domingo, 2 de dezembro de 2007

Homeopatetices - A Componente Mística

Hahnemann propôs o seu «homoios-pathos» (sofrimento semelhante), isto é «semelhante cura semelhante» (Similia similibus curantur), basicamente assente na ideia mirabolante de que uma substância que produz determinados sintomas numa pessoa saudável pode ser usada para curar sintomas semelhantes numa doente.

Como a Natureza é fértil em substâncias extremamente nocivas - os produtos da ars chimica não chegam em toxicidade aos calcanhares de muitos produtos «naturais - Hahnemann tinha muito por onde escolher, nomeadamente «princípios vitais», alguns ainda hoje utilizados, como sejam testículos de touro, abelhas esmagadas (Apis mellifica), beladona, cádmio, enxofre, noz vómica [Nux vomica, de onde se extrai a estricnina], cicuta, acónito [a aconitina que contém é um dos mais poderosos venenos conhecidos], arsénico, cantáridas (Cantharis), veneno de cascavel (Crotalus horridus), ipecacuanha, leite de cadela (Lac canidum), hera venenosa (Rhus toxicodendron), entre outros.

Alguns destes «princípios vitais», como sejam os testículos de touro ou o leite de cadela, são perfeitamente inócuos (excepto se soubermos a origem, aí passam a poderosos eméticos) mas outros podem ser fatalmente tóxicos, pelo que depois de muitos dissabores Hahnemann se lembrou de diluir esses ditos «princípios vitais». Como alguns são fatais mesmo em pequenas doses, Hahnemann usou diluições cada vez maiores, recomendando finalmente a 30ª potência (C30) isto é, uma diluição 1:100 repetida 30 vezes (ou seja, garantindo que não curava mas também não matava ninguém mesmo com os «princípios vitais» mais nefastos).

Supostamente a eficiência dos «medicamentos» homeopatetas tem a ver com a «dinamização» dos princípios vitais, nas palavras do «pai» da homeopatia, «O poder curativo provém do poder cósmico transferido para o remédio através do ritual da potencialidade», ritual esse que basicamente consiste em «extrair» a «energia curativa imaterial» através de sacudidelas na vertical, pomposamente denominadas «sucussões».

Mas Hahneman, um admirador do «místico» Emanuel Swedenborg - um teólogo inspirado pelas «revelações» dos «espíritos» que amiúde o visitavam - não fazia ideia o que causava as doenças, pretendia apenas corrigir um distúrbio na «força vital», distúrbio imaterial que seria o causador das doenças. Ou, usando novamente as suas palavras, «O imaterial morbígeo perturbando o imaterial vital determina alterações materiais (...) Assim sendo, o agente morbígeo também espiritual (dinâmico), ele não pode, em si, ser apreendido pelos sentidos, sendo então desnecessário, porque impossível, determinar suas características, defini-lo enquanto tal».

Mais concretamente, «quero significar que as doenças não são, evidentemente, nem podem ser, perturbações mecânicas ou químicas da substância material do corpo físico, que elas não dependem de um agente patogénico material, mas são alterações dinâmicas e imateriais da vida», (nota do §31 do Organon, a «Bíblia» homeopateta).

Como a homeopatetice não cura nada, obviamente, Hahnemann considerou dois tipos de doenças: as agudas e as crónicas, estas últimas devidas a um «miasma crónico», contra o qual não há «força vital» que valha. Hahnemann, 18 anos após a publicação do Organon, explicou mesmo que aproximadamente 7/8 de todas as doenças são causadas pelo miasma psórico, o pior dos miasmas crónicos, contra o qual não havia nada a fazer.

A homeopatia até hoje, por muito que alguns tentem disfarçar com conversa da treta pseudo-científica, que abordarei num post seguinte, mantém esta componente mística nomeadamente continua a negar uma causa material para as doenças tratando apenas os sintomas e ignorando as causas, isto é, febre trata-se da mesma forma quer seja devida a uma infecção quer tenha outra origem como uma doença auto-imune. Por outro lado, a história das dinamizações, que assenta na existência de «energias vitais» imateriais aprisionadas em todos os seres materiais (orgânicos e minerais), só pode ser coerente com uma doutrina esotérica, nunca com ciência.

Estas raízes esotéricas e/ou místicas são manifestas, por exemplo, num argumento muito usado para «provar» a eficácia das homeopatetices, as bioelectrografias obtidas com a chamada máquina de Kirlian. Esta é na realidade uma bobine de Tesla e as fotografias de Kirian, que supostamente fotografam a «aura» e detectam os tais distúrbios na «força vital», não passam de uma descarga de alta tensão a baixa corrente - de apenas uns microamperes - que impressiona a chapa fotográfica e os mais incautos.

Igualmente revelador é a apologia da homeopatia pelos médicos do além e afins que começaram a infectar Portugal. Considero elucidativa q.b. a seguinte homenagem a Hahneman que encontrei num sítio New Age, que, para variar, lá tenta recuperar a alquimia:

«O segredo deste método consiste na libertação induzida da energia, ordinariamente “coagulada” e passiva, que distingue e caracteriza cada espécie vegetal, mineral ou animal. Essa libertação é feita, precisamente, por meio do processo denominado de “dinamização”. Pela repetida e brusca (sincopada, seca) movimentação de uma dessas substâncias diluídas, liberta-se o seu animus - o agente activo, a “electricidade” particular de cada elemento mineral, vegetal ou animal. Nessa operação, provoca-se uma fricção entre o éter desse agente e o éter do ambiente em que está imerso (o oceano de energia que lhe está subjacente e que é comum a toda a envoltura ecológica ou ambiental). Desse modo, igualmente, se animam ou activam os princípios vitais, que assumem, no plano físico, as tão inusitadas virtualidades e potenciação. A essência ou alma de cada elemento (a 5a essência, dos alquimistas; o éter) sobrepuja a característica inércia da matéria coagulada, que lhe corresponde e que é sua, e manifesta-se profunda e subtilmente por detrás, nos bastidores, da vida puramente física e mecânica. A raiz ou origem dos distúrbios é, assim, actuada e regulada pela lei das compensações energéticas e da identidade dos agentes vitais (similia similibus curantur = o semelhante cura o semelhante)».

65 comentários:

Helena Velho disse...

...confundir charlatões com espíritas, Doutora???

Anónimo disse...

Cara maria velho, a única diferença é que os segundos são um sub-grupo dos primeiros...
Francisco Martins

Fernando Martins disse...

Excelentes textos, este e o anterior.

Recordemos que, ainda no século XVIII, Lavoisier e Franklin testaram cientificamente o mesmerismo e chegaram, pelo método científico, à mesma conclusão que a ciência consegue hoje chegar: que o princípios básicos por que a homeopatia se rege não têm suporte científico e, mais importante ainda, os resultados são justificáveis apenas pelo efeito placebo.

Excelente!

Anónimo disse...

Mauzinhos!
1º - Quando o Senhor Hahnemann pôs a sua hipótese, quase nada se sabia sobre a origem das doenças, e sendo assim, À ÉPOCA, a sua hipótese, era tão válida como outras?;

2º - O sucesso(?) da Homeo, parece-me provar que muitas das doenças ou são auto-resoluveis por cada um, ou existem mais no "espírito" de cada um do que no "corpo".

Neste caso, dizer a uma pessoa nesta situação:"Isso é só psicológico", terá algum efeito? dar-lhe, por dar, qualquer remédio valerá a pena?

3º - Que estudos foram feitos que provem que a taxa de sucesso da Homeo e semelhante ao dos palcebos?
Especialmente se for dito aos doentes que estão a tomar um remédio altamente eficaz?

4º - Se tivesse tomado as pastinhas para a tosse como "normais" sentir-se-ia tão reconfortada como esperava?

5º - não serão as vacinas, à parte do infinitamente diluidos, algo muito próximo da homeo?

Unknown disse...

1º O senhor Hahnemann pôs a sua hipótese há mais de 200 anos, quando pouco ou nada se sabia sobre a origem das doenças. A homeopatetice (gosto mesmo do nome) podia ser uma hipótese tão estúpida como as outras nessa altura; hoje em dia é tão imbecil como defender que a Terra é plana.

2º Ninguém tem dúvidas que há doenças psicossomáticos, que são perfeitamente tratáveis com os placebos homeopatetas. O problema é que os homepatéticos dizem que aquilo cura mesmo não é um placebo. E pelos vistos há quem impinja coisas homeopatetas como medicamentos a sério.

Também não me parece que a malária seja um problema psiquiátrico e há homeopatéticos que dão as suas patetices em vez de medicamentos a sério.

