythical form.

Gostei em particular da forma como Kalisch termina a entrevista ao Star:

Asked whether he thought his public airings of his findings will destroy peoples' faith, he said: "It will destroy a literalist faith, a faith no longer reliable because of reason. But, the God I believe in is not a god of literalists. He is the Ultimate One. God doesn't write books. All the various sacred books are the product of human minds and experiences. They can be helpful but they must be interpreted for today."

Kalisch maintains non-Muslim scholars who agree with his hypothesis but keep silent out of "respect" for Muslims are in fact treating them as though they can't handle the truth.

"That's not respect, it's putting Muslims on the same level as small children who can't think and decide for themselves and whose illusions of Santa Claus or the Easter Bunny one doesn't want to destroy."

8 comentários:

Henrique Dória disse...

Peço perdão ao Eduardo Lourenço pelo que disse.A questão é que não tem ninguém à altura do outro lado.

Xico disse...

Os estudos deste senhor podem ser muito bons. Mas lembra-me o gato escondido com o rabo de fora.
Quando afirma que antes do século IX não se ouvia falar de Islão como uma religião autónoma da cristã é o mesmo que dizer que o Alcorão não existia por essa altura.
Tendo em conta a história da península e da sua invasão no início do século VIII, diz muito das conclusões destes estudos.
Será que o senhor ouviu falar de Bagdad? Córdova? Sevilha? Isto para não falar de Silves e de Beja!
Da sua poesia e filosofia? Da sua ciência?
Resta saber quem paga semelhantes estudos???!!!
Quanto à existência histórica de Abrãao, Moisés ou de Jesus, estas provam-se da mesma maneira que se prova a existência de Ramsés. Pelo seu legado!

Mil disse...

Ó Xico, essa prova da existência histórica dessas figuras parece-me tão vazia de sentido como um comentário do Perspectiva.
A questão é se existem documentos históricos credíveis que façam referência a essas figuras. A bíblia e o corão não podem ser considerados documentos históricos credíveis.

Xico disse...

Mil
Seria longo e fastidioso entrar agora em discussão sobre a existencia histórica de Jesus, Abrãao ou Moisés. É claro que do ponto de vista meramente histórico (ciência histórica) é difícil senão mesmo impossível provar a existência desses personagens.
Quanto a Maomé, não sei. Conheço mal, mas parece-me que este estudo leva pouco em conta o império romano do Oriente, que era na altura bastante organizado e civilizado. Mas para os alemães parece que eram tudo trevas...as férias no Algarve e na Andaluzia sempre podiam ter outro objectivo além das praias!
Jesus não interviu na história política, mas Maomé participou em batalhas e por isso haverá concerteza registos.
Não vejo no entanto onde é que essa prova tira valor à Bíblia ou ao Alcorão. Estes valem pelo seu conteúdo. Qualquer pessoa que os leia, minimamente informada e culta, percebe isso.
Porque se fala tanto em Sócrates (o grego) se nunca escreveu nada? Como é que se discute o seu pensamento? Será que existiu?
Quanto ao Islão ser uma heresia cristã é um assunto velho de muitos séculos e não traz nenhuma novidade. Já Dante o dizia e levou com uma fatwa em cima (sécs XIII/XIV). É um assunto de polémica teológica ou filosófica como queiram, entre cristãos e muçulmanos.
Agora dizer que o Islão como tal só é referido a partir do século IX é que me parece pouco credível, quando no início do século VIII já o império árabe se estendia desde a Pérsia ao cabo da Roca. Império feita com um estado político bem definido e apelos à guerra santa, tendo como base uma religião já muito bem estruturada, social e politicamente.
O que interessa afinal não é a verdade histórica mas sim desvalorizar o pensamento contido nessas duas grandes civilizações (religiões). A cristã e a muçulmana!

kloro disse...

Ola amigos eu sou muçulmano.
Eu li este livro e considerei a coisa mais bizarra de todos os tempos, porque eu sou uma pessoa que não gosta de viver na mentira, mais quando o li quase cai no chão porque é bizarro, leiam com atenção abaixo para vocês rirem junto comigo :

Óbvio que como não se tem provas de que moises e jesus existiram, se patrocinaria a possibilidade de maomé não ter existido.

Então vamos lá:

O livro é patrocinado por sionistas na alemanha, eles tem imunidade naquele país porque qualquer ato contra judeu na alemanha você vai preso, foi também na alemanha que nasceu a historia de que hitler era muçulmano, o objetivo de ambos é provocar o ódio e a descrença para com muçulmanos.

O livro beira o bizarro porque nem uma tese inteligente ele cria, simplesmente ele tenta dizer que maomé não existiu como você pode dizer que einstein não existiu.

