segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A METAFÍSICA DE VERNEY

Informação recebida da Imprensa da Universidade de Coimbra:

O Reitor da Universidade de Coimbra, o Director da Imprensa da Universidade de Coimbra e o Presidente da Associação Portuguesa de Estudos Neolatinos convidam para o lançamento do livro Metafísica, com introdução e tradução de Amândio Coxito e fixação do texto latino de Sebastião Tavares de Pinho e Ândrea Patrícia Seiça, que terá lugar no dia 9 de Dezembro, pelas 18h00, na Sala do Senado da Universidade de Coimbra. A apresentação da obra será feita pelo Senhor Doutor Amândio Coxito.

A Metafísica de Verney propõe-se sobretudo analisar, numa perspectiva empirista, certos conceitos da metafísica tradicional (ente e não-ente, essência, substância, modos, relação, existência, subsistência, finito e infinito, necessário e contingente, causa e efeito, e ainda outros). Aquela perspectiva está presente, por exemplo, na concepção da essência real: esta não é o conjunto de notas fixas manifestadas pela definição (como supunha a concepção aristotélico-escolástica), mas o conjunto de todos os atributos concretos dos entes, pelo que a essência real nos é desconhecida; apenas podemos ter conhecimento da essência nominal ou metafísica, ou da que percebemos pela palavra com que significamos uma coisa. Mas as palavras possuem para nós uma significação que é dependente das nossas possibilidades de conhecer. Deste modo, a essência nominal inclui apenas um conjunto de ideias mais conhecidas que supomos constituírem a essência real, conjunto esse que as palavras nos dão a conhecer em função da nossa experiência; mas, sendo esta experiência variável, o conjunto de ideias que ela nos possibilita pode “diminuir ou aumentar”, podendo, por isso, variar a essência metafísica. Esta doutrina de cariz empirista de Verney aparece associada na sua obra a uma crítica contundente da metafísica escolástica e, por outro lado, a uma exaltação das propostas filosóficas dos “modernos”, em particular no domínio da filosofia natural. E isso é realizado através de uma expressão latina muitas vezes elegante, o que significa que o nosso autor se propôs imitar os bons modelos da Antiguidade.

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