3º Leia o site do médico Ben Goldacre. Tem uma série de artigos, como o publicado no Lancet, outros no Guardian, etc., notável.

5º Se não sabe o que é uma vacina não é muito difícil aprender.Basta googlar um bocadinho e deixa de dizer disparates num instante!

francisco feijó delgado disse...

Não é só em Portugal:

veja-se o artigo da BBC:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/7122370.stm

Anónimo disse...

Cara Palmira,

Não lhe ficava mal ter uma postura menos agressiva e insultuosa.

Unknown disse...

Simplesmente fabulosos os dois artigos!

Eu das homeopatetices só conhecia a vertente da diluição e a treta da "memória" da água, acho que esta coisa do misticismo e do "ritual da potencialidade" explica melhor que as homeopatetices não passam de banha da cobra.

Estou a ver que os homeopatetas acham que é um insulto e uma agressão alguém explicar com todos os pontos nos iis as homeopatetices :)

Ainda estou para perceber porque é que há tanta gente que acha um insulto explicar-se que aquilo em que acreditam é uma treta!

Fernando Dias disse...

Parece haver uma concordância sensata entre os comentadores precedentes acerca da compreensão do espantoso poder do efeito placebo. Se é lícito a alguém respaldado pelo saber científico, e portanto merecedor de confiança, usar ou não o placebo duma forma táctica ou estratégica (mais económico e mais inócuo) para resolver problemas a quem sofre de achaques de vária ordem, seria uma outra discussão interessante.

O saber da ciência é rigoroso, coerente e verificável, que inclui não apenas o estudo dos fenómenos físicos, mas o conjunto dos fenómenos vivos inseparáveis dos fenómenos puramente físicos. Ele deve ser posto à prova, confirmado pela experiência e acessível a qualquer experimentador. Mas o cientista precisa de anos de formação antes de compreender correctamente o que está em causa. A comprovação das evidências implica uma formação através da inteligência e através da experiência.

Portanto, a validade do saber científico está nos resultados obtidos pelos investigadores que consagraram tempo e energia suficientes à confirmação das suas hipóteses. Podemos dar crédito ao saber da ciência quando os cientistas chegam a acordo de forma racional.

Unknown disse...

O que é preocupante é que os vendedores da banha da cobra querem entrar no mercado muito rentável da SIDA.

Como se não bastasse venderem pílulas de acúcar e águinha mais caros que medicamentos agora querem vender homeopatetices para "curar" a SIDA!

Para mim isto é um crime e dos mais graves. Se não se puser cobro a isto, a ganância de uns e os pézinhos de lá de outros, que não querem ofender as crenças místicas dos momeopatetas, corresponderão à sentença de morte dos que engolirem as pílulas douradas dos charlatães.

Manuel Rocha disse...

Penso que enquanto cidadãos temos obrigações proporcionais à nossa qualificação.

Sendo assim, se pessoas de reconhecida competência atestam que os medicamentos em causa são uma fraude, pergunto :

Já tomaram posição de conjunto junto de quem de direito sobre a matéria ?

Se sim e não foram ouvidas, pergunto ainda: porque não promovem uma recolha pública de assinaturas para uma petição para que o assunto seja discutido na Assembleia de Répública ?

Isto da cidadania dá trabalho, é verdade, mas não se pode dizer que não haja formas de intervenção.

E já agora, mais uma coisa. Eu não sei se os ditos homeopáticos são comparticipados. Os outros são. E parecia-me muito bem que na oportunidade se assumisse também posição clara sobre a gigantesca fraude que é o mercado do medicamento. Se alguém tem uma receita para tomar dez pastilhas de qualquer coisa, porque carga de água é que tem de comprar uma caixa de cem ? E que raio de critério de solidariedade me obriga a mim a comparticipar os noventa que vão para o lixo ?

Sejam as razões cientificas ou comerciais, a verdade é que o mercado das drogas ou pseudo drogas é uma gigantesca fraude organizada.

E não podemos fazer nada contra isso ?

Anónimo disse...

Palmirinha, e como � que um doutorado em qu�mica cai na esparrela da tal �gua com mem�ria, ah? A mim n�o me convencem, mas fico est�pido com os crentes que os gaijos arranjam. E parece mesmo que esta tal homeopata j� � legal em alguns pa�ses europeus!
Por falar em charlat�es e em �gua, toma l� uma hist�ria que tinha visto h� uns tempos. � t�o f�cil enganar o pessoal:
http://www.timesonline.co.uk/tol/life_and_style/health/article2599566.ece

luis

Manuel Rocha disse...

Cumprimentos, F Dias, pelo que deixa escrito entre as linhas do seu comentário !

Rui Rebelo disse...

gostei bastante. parabéns.

Fernando Dias disse...

As intervenções da Rita e de Manuel Rocha, cada um no seu ângulo de visão, estão a fazer aquilo que outros fizeram na seguinte metáfora:

Um grupo de amigos estava extasiado a contemplar uma bela paisagem na Pedra Bela, que fica na Serra do Gerês. Cada um à sua maneira exprimia quão fantástica era a Natureza. A certa altura um deles resolveu levantar uma grande pedra que ali estava para medir forças contra ela. Eis a desgraça dele e a surpresa dos outros quando se depararam que por baixo da pedra estava escondido um ninho de víboras (no Gerês como sabem há muitas víboras). Ele foi mordido e teve que ser socorrido de urgência no Hospital de São Marcos em Braga. Em toda a minha vida tive que tratar apenas três casos destes. Todos sobreviveram, mas a coisa é mesmo séria.

Agora a delícia desta história está no relato de sobreviventes de mordeduras de víbora do tempo em que Vilarinho da Furna ainda era viva. Eu fiz serviço médico à priferia em Terras de Bouro, em 1981, e conheci ainda muitos sobreviventes desta quase mítica aldeia Sueva, que exclusivamente tratavam as suas doenças por métodos populares tradicionais. Era raro aquele que recorria à medicina dita científica, a minha. Vários me contaram que era frequente serem mordidos por víboras, e quando isso acontecia tinham lá uma pedra especial que colocavam na ferida e assim o desgraçado sobrevivia. Não me relataram que algum tenha morrido.

Este desvio serve para termos algum cuidado em falarmos de coisas que desconhecemos. O que desconhecemos é como se não existisse no nosso mundo conceptual. O que Manuel Rocha propõe é uma ingenuidade de outro género, como se desconhecesse como funciona o mundo dos homens. Mas para exemplo mais corriqueiro veja-se o que diz José Berardo (quase me apetecia o que diz Molero) e como se movem as outras pedras no xadrês social e político à volta de Jardim Gonçalves. Quem é que engana quem, quem é o ingénuo,quem é o vintanista? Na saúde ou na medicina é a mesma coisa. A verdade verdadinha (a saudinha da boa) ninguém sabe onde ela está, e enquanto se continua a brincar, de vez em quando as verdades rebentam como bombas, mas os meninos (santaninhas, platãozinhos, bastonariozinhos, sindicalistazinhos, cinquentanistazinhos) continuam a brincar, porque é isso que só sabem fazer.

Manuel Rocha disse...

Comtam-se várias histórias acerca de pequenas guarnições do exército japonés que durante os anos cinquenta e sessenta foram sendo localizadas em ilhotas perdidas pelo Pacífico. Sem comunicações com o exterior e sem saberem que a que tinham perdido a guerra, a maioria mantinha-se fiel à missão original e estava disposta a travar logo ali uma batalha pelo controlo da ilha com os seus supostos "salvadores".

Ora, tal como esses japoneses, há por aí muitos de nós que continuam dispostos a bater-se por guerras perdidas.

Foi nesta perspectiva que escrevi o comentário anterior, F Dias. Mas sobre este tema, como sobre as alterações climáticas, como sobre tantos outros, tenho a frequente sensação que há demasiados guerreiros em "roda livre". Dispendem energias precisosas em querrilhas por causas perdidas.

Quando se acredita em certas causas , há alturas em que a melhor estratégia é mesmo retirar e reorganizar antes de voltar à luta, com as convicções revistas e as forças retemperadas. Ou seja, declarar novas guerras em lugar de continuar apenas a perder guerras há muito perdidas.

Mas, lá está, na saúde como cidadania há placebos eficazes.

Unknown disse...

1° ponto a ser observado: as pessoas que manipulam, que trabalham com homeopatia são os médicos e farmacêuticos - nenhum dos autores são um ou outro;



2°: Artigo escrito sob ponto de vista extremamente preconceituoso, onde um dos comentários compara espiritismo com charlatanismo... Vamos discutir religião também?



3°: Algum desses autores já ouviu falar em física quântica? Se energia vital não existe, então a energia cósmica muito menos...