Maomé diferente de jesus e outros "mestres" que nada criaram e que teoricamente seus discipulos escreveram , ele criou tudo, desde o alcorão até tratados com terras vizinhas, tem varias documentações a mostra pra qualquer um ver, até documento de casamento dele se tem, mais que isto, porque se pode forjar qualquer coisa sempre :

Como foi o propio maomé em pessoa que fez quase tudo, logo após sua vida o islam se expandiu para o mundo, ai que o livro acusador se torna bizarro ! porque em 711 os muçulmanos conquistaram a espanha e criaram a andaluzia ! conquistaram todo o oriente-medio , isto é um fato mais historico do que a atual guerra do iraque.

O livro diz que no ainda nos seculos 9 e 10 o islam não era religião ? putz isto é bizarro ele poderia dizer "o islam foi forjado no século 7...". Ai que o livro se torna hilario, porque como o islam se expandiu rapidamente no seculo 7 e 8 , ele aparece na historia de varios paises(que hoje nem são islamicos) como espanha, portugual, parte da africa, oriente-medio e etc . O islam como religião ja estava em toda africa e conquistou a espanha, estava na china e até indonesia , é só ir na china e perguntar se os muçulmanos que estiveram la no seculo 7 ou 8 eram o que ? risos eram muçulmanos, e na persia ? e na espanha ?

O livro como não pode retroceder ao seculo 7 e 8 quando os muçulmanos conquistaram tudo, nem se quer toca no assunto ! , seria como eu dizer que o Brasil foi descoberto pelos japoneses, ok ,mais não citasse nada sobre os portugeses que sempre estiveram aqui...

O alcorão não conta a vida de maomé, alcorão são ditos só isto que maomé teria sido inspirado por Deus para revelar só isto, difere do evangelho onde se apresenta como um relato historico da vida de jesus, a vida de maomé não esta em nenhum texto sagrado islamico, o alcorão é a revelação de Deus a maomé em ditos e a sunnah a tradição oral anotada de ideias de maomé e etc.

Eles infelizmente vão ter que voltar a tradicional "maomé forjou a religião" esta é mais palpavel claro, mais infelizmente o crescimento do islam

Quando eu vi o livro eu pensei que iam criar uma tese boa, tipo "o alcorão foi forjado no século 6/7 com base em alguns lideres e de la partiram para a espanha e etc.." ou

obs: Muhammad Sven Kalisch não é muçulmano, todos os muçulmanos sabem disto. Ele é um alemão que foi patrocinado e colocado para se dizer convertido ao islam e como o islam não tem excomungar ninguem, ele não pode ser expulso de nada, se ele quiser dizer que acredita que maomé foi homossexual ele teoricamente pode porque ninguem vai expulsa-lo.

OBS2:maome casou mais de 10 vezes e teve varios filhos, deixou descendencia em varios paises do mundo, se destaca hassan, hussein(que era neto de maome)e deu nome a vairas pessoas e etc...

*O sionismo perdeu mais uma

Anónimo disse...

Excelente post. Também acho um pouco estranho o anacronismo referido pelo xico, mas a generalidade da argumentação do homem parece-me bastante razoável. E já vai sendo altura, realmente, de alguém começar também a escrutinar o Corão e as suas lendas e mitos.

Anónimo disse...

Maomé é uma figura historica mais forte que o lenin, existem diversas provas historicas dentre os bizantinos, persas e arabes sobre sua existência e de seus discipulos.
O alcorão não tem lendas nem mitos, porque o islam não é o cristianismo,o alcorão é um discurso politico que conta historias , ensinamentos e regras politicas, não tem nada haver com o evangelho que é a vida de jesus narrada por seus discipulos.
O livro tem varios erros bizarros, por exemplo: se tem na russia um dos 7 alcorões do kalifa utman, 3º sucessor de maomé e discipulo direto, utman foi o homem que encardernou o alcorão, este modelo que sobrou passou por testes de carbono 14 e foi comprovado que realmente é da epoca do kalifa utman,portanto ha provas também cientificas que o alcorão não pode ser do século 8, tambem ha varios papiros achados que são do inicio de 600 e pouco quando maome ainda era vivo.
Maomé não nasceu de virgem,não ressussitou ninguem,não fez milagre alugum, não voltou da morte , não andou na água e etc.As lendas sobre maomé são poucas, iguais as lendas colocadas sobre qualquer pessoa historica.
Este livro foi patrocinado por judeus sionistas da alemanha , onde não podem ser processados por causa do holocausto.O objetivo do livro é atacar o islam, mesmo com mentiras.
Felizmente maomé é a figura historica e antropologica mais existente de sua época.
Realmente após este fracasso eles vão voltar a teoria de que maomé foi pedofilo(outro ataque patrocinado por judeus sionistas).
Eles também na alemanha ja escreveram um livro dizendo que o hitler era na verdade muçulmano escondido e que a segunda guerra mundial e o holocausto é culpa do islam .Ha

Alvaro disse...

Islão é ditadura-não ocuparam a europa---colonizaram a europa com suas garras malditas tal como estão conquistando atualmente outros paises-Islão soa a represão-perda de liberdade-homem vira escravo com essa maldira religião-se Maomé existiu ( que nunca existiu ) então foi o primeiro STLALIN-OU HITLER sob a terra--só vieram a este mudo par

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