Será que um químico não sabe que um átomo pode se comportar como partícula E como onda?
A onda não é uma forma de energia?



4°: Algum deles já tomou homeopatia?

Conheço vários céticos - farmacêuticos - que, por não acreditarem, foram usar a homeopatia para testar seus efeitos... Como não tinham nenhuma doença e usaram a substâncias, passaram a apresentar os sintomas das mesmas...



5° (mas que deveria ser o primeiro): RESPEITO, por favor... Cada um acredita no que quer... Várias pessoas votaram no Lula para presidente do Brasil, não é mesmo?



A ignorância humana é tamanha que, pelo fato de não termos capacidade de achar explicação para as coisas que acontecem, passamos a discriminá-las...



6°: Se homeopatia não funciona, por que diversos animais que tiveram medicamentos homeopáticos misturados à sua ração - ou seja, não tem efeito placebo pois não sabiam que estavam recebendo esse tratamento - foram curados?



7°: Os níveis hormonais do nosso organismo são na base de 0,000001g (microgramas) distribuidos por TODO o nosso sangue - que devem ser um 2-3 litros... Por que a diluição de substâncias naturais não funcionariam? Então, nossos hormônios também não funcionam...



Enfim, posso ficar o dia inteiro escrevendo vários argumentos para mostrar o tamanho da ignorância desses autores; mas tenho uma prova de Química Farmacêutica - uma disciplina que estuda como as moléculas atuam no nosso organismo...

Para estudar isso, que não tem nada a ver com homeopatia, tenho que ficar imaginando moléculas "rodando" no espaço 3D e suas interações com as nossas enzimas e como elas podem ter suas energias de interação aumentadas ou diminuídas para favorecer o efeito do medicamento, independente de sua origem.



Mas, de acordo com essas pessoas, energia vital não existe, né? Então, essa energia de interação das nossas enzimas seria o que?

Que físico é esse que permite esse tipo de afirmação?



Não estou aqui para "levantar a bandeira" da Homeopatia...
Como farmacêutica, espero pelas comprovações científicas... Acho que muitos estudos ainda devem ser feitos para conseguirmos explicar como ela funciona... O fato de não termos capacidade para isso, não signifique que seja charlatanismo...

Existem vários relatos médicos e estudos de caso mostrando a efetividade desse tipo de tratamento - por isso é relevante o fato de não ter nenhum médico ou farmacêutico como autor.



O que me impressiona é que, nos dias atuais, ainda termos "cientistas" pensando de forma tão preconceituosa.



Será que eles ainda pensam que as bruxas devem ser queimadas? Foi assim que Galileu e tantos outros foram condenados: ignorância, preconceito e medo do desconhecido!



Salve nossos "cientistas"!

Unknown disse...

Pobre mecância quântica que qualquer charlatão ignorante maltrata para dizer os maiores disparates.

a ignorância e arrogância desta vendedora de banha da cobra é assombrosa para se permitir dizer disparates como este:

Algum desses autores já ouviu falar em física quântica? Se energia vital não existe, então a energia cósmica muito menos...

Suspeito que ou a senhora é muito burra ou anda a tentar enganar-nos a passar-se por farmacêutica. Isto é completamente anormal:

«tenho que ficar imaginando moléculas "rodando" no espaço 3D e suas interações com as nossas enzimas e como elas podem ter suas energias de interação aumentadas ou diminuídas para favorecer o efeito do medicamento, independente de sua origem».

Há já muitos anos que há programas de docking, muito fáceis de usar e alguns freeware, ninguém precisa imaginar nada.

E o que os programas de docking fazem é ver se uma determinada molécula «encaixa» no centro activo de uma enzima ou de uma proteína alvo. Se encaixa tudo bem, é um medicamento potencial e faz-se, por exemplo, um soaking da proteína com esse medicamento, determina-se a estrutura de r-X e passa-se à frente. Se não encaixa continua-se com outra molécula da library

Esta treta de ver as «energias» de interacção do medicamento com a proteína a variar só mostra uma de duas coisas:

-ou a senhora é ainda mais burra do que o comentário transparece;

-é uma profissional de venda de banha da cobra.

Pedro disse...

*clap clap* Um aplauso para o post, talvez esclareça muitas mentes sobre as bases desta "terapia". Eu próprio debrucei-me sobre este assunto, motivado por um pequeno artigo que li na Única do expresso.

Pergunto-me se não haverão intenções puramente económicas por detrás dos médicos que defendem a homeopatia, dado o seu conhecimento na área.

Unknown disse...

Depois nunca me deixarei de supreender com a treta dos charlatães, que primeiro vêm com histórias que a sua banha da cobra é "científica" e depois exigem RESPEITO, por favor... Cada um acredita no que quer...

Mau, afinal é charlatanice ou é ciência? É que na ciência não há "respeito", nem quando o exigem aos gritos, por ideias, muito menos por erros grosseiros como é a homeopatetice.

Depois irrita-me irem buscar "bruxas" e Galileu para carpirem vitimização. Como se dizer que a homeopatetice não passa de crendice manhosa fosse algum tipo de perseguição!

Unknown disse...

Rita, parece que não me entendeu.

Física quântica estuda, entre outras diversas coisas, energia. Uma vez que um átomo pode ser considerado como onda e, obviamente, como energia, nosso organismo é energia e pode apresentar transtornos, desequilíbrios energéticos.

Além disso, é óbvio que Química Medicinal utliza todos os programas e etapas que citou; mas, no Brasil, os professores nos fazem pensar em como as coisas acontecem, antes de colocarmos os computadores e todos os bancos de dados relacionados a pensar para nós. (Como falei, vou fazer uma prova...)

Seus ataques a minha pessoa me mostram mais uma vez o que já havia citado: FALTA DE RESPEITO!!!

O que escrevi no outro cometário foi para mostrar que TUDO na ciência precisa de comprovações e que a ignorância dos fatos nos leva ao radicalismo.

Não sou a favor da homeopatia - homeopatetice, como queira - mas também não sou contra. Apenas aguardo comprovações.

Homeopatia funciona? então me prove!

Não funciona? Então, por favor, também me prove!

A ciência, como a Sra mesma falou tem o direito de exigir explicações e já evoluimos o suficiente para fazer isso antes das condenações !

Vamos pesquisar mais dados, artigos científicos, relatos de casos, e tantos outros exemplos antes de afirmarmos qualquer coisa!

Unknown disse...

Ah! A Bianca já baixou um pouco o tom. É chato não é, mandar uns sound bytes sem sentido e depois ver que a plateia não engole esses sound bytes :)

Física quântica estuda, entre outras diversas coisas, energia.

Errado. Só tive uma cadeirita de Física na licenciatura mas o prof deixou bem claro o que era e o que não era.

A mecânica clássica descreve os movimentos de corpos macroscópicos; a mecânica quântica descreve os corpos subatómicos. Resulta que ao contrário dos corpos macroscópicos que podem variar a sua energia de qualquer valor os subatómicos têm a sua energia quantificada

Uma vez que um átomo pode ser considerado como onda e, obviamente, como energia, nosso organismo é energia e pode apresentar transtornos, desequilíbrios energéticos.

Erradissimo outra vez! As partículas subatómica apresentam um comportamento dualista mas isso não quer dizer que são energia.

Aquela coisa do E=mc2 só é válida em processos de fusão ou cisão nucelares. Como nós não somos nem estrelas nem reactores nucleares essa conversa é treta pseudo-científica.

Unknown disse...

Depois, há já uns séculos que se sabe que homeopatia não funciona a não ser em doenças do foro psicológico. Há quilos de literatura séria que o documenta. Não há qualquer dúvida na comunidade científica que a homeopatetice é banha da cobra.

Por isso é que o tal Hahnemann inventou os miasmas incuráveis, doenças a sério e não imaginadas.

Unknown disse...

Sa Rita, a questão não é baixar o tom ou não.

Todos os participantes desta discussão já perceberam que se não acatarmos as idéias do artigo, somos atacados e que a Sra é defensora ferrenha dessas idéias.
Parabéns.

A discussão aqui é sobre eficácia ou não da homeopatia - ou será que estou errada de novo?

Já que és profunda conhecedora da literatura, podes me explicar por que animais foram curados com este tratamento?

Unknown disse...

Fico sempre tão enternecida quando vejo a lamúria da vitimização quando se descobre a careca de banha da cobra de alguém :)

Só não dou parabéns porque já estou farta da lamúria...

A discussão aqui é que a homeopatetice é banha da cobra, cuja eficácia é igualzinha estatisticamente a de qualquer placebo.

Algo que está descrito há umas décadas na literatura séria. Recomendo por exemplo o último artigo no "The Lancet", sei lá, só a mais respeitável revista científica de Medicina do mundo.

Ou os artigos sobre homeopatetice de Ben Goldacre, o médico que escreveu ess artigo no Lancet.

Unknown disse...

A falta de resposta à minha pergunta e a mudança do assunto em questão já mostram sua falta de conhecimento no assunto.

Muito obrigada!

Fernando Martins disse...

"A discussão aqui é sobre eficácia ou não da homeopatia - ou será que estou errada de novo?"

É sim senhor - não está errada - e não há nada que comprove os pressupostos iniciais da homeopatia, na ciência moderna, ou (mesmo que os pressupostos fossem errados mas tudo desse resultado na mesma...) que comprove a eficácia destes "medicamentos". É que convem lembrar que há estudos científicos sobre esta aldrabice que mostram que a homeopatia é apenas efeito placebo...

"Já que és profunda conhecedora da literatura, podes me explicar por que animais foram curados com este tratamento?"

"Curados" é capaz de ser um exagero - basta fazer os testes com placebos e dizer aos donos que dá resultado que a certeza do dono dá efeito no pobre animal... E isso de estudos que comprovam, há muitos, e bons, a provar que o tabaco não faz mal (pagos por umas empresas beneméritas mas que, curiosamente, não têm muita aceitação inter pares). Será que por causa desses estudos devo fumar...?

Fernando Dias disse...

Nas férias grandes de 1979, fui passar uns dias com o nosso amigo Michael Shermer. Encontrei-o a delimitar um tabuleiro de xadrez gigante com umas cordas à volta, e quando terminou virou-se para mim e disse: Olá grande parceiro!? Vieste mesmo na altura certa. Isto é que é o verdadeiro jogo. Vamos já jogar uma partida.

Passados três dias, não havia dúvida que várias partidas e horas a jogar tinham-me permitido desenvencilhar melhor mas o que é certo é que nunca consegui ganhar-lhe uma partida. Com a cabeça feita em água e saturadíssimo de a beber, convidei-o a ir lá fora tomar uma cerveja. Ao passar por uma antecâmara da cervejaria estavam dois fulanos a jogar às cartas. Michael Shermer meteu conversa com eles e perguntou-lhes o que estavam a fazer. Um deles que era hispânico respondeu-lhe: estamos a jogar à bisca. Shermer primeiro sorriu, mas depois com um ar irritado retorquiu: Vocês não estão a jogar coisíssima nenhuma. Jogar é mexer cientificamente 16 peças em cima de um tabuleiro.

Eu só lhe disse quando vínhamos embora: Shermer, você com essa mania dos cépticos um dia ainda vai ter um amargo de boca.

Tive uma grande alegria em 1997 quando li o seu brilhante livro “Why People Believe Weird Things”, depois de Shermer ter passado por muitas coisas esquisitas, tal como praticar ciclismo e ter entrado na primeira Race Across America, onde esteve quase a bater a bota.

Unknown disse...

Fernando Martins:

Nem mais! Este argumento da homeopatetice veterinária é muito usado, mas, claro, cura pouco mais que lulus de senhores e senhoras ansiosos.

O efeito placebo em animais, que precisa ser mais estudado, é verdade, pode ser entendido como uma resposta de condicionamento pavloviana.

Para além disso, nós medicamos animais de estimação e eles podem aprender a relacionar a administração de um remédio (seja o procedimento de enfiar um comprimido goela abaixo ou aplicar uma injecção) a uma melhora no seu estado de saúde, exactamente como os seres humanos "aprendem" a responder a medicamentos mesmo que inócuos.

Mas parece-me que a Bianca pelo tom do último comentário deve ter esgotado a banha da cobra. A não ser que agora nos queira "chocar" com bobines de Tesla e "bioelectrografias"...

Anónimo disse...

Classicamente: A energia é um escalar definido em termos da cinemática de um movimento, que se mantém constante (no tempo) num sistema isolado. É esta pois a definição de um sistema isolado.
Modernamente: A energia é o operador associado às translações no tempo. Um sistema conserva a energia se for simétrico para translações no tempo.

A energia não é nada de especial, é uma quantidade que se constrói para descrever matematicamente uma teoria. Por exemplo, a energia da anti-matéria é negativa, pelo simples facto da definição de energia a partir da eq. de Dirac.

Quanto à expressão E=mc^2 só ser válida para "fusão ou cisão" nucleares, está incompleta. A expressão é relevante sempre que queremos fazer a cinemática de corpos/partículas que se movem a velocidades próximas da luz.

A expressão aparece naturalmente na formação do 4-vector momento na forma tensorial com a métrica dum espaço de Minkowski. A necessidade de interpretar a componente temporal como energia segue da própria formulação tensorial da teoria.

O E=mc^2 é a energia duma partícula massiva no seu referencial próprio.

A culpa de muitas interpretações "maradas" do que é energia, é da má divulgação científica que anda por aí, que dá azo a interpretações completamente ridículas. Quem sabe, se não é um problema de toda a divulgação científica.

Anónimo disse...

Cá para mim a culpa de interpretações maradas da quântica e da energia é de quem escreve coisas como:

A expressão aparece naturalmente na formação do 4-vector momento na forma tensorial com a métrica dum espaço de Minkowski. A necessidade de interpretar a componente temporal como energia segue da própria formulação tensorial da teoria.

Anónimo disse...

Tenho de reconhecer que o penúltimo anónimo acaba de nos deixar um excelente exemplo do que deve ser a divulgação cientifica.

O meu estatuto de leigo no assunto subiu inumeráveis furos depois de o ler.

Bendita seja a ciência que conta entre os seus pares tão ilustres divulgadores.

Mas espero que Toutais livre os meus filhos de encalharem num professor assim...

Saudações.

Mariano Feio

Anónimo disse...

Poooxaa, mininooooo...finalmete alguém conseguiu me explicar o que era energia mesmooooo !!

Ói, cara anónimo, faz um favorzão pra mim, faz ? Me deixa seu celular, pode ?

Fiquei gamadão na sua escrita! Poxa vida que você é ainda melhor que Alice que li faz tempo aqui escrvendo sobre a arte ! Inteligente memo que nem você, cara ! Posso lhe pedir um autógrafo pra meu Pedrinho ?

Fiquei seu fã !!!

Dorivaldo!

Anónimo disse...

Eu como aluno de 4º ano de um curso superior em engenharia, só tenho a dizer que a pessoa anónima, sabe zero de física, química, e muito menos sabe o que é a energia. De facto essas definições soltas, que nem essa pessoa (certamente) sabe o que significam, não passam de ideias soltas, que quase aposto teram sido copiadas e coladas para fazer o post. Se querem saber mais sobre o que é energia, leiam uns livros escritos por quem sabe. A gradiva tem excelentes livros, acessíveis ao todos publicados por cientistas fantásticos, entre os quais estão incluídos o Carlos Fiolhais e o Jorge Buescu.
Agora o post da pessoa anónima é no mínimo hilariante.

João Saúde

Anónimo disse...

Pois!

Isto é divertido!

1º - Cientificamente "clamam que a Homeo é inválida por causa dos infiniatamente diluídos" (O que até pode estar certo e verdadeiro).

Ora eu julgava que uma teoria estava certa, ou errada, quando era testada, e re-testada, com resultados coerentes num mesmo sentido (certo ou errado).

Sendo assim, devia-se começar por evocar esses resultados experimentais, como prova, ou refutação, duma dada teoria, e não aspectos da teoria em si.

2º - Se estou, ou sinto, doente, quero é curar-me, e estou-me borrifando se o remédio que me dão é do tipo A, B ou C (placebo inclusivé) desde que, obviamente, seja correcto.

(Reservo propostas, do tipo uma martelada na cabeça, como remédio para a dor de cabeça, para teste prévio nos médico proponente)

3º - F. Dias, será que nos podia elucidar sobre "pedra milagrosa contra as mordeduras das viboras de Vilarinho" ? Argila?
Isso fez-me lembrar, que na Amazónia pagaios e outra passarada come caulino para anular o efeito dum veneno (curare?) incluído num fruto que comem.
É claro que o contexto é muito diferente, mas haverá semelhanças?

4º Pedro,
não preciso de ir á Internet para saber que Vacina vem de Vaca, e Homeopatia é "Cura pelos semelhantes".
Proponho que consulte a Internet para perceber o que eu quiz dizer com isto.
Repito, princípio dos infinitamente diluídos à parte.

5º - Rita,
Por falar em Teoria Quântica, e afins, já certamente ouviu falar na equação do Duque De Broglie.
Atendendo a que o Núcleo do H é um protão, certamente que tanto é cropúsculo como onda (vibratória, claro), idém para o electrão que acompanha.
Sendo assim, há pelo menos um elemento atómico (H) que vibra, pelo que é de se esperar, que os restantes, ainda que com uma maior complexidade, também vibrem.

Já agora, diz "As partículas subatómica apresentam um comportamento dualista mas isso não quer dizer que são energia.

Aquela coisa do E=mc2 só é válida em processos de fusão ou cisão nucelares", quer dizer que nas fusões ou cisões nucleares a energia vem do NADA?

Estou curioso, pela sua resposta!

6 - Bianca,
Trazer "medicamentos homeopatas para animais" não me parece relevante, a não ser por eliminar o efeito do auto-convencimento do doente na eficácia do tratamento, como prova da validade da Homeopatia.

Quanto ao resto, a Humildade é uma disciplina dificil ...

7 - Finalmente, à cerca da divulgação cientifica apresentada, começo a percerber porque o Programa de Físico-quimica do Secundário, e não só, é o monumento de descoordenação que é, e completamente desligado da Matmática.

Unknown disse...

(Pouco) ingénuo aka homeopateta encoberto:

1º leia o post outra vez. Uma coisa que pretende que " Pela repetida e brusca (sincopada, seca) movimentação de uma dessas substâncias diluídas, liberta-se o seu animus - o agente activo, a “electricidade” particular de cada elemento mineral, vegetal ou animal. Nessa operação, provoca-se uma fricção entre o éter desse agente e o éter do ambiente em que está imerso (o oceano de energia que lhe está subjacente e que é comum a toda a envoltura ecológica ou ambiental)"

não é ciência, é banha da cobra. Não é teoria ou hipótese científica que possa ser testada, é mambo jambo sem sentido.

Não há nenhuma "teoria" científica por trás da homepatetice, há "magia" pura e dura.

2º Este ponto não faz sentido. Um placebo não é remédio. Mas não tenho dúvidas que para as suas "doenças" um placebo é mais que suficiente.

4º Era para o Pedro, mas aproveito para agradecer a anedota, que vou guardar para mostra amanhã aos meus colegas (todo o comentário, na verdade, precisamos de uns momentos de humor para quebrar a rotina)

5º Esta é de longe a maior anedota, até para mim que sou bióloga. Tenho a certeza absolutinha que um físico ou um químico que a leia está agarrado à barriga de tanto rir :))

Mas depois do ataque de riso inicial dava vontade de chorar ver o ponto a que chega a arrogância da ignorância.

O comportamento dualista não quer dizer que o electrão ande aos saltinhos "vibratórios", quer dizer que apresenta propriedades de onda e de corpúsculo.

Sabe o que quer dizer E=mc2? é da parte do m na equação que vem a energia.

As vibrações são coisas diferentes são oscilações em torno das posições de equilíbrio dos átomos constituintes de moléculas, etc.,. Em cristais, se bem me lembro, chamam-se fonões :)

6º Cantas bem mas não me enganas :) Tão giro que é fingir que se repreende um colega homeopateta para tentar manhosamente "mostrar" que afinal a homeopatetice até dá bons resultados :)

É pena que na tal disciplina dificil, a humildade, tenha tido zero.

7º Cá para mim o anónimo do comentário pateta, tão pateta que só pode ter sido escrito por quem não percebe raspas de física, é outro homeopateta em pele de "cientista" para confundir as hostes!

Unknown disse...

Afinal não é só sobre vacinas que precisa o renitente precisa urgentemente googlar, mas física não vai lá só com o google: está a precisar de lições de física básica.

Umas aulas de mecânica e ondas davam jeito, mecânica quântica acho que é muita areia para a camioneta dele mas pelo menos perceber o que é a relação de de Broglie, não equação de de Broglie, dava jeito para não dizer disparates.

Fernando Martins disse...

Porquê? O "Talidomida baby!" é doutorado em quê?

Palmira F. da Silva disse...

Caro Fernando Martins:

Ignore os comentários do troll que assina Talidomida baby e barbaridades quejandas.

Fátima Lopes disse...

Passei por aqui e lembrei-me de que há coisas das quais não se fala neste blog: vejam o artigo do NYTimes em PDF e a data no final Old News on New Age Stuff

Agora a continuação:

Society for Psychical Rechearch


Gosto expecialmente da frase de Jung como lema e da questão das implicações...think about it!

Anónimo disse...

1º - Mais uma vez repito que terá de arranjar melhor argumento para refutar a Homeopatia.
Vejamos, sendo bióloga, convido-a a ler documentos coevos, ao que me apresentou, relacionados com a sua área, para se rir também.
É um mambo jambo de “geração espontânea” e etc.

Se quer contestar uma Teoria, neste caso a homeopata, deve apresentar estudos que contestem, e idem para que a apoia.

Ridicularizar, como argumento, para refutar uma teoria cheira-me sempre a (Pouco) Santa Inquisição, à perseguição feita aos mendelistas na URSS, etc.

Aliás, o tipo de argumentação que me apresenta fez-me lembrar o que se passou no início do Sec. XX, no uso da radioactividade (via agulhas) versus extracção do seio, no tratamento do cancro da mama, por exemplo.


2º - Relativamente ao “efeito de placebo”, desde que usado/receitado com conhecimento de causa, pode ser legitimo, em minha opinião, face a uma enfermidade duma pessoa.
Cabe ao médico avaliar o melhor tratamento face a cada caso, tendo em conta os princípios éticos.

Como vê, sobre isto, haveria muito a discutir, mas afastávamo-nos do assunto que estamos a tratar

Já agora, os meus placebos & remédios não incluem homeopatas;

4 – Só espero que tenham rido com gosto, sempre é uma variante no mundo asséptico e racional em que julga viver;

Já agora cara bióloga, que eu saiba, foi o facto de as leiteiras, e afins, que apanhavam a varíola das vacas, terem sintomas parecidos e SEMELHANTES aos da varíola humana, mas muito mais benignos, e ficarem imunes à varíola humana, que levou á vacina da varíola.

Como o mambo jambo dos seus colegas biólogos da altura, ainda devia incluir “geração espontânea” para pequenos seres, e uns quantos “humores vitais”, devem ter fornecido excelentes argumentos para os homeopatas coevos fazerem as pastilhas e justificarem (?) a sua CURA PELOS SEMELHANTES.
(O Pedro finalmente deve ter percebido!)

5 – Minha cara, permita-me que lhe aconselhe pessoas relacionadas com termodinâmica, plasmas, semi-condutores e afins.

É certo que se ririam do que escrevi, mas contribuíram para o seu maior conhecimento duma área que não será muito do seu âmbito.

6 – Por falar em cantar, fico à espera da ver cantar as suas experiências que contestam a homeopatia, ou porque “As partículas sub-atómicas apresentam um comportamento dualista mas isso não quer dizer que são energia” (mas donde virá o valor de m em E=mc^2?);

7 – Essa ultrapassa-me, não percebo o que a sua resposta tem a haver, com o meu lamento quanto ao facto de, em minha opinião, o Programa de Físico-química do Secundário não ter uma sequência lógica, e completamente desligado do Programa de Matemática.
Podia-me cantar essa também, mas sem manha?

Finalmente, não percebo porque é que pessoas com Formação Superior, tem de tratar com tanta soberba, desprezo, e sobranceria, quem contribui, com os seus impostos para terem a tal Formação, e gostaria de, através deles, compreender o Mundo que o rodeia COM FACTOS, e não ser ridiculizada, gozada, insultada, chamada de ignorante.

Que eu saiba a Ciência não precisa de ser defendida no estilo HOOLIGAN duma claque de futebol.
(Já agora, em que é que se baseou para me acusar de defender a homeopatia? Só me queria informar, contrapondo argumentos, e não ser chamado de pateta e homeopateta enconberto.
Sinceramente, espero que, á custa dos nossos impostos, não seja uma “biologateta alegre”.


Deve ser por isto, que Portugal está cotado como está internacionalmente no Aproveitamento Escolar!

Fátima Lopes disse...

Continuando:

Society for Psychical Rechearch Overview

Fernando Martins disse...

"á agora cara bióloga, que eu saiba, foi o facto de as leiteiras, e afins, que apanhavam a varíola das vacas, terem sintomas parecidos e SEMELHANTES aos da varíola humana, mas muito mais benignos, e ficarem imunes à varíola humana, que levou á vacina da varíola."

É preciso ser muito burro para comparar a criação de imunidade por acção de micróbios similares (que conduzem à criação de anticorpos que poderão combater outros micróbios próximos dos que deram origem à infecção/imunização inicial) com o contacto com água pura...

E, sim , há estudos que indicam que a homeopatia não tem nexo (na versão original) continua a não ter nos dias de hoje (qual é a prova da "memória da água"...?) e não tem mais resultados do que um vulgar placebo, aplicado convictamente. Todos os estudos que possa citar foram PAGOS pela pseudo-industria Homeo a pseudocientistas, como o faz a indústria tabaqueira faz muito tempo...

Indique-me só um estudo de alguém com credibilidade mínima e que não seja pago pela Indústria da Banha da Cobra Homeopática que comprove as "virtudes" destes "medicamentos." Se não conseguir, pare de dizer baboseiras...

Anónimo disse...

E quem é que não é pago pela indústria química, ah ah?

Fernando Martins disse...

"E quem é que não é pago pela indústria química, ah ah?"

Tipo os cientistas universitários...? E parece-me que é o caso de muita gente deste Blog.


"O que me impressiona mais não são os preconceitos apresentados contra a homeopatia mas sim a fé religiosa mostrada em relação à ciência e à medicina."

Se há coisa de que a ciência não pode ser acusada é disso. A ciência tem pressupostos básicos que lhe permitem modificar a sua visão das coisas e da natureza à medida que os dados com que lida e a sua interpretação vão melhorando. Ora não é o caso, antes pelo contrário, da Homeopatia. Em algumas doenças (um tive uma tia hipocondríaco e que pena ela ter tomado os placebos homeo...) acho muito bem que se use uma qualquer banha da cobra, mas, para doenças a sério...

Anónimo disse...

Julguei que o primeiro homeopata tinha sido Hipócrates.
Enganei-me?

Anónimo disse...

Fernando Martins:

1º - Eu não disse que a homeopatia e as vacinas eram iguais e a mesma coisa;

2º - Só fiz notar a SEMELHANÇA FORMAL entre a “cura pelos semelhantes” da homeopatia (que tem a mais a haver com sintomas do que com as causas, o que, evidentemente, até causa suspeição) com as Vacinas que usam microrganismos e partes do mesmo devidamente tratados “semelhantes” aos causadores das doenças, para causarem a cura.

Também fiz notar que nesta analogia não entrava os infinitamente diluídos.

3º - Como também fiz notar no que escrevi, toda esta conversa actual de geração de anti-corpos, etc., na época não existia, e podia ser muito naturalmente usada (pelo menos nessa altura, e até tempo relativamente recente) pelos homeopatas para justificar os seus pontos de vista;

4º- Quanto a estudos, que acho que são o único meio válido para aferição duma teoria, continuo à espera.
Quanto a mim, não tenho de apresentar nada, porque nem sequer defendo a homeopatia. Só queria ser informado.

5º - Resumindo, contínuo à espera que me indiquem/mostrem o estudo que mostrem que Homeopatia = placebo, e constato que o Estilo HOLLIGAN continua a florescer.
Também começo a perceber porque a divulgação científica em Portugal está tão má.
Ninguém gosta de ler livros em que é insultado por não saber...

Unknown disse...

homeopateta renitente:

Primeiro:

Ficou todo ofendido porque se riram dos disparates que atirou do alto da sua ignorância tipo eu eu é que sei e vocês são uns ignorantes.

Isto é tão imbecil que nem chega a estar errado, é ouro disparate

Atendendo a que o Núcleo do H é um protão, certamente que tanto é cropúsculo como onda (vibratória, claro), idém para o electrão que acompanha.

Sendo assim, há pelo menos um elemento atómico (H) que vibra, pelo que é de se esperar, que os restantes, ainda que com uma maior complexidade, também vibrem.


Escusa de vir com coisas para impressionar quem não saiba, não está a mandar bitaites no café está escrever comentários num blog lido por universitários.

Não fale de coisas de que não percebe muito menos escreva condescendentemente permita-me que lhe aconselhe pessoas relacionadas com termodinâmica, plasmas, semi-condutores e afins.

Se se enxofra tanto por lhe chamarem ignorante (que não é "pecado" nenhum, há muitos ignorants de mecânica quântica) não bote discurso arrogante sobre coisas de que não percebe como se fosse o Nobel da área.

Unknown disse...

Ponto de ordem: Ninguém aqui ri dos ignorantes, todos somos ignorantes em alguma coisa, mas temos a humildade de reconhecer a nossa ignorância.

Ignorantes armados em sabichões são logo desancados.

Unknown disse...

E finalmente, é normal que quem assume uma postura autista de defesa do indefensável ignore o que os outros dizem.

Já lhe foi indicado não sei quantas vezes a Lancet, a melhor revista de Medicina do mundo, e os textos do Goldacre que mostram sem sombra de dúvidas que coisas homeopatetas=placebos.

Finalmente, leia as palermices que escreveu e não se arme em Calimero. Como ao Daniel Oliveira "Fica é pouca paciência para rapazes que andam à canelada e depois se atiram para o chão num pranto. Até podia achar graça a jovens atrevidos e de sangue quente. Sonsos é que irritam."

Anónimo disse...

Hooligan Pedro,
- Não vou perder tempo a explicar a diferença entre “rir” e “insular”, que foi este o tom de quase todas as respostas contra a Homeopatia, que é muita areia para a cabeça dum “honesto” hooligan.

- Que seja do meu conhecimento, a equação (ou que lhe queira chamar) de De Broglie não impõe qualquer restrição quanto á natureza das partículas em causa, nem me foi referida qualquer constatação experimental nesse sentido. (tem conhecimento de alguma restrição?)
Sendo assim, posso até admitir que extrapolei ao limite a possibilidade dada pela equação, visto que o nível de energia, eventualmente, necessário colocaria os elementos no estado de PLASMA, diferente portanto do seu estado “normal”.

- Mantenho, por isso, humildemente o conselho dado.

- Bem prega Frei Tomás! Faz o que ele diz e não o que faz!
Uma das características do hooliganismo, é dizer que o seu clube é o “melhor do mundo”, infalível e supra-sumo etc., pelo que se sente “superiormente autorizado” para DESANCAR em quaisquer outras claques, que lhe apeteça.

Conclui-se que, DESANCAR é o método usado pelos HOOLIGANS UNIVERSITÁRIOS da nossa praça (resquícios das PRAXES, ditas, académicas?), para divulgar, esclarecer ou ensinar, como, aliás, comprovam os indicadores internacionais nesta área.

Efectivamente, foi o único que indicou os estudos de Goldacre, que irei ver.

Contudo isso, isso não invalida nada do que escrevi indicando que uma Teoria se inviabiliza, ou não, com factos, mesmo que os mesmos tenham de ser repetidos, de cada vez, mil vezes, e nunca insultando ou ridicularizando pessoas.
Pior que os “sonsos”, que citou, são os que se escudam atrás de Bíblias, Alcorão, Revistas da Lancet, etc. para fazer condenações á fogueira, para gáudio ululante da respectiva turba hooligan.

Unknown disse...

De facto, os "universitários" são mesmo horríveis. Vejam lá que até têm a mania de que há ciências exactas, com leis e tudo e riem-se quando um ignorante metido a besta escreve disparates deste calibre:

Que seja do meu conhecimento, a equação (ou que lhe queira chamar) de De Broglie não impõe qualquer restrição quanto á natureza das partículas em causa, nem me foi referida qualquer constatação experimental nesse sentido. (tem conhecimento de alguma restrição?)

Você faz a mínima ideia do que seja a relação de de Broglie ou o qye quer dizer? Faz ideia dos disparates que consegui acumular num parágrafo em qua admoesta os que não deixam os erros idiotas que é tudo o que sabe escrever?

A relação de de broglie só se aplica a partículas que experimentalmente apresentem comportamento dualista. A maior partícula que apresenta comportamento ondulatório é o C60. São essas as restrições. Se lhe der na bolha pode aplicá-la a um tanque mas o resultado não tem significado físico

Sendo assim, posso até admitir que extrapolei ao limite a possibilidade dada pela equação, visto que o nível de energia, eventualmente, necessário colocaria os elementos no estado de PLASMA, diferente portanto do seu estado “normal”.

Sendo assim escreveu um amontoado de disparates em que cola com cuspo uma séie de termos com que deve impressionar os frequentadores do café da esquina. Aqui só dá vontade de rir e depois lamentar que semelhante ignorante acha que percebe alguma coisa de física.

Faz ideia o que é um plasma? Eu explico: é um meio ionizado, quase neutro com comportamento colectivo. Ionizado porque tem partículas carregadas (iões e electrões);quase neutro porque qualquer potencial que seja aplicado ao plasma é curto-circuitado numa distância de alguns comprimentos de Debye do ponto onde o potencial foi aplicado ao plasma; com comportamento colectivo porque o movimento das partículas carregadas do plasma (iões e electrões) é regido por forças de longo alcance, do tipo da Lei de Coulomb, e não por forças de pequeno alcance como as colisões.

Num plasma, as frequências típicas das oscilações que ocorrem no meio são muito maiores do que as frequências de colisão. Por isso, para para comunicar para lá da ionosfera temos de usar uma frequência superior à frequência de plasma máxima da ionosfera...

Unknown disse...

E continuarei a desancar, a dizer que são completas parvoeiras, as baboseiras de ignorantes como o homeopateta renitente.

E veja lá se entende de uma vez por todas: a homeopatetice não é uma teoria científica, é uma banha da cobra "mística" que trata de energias "sobrenaturais".

Anónimo disse...

Parabéns!
Estamos a melhorar, já o consegui por a dar uma explicação, e obrigado por ela!

Só falta, perder essa tendência de claque futubolística boxista, mas há espernaça!

Boa noite!

Anónimo disse...

Este ingénuo renitente é do camandro: manda um arrozoado infeliz de termos científicos misturados pelo DJ Vibe, recebe uma resposta rigorosa, embora obviamente enervada com o abuso de linguagem, e depois dispara um "Prontos, não é preciso ficar assim!"

Eu posso ter um temperamento mais pacato que o Pedro, mas a questão não é essa; posso considerar a reacção dele excessiva no estilo (e ele julgar que a minha é demasiado atenuada), e o ingénuo renitente pode julgá-la insultuosa, e a minha mãe pode achar que não tenho idade para beber, e o meu tio pode insistir em ser sempre ele a abrir o perú no Natal... nada disto interessa muito, já que o fundamental é que o Pedro, além da emoção, tem razão.

Obviamente, é fácil dizer que o Pedro está a argumentar meramente pela autoridade de um canudo e posição académica, e que eu concordo com ele para defender o estabelecimento científico e etc. Mas, se os cientistas são realmente uma pandilha de interesseiros, então talvez não valha a pena invocar o Bohr e de Broglie e outros, presumivelmente alguns dos maiores responsáveis pelo actual paradigma científico (e, por vezes, seres humanos antipáticos ou verdadeiramente detestáveis).

Tudo isto só revela a deriva pós-moderna que grassa pelas mesas de café e esplanadas deste nosso Portugal. Derrida e quejandos à parte, o facto é que a física moderna é complicada, e não basta umas luzes do ensino secundário e/ou uma ou outra cadeira universitária para legitimar tudo o que se diz.

E que tal retractar as ditas plasmices e embrogliadas em que se meteu, ingénuo renitente? Ou então cavalgar ainda mais, e se assim for tenho uma sugestão diagramática, que permite "conciliar" a definição de um plasma com a homeopatia:

Energia -> Ionização -> Plasma

Vida -> Células -> Plasma

Basta ignorar que um plasma não tem nada a ver com o outro, e siga para bingo! Ou então fazer como um ex-colega meu que, instado pelo professor que explicava a renúncia da noção de éter por Einstein, perguntou se o que tinha aprendido a química orgânica no secundário estava errado.

Rui leprechaun disse...

...quero significar que as doenças não são, evidentemente, nem podem ser, perturbações mecânicas ou químicas da substância material do corpo físico, que elas não dependem de um agente patogénico material, mas são alterações dinâmicas e imateriais da vida.

Traduzindo... it's all in the mind, again!!!

Essa afirmação de Hahnemann é um belíssimo percursor da medicina psicossomática, afinal, surgida apenas um século após o seu enunciado, certo?!

A homeopatia até hoje... continua a negar uma causa material para as doenças tratando apenas os sintomas e ignorando as causas...

Essa é boa! Isso é que é saber virar o bico ao prego, hein?! ;)

A medicina alopática é que é primariamente sintomática, como bem sabem aqueles que a ela recorrem. Deveras, essa é uma das principais críticas que as diversas outras terapias muito justamente fazem aos tratamentos da quimioterapia convencional. Isto já para não ignorar a cada vez mais pesada fatia que as doenças iatrogénicas têm nas estatísticas da saúde... ou pior, falta dela!

Em conclusão: se não se morre da doença, morre-se da cura!

Um pouco mais seriamente, e dando um exemplo que os economistas e os investidores em Bolsa facilmente percebem, aquilo que se passa é que os tratamentos médicos convencionais estão praticamente só vocacionados para o curto prazo e nada mais. Logo, os médicos actuam como os meros especuladores da bolsa que depois de retirarem os seus lucros... ou prejuízos!... pouco se importam com a empresa em causa, ou neste caso o seu paciente.

Deste modo, quem entra no circuito "curativo" da medicina alopática dificilmente de lá sai, passando a ser um doente crónico que ora sofre disto ora daquilo, numa sucessão contínua de mazelas que até podem ser curadas com sucesso – ou seja, aliviados os sintomas locais em certo órgão, afinal – para pouco depois reaparecerem noutro lado, ad infinitum! Fala-se muito de prevenção, mas é só um chavão!!!

Já nas terapias mais tradicionais, algumas das quais milenares, o foco está mesmo na saúde do organismo como um todo – corpo e mente – segundo o outro velhinho aforismo da "alma sã em corpo são". Mas lá está, não há de facto testes clínicos que possam comprovar tais efeitos a longo prazo, esse é outro tipo de estudo estatístico que até existe na medicina convencional (sobrevivência a cancros debelados, por exemplo) mas não me parece haver paralelo algum com as outras terapias complementares ou alternativas.

Uma das causas óbvias para o contínuo sucesso destas terapias é a abordagem dita holística, contrária à super especialização e cada vez maior micro-focalização por parte da terapia quimiofarmacêutica. E ainda a real importância dada à higiene de vida das pessoas, a começar pelo princípio mais basilar de todos e que já Hipócrates enunciara logo nos primórdios:

Que o teu alimento seja o teu medicamento!

E nem me vou alargar mais sobre isto, tão auto-evidente é a simplicíssima sabedoria desta máxima, quase totalmente desprezada por aqueles que apenas prestam um inútil "lip service" àquele que ainda consideram pai da medicina, fazendo um juramento em seu nome e pouco mais.

Mas os tais "curandeiros" e "magos" e "charlatães" e "fraudes" e tudo o mais que lhes quiserem chamar – palavras para mascarar o medo da diferença e a ignorância funda! – continuam deveras a seguir esse conselho sábio de milénios, porque também somos aquilo que ingerimos, óbvio! E o que pensamos, nessa funda unidade "mind-body" tão essencial ao tal pensamento dito mágico e que, felizmente, está de novo a ser redescoberta mesmo dentro dos cânones da profissão médica convencional, o que é algo de louvar e acarinhar, já que será esta provavelmente a ponte que unirá TODAS as diversas práticas terapêuticas no reconhecimento da unidade fundamental da Medicina: a real promoção da saúde, como um estado de completo bem-estar físico, mental e social.

Deste modo, é de esperar nos próximos anos uma maior abertura e aproximação entre os diversos profissionais de saúde, mas para tal é indispensável que se vá diluindo o obscurantismo e a rejeição que vários sectores ligados à medicina convencional ainda promovem. E para bom entendedor nem é preciso acrescentar mais nada...


PS: Fernando Martins... a comprovação independente da "memória da água" foi já feita em 2001 por uma equipa pan-europeia chefiada pela profª Madeleine Ennis. Vide este artigo do "Guardian", e o abstract na revista médica "Inflamation Research".

Anónimo disse...

«Maria Velho disse...
...confundir charlatões com espíritas, Doutora???

2 de Dezembro de 2007 21:34
FRM disse...
Cara maria velho, a única diferença é que os segundos são um sub-grupo dos primeiros...
Francisco Martins»

Em relação a esta troca de palavras que inaugurou esta lista de comentários quero lembrar que charlatães são pessoas que lucram enganando o próximo. Os espíritas, entre os quais me incluo, não obtêm lucro de espécie alguma - não cobram nem aceitam ofertas, não ganham prestígio social (bem pelo contrário, como aqui se vê). Ora se os espíritas não fazem do Espiritismo ganha-pão, creio que não podem ser considerados charlatães. Podem, quanto muito, acreditar em algo que não existe, mas temos direito a isso. Tal como a esmagadora maioría da Humanidade, acreditamos que Deus existe, que a alma é imortal, que existe uma diferença entre o Bem e o Mal.
Gostava pois, de apelar ao bom-senso, e pedir que medissem bem as palavras.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Gostava ainda de complementar com o seguinte: o Espiritismo não é, de todo, pessoas sentadas à volta de uma mesa a perguntarem coisas aos mortos. O Espiritismo é toda uma filosofia, com consequências morais, que parte de observações cientificamente comprováveis, e que segue escrupulosamente as conclusões científicas irrefutáveis.

O Espiritismo é descomplexadamente cristão, mas não é uma religião. Vemos nos ensinamentos de Jesus uma grande profundidade moral e filosófica, e, embora não achemos que Jesus é Deus, temos por ele grande respeito e amor, pelo exemplo que nos deu e pela pessoa extraordinária que foi na Terra e que é como Espírito.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

O Espiritismo tem cinco pilares.
Cremos:

- que Deus existe; não será um velho de barbas castigador, mas a causa Primária de todas as Coisas. Deus, para nós, é o Transcendente, o Belo, o Justo e o Bom. Não alimentamos a pretensão de tudo entender, embora a Ciência vá desbravando - e muito bem! - o desconhecido. Deus ultrapassa a nossa compreensão, e cada um concebe-o a seu modo. Ele é a ordem do Universo, que não pode ter saído do Nada. Quem criou Deus? Deus transcende tempo e espaço, Deus é incriado, existe desde sempre, em nossa opinião. Estamos, nesse ponto, "empatados" com os ateus, pois nem nós conseguimos provar Deus nem os ateus conseguem provar o Nada pre-existente. Há ateus que não pensam assim, e que acham que do Nad pode ter saido toda a fabulosa complexidade do Universo. Estão no seu inteiro direito. Nunca insultaremos ninguém por causa disso, nem sequer sentimos a mínima hostilidade ou irritação com quem discorda de nós. Seria a negação dos sentimentos cristãos que procuramos humildemente cultivar.

Vemos Deus nas admiráveis e perfeitas leis do Universo. Deus não faz milagres, não muda a ordem natural das coisas. "Milagre" serão as leis da Natureza, que para nós são Leis de Deus. O biólogo, em nosso entender, quando estuda as células, está a explorar a obra de Deus. Há quem não goste da palavra "Deus". Seja. Para nós o Universo não é caótico. É ordenado, inteligente. A isso chamamos Deus. Reservamo-nos esse direito, cientes de que não ofendemos ninguém, pois reconhecemos a todos a liberdade de pensamento.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Acreditamos na imortalidade da alma. Ou seja: a inteligência não é produto do cérebro. O cérebro é um "hardware" de um "software" bem mais complexo que passa pelo corpo espiritual (ou perispírito) e, finalmente, pelo Espírito propriamente dito. Esta é a convicção de muitos filósofos desde as origens da Humanidade. Paulo, o apóstolo, chamava "carro da alma" ao corpo espiritual. Outros chamaram-lhe corpo subtil, alguns cientistas chamam-lhe modelo organizador biológico.

Ainda não sabemos "de que é feito" o corpo espiritual, e muito menos sabemos, ao certo, o que é o Espírito. Podemos dizer que é o ser pensante.

Provas científicas? Não temos. Como as religiões não as têm. Temos observações empíricas, evidências científicas, temos factos que dificilmente se podem desmentir. Temos os ensinamentos de Jesus e de outros que consideramos Espíritos evoluídos.

Lançar à conta de mistificações todas as manifestações dos Espíritos é, como alguém disse, não saber viver. No século XIX, quando esteve na moda o contacto com o Além para fins recreativos, apresentavam-se em feiras e teatros pretensos médiuns, que levavam a cabo números grotescos de circo, com pessoas de fato negro pintado de esqueleto, que na obscuridade davam a ilusão pretendida. Aproveitando a moda da filosofia então nascente, auto-denominavam-se "espíritas". Confundir tal coisa com Espiritismo é ainda pior que confundir Astrologia com Astronomia, ou Ilusionismo com Química!

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Muito ligada à existência dos Espíritos, que mais não são do que pessoas como nós que deixaram o corpo físico, está a questão da mediunidade. A mediunidade também pode ser chamada percepção extra-sensorial.

A parapsicologia tem três correntes:

- a francesa, que é católica e se ocupa basicamente em afirmar que os mortos estão a "dormir", à espera do Juízo Final, e que os milagres existem, mas que os Espíritos não existem (apenas os anjos e os santos que estão todos no Céu - e não se veja nisto nenhuma ironia, são os factos);

- a russa, muito marcada pela ideologia materialista, que nega a priori a imortalidade da alma;

- a norte-americana, iniciada por Joseph Banks-Rhyne, que considera a existência de fenómenos que só podem explicar-se pela acção de inteligências extra-corpóreas.

Para além da Parapsicologia, que muitos ainda não consideram uma ciência, talvez por preferirem discutir questões epistemológicas em vez de objectivamente analisarem os factos, existem cientistas respeitáveis de outras ciências reconhecidas que têm estudado a fundo este assunto.

O preconceito de alguns advém de que os cientistas, por formação, costumam associar imortalidade a "sobrenatural". Ora a imortalidade da alma é uma hipótese de trabalho que merece ser investigada sem preconceitos. Se se vier a provar, sem margem para dúvidas, será então considerada um fenómeno natural.

É claro que é muito mais difícil estudar a mediunidade que estudar a composição química da água!

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Outro pilar da filosofia espírita é a reencarnação. Cremos na reencarnação não só porque os primeiros cristãos (três primeiros séculos d. C.) eram reencarnacionistas, tanto quanto se sabe, e porque em nosso entender Jesus pregou a reencarnação.

Não cremos na reencarnação só porque cerca de 70% da Humanidade terrestre crê.

Cremos na reencarnação porque faz sentido do ponto de vista filosófico e moral, e porque cientificamente há fortes evidências de que assim é.

Há profusa bibliografia científica acercado assunto. Mas ao Espiritismo não cabe fazer investigação científica. A ciência é para os cientistas, e de duas uma:

- Ou uma coisa existe, ou não existe! Não pode existir para a Ciência e não existir para a religião, ne vice-versa. Em nosso entender as religiões sempre chegaram pelo raciocínio a conclusões a que a ciência chegará pela experimentação. A reencarnação será uma delas, assim achamos. Neste momento há cientistas que consideram provada a imortalidade da alma, a mediunidade e a reencarnação. A Ciência não é monolítica. Ela é feita de diferentes pessoas. Ian Stevenson, respeitado Psiquiatra, estudou casos sugestivos de reencarnação durante quatro décadas. Catalogou-os aos milhares, e morreu em janeiro deste ano sem a certeza absoluta de que a reencarnação é um facto 100& provado. Parece-nos uma atitude nobre, digna de um cientista. Outros estudiosos, como por exemplo Konstantin Korotkov, consideram ter provado a existência da alma (ou Espírito).

Afonso Pereira

Anónimo disse...

O quinto e último pilar do Espiritismo é a crença na pluralidade dos mundos habitados. Não acreditamos em "discos voadores". Nem deixamos de acreditar. Parece-nos que a grandiosidade do Universo é incompatível com a ideia de um só planetazinho habitado. Não temos provas. Também Carl Sagan não as tinha, e tinha a convicção, a crença, de que existe vida inteligente fora da Terra.

Disse Jesus que "há muitas moradas na casa do meu pai". Em nosso entender ele referia-se aos muitos mundos habitados, quer os mundos "materiais", quer àqueles que nos são invisíveis, que pertencem ao mundo dos Espíritos.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Allan Kardec escreveu as quatro obras que são a chamada codificação espírita:

- O Livro dos Espíritos
- O Livro dos Médiuns
- O Evangelho Segundo o Espiritismo
- O Céu e o Inferno
- A Génese

Nestas obras estão compiladas comunicações que consideramos provirem de Espíritos em diversas condições de felicidade e sabedoria, em diferentes fases, portanto, de jornada evolutiva.

Nestas obras se explica quem somos, de onde vimos e para onde vamos, o que significam as alegorias do Céu e do Inferno, dos anjos e dos demónios, o que são as Leis Morais.

Foram escritas em meados do século XIX, não falam de Física Quântica, como O Capital ou A Origem das Espécies, saídas na mesma década, não falavam, mas o cerne da questão está lá.

Filósofos espíritas do quilate de Léon Denis ou José Herculano Pires têm complementado admiravelmente estas obras. Cientistas espíritas como Gabriel Delanne ou Hernâni Guimarães de Andrade ídem.

Um cientista pode ser espírita sem que isso lhe retire rigor e imparcialidade. Ídem para o ateu, o católico, o budista, o racionalista cristão, etc..

Existe por exemplo uma associação internacional de médicos espíritas, que congrega associações nacionais, e que conta com profissionais de elevada craveira, que são também investigadores. Nomes como Sérgio Felipe de Oliveira ou Marlene Nobre, entre tantos outros, merecem ter os seus trabalhos analisados com seriedade.

Não cabe ao Espiritismo fazer pesquisa científica, esse profissionais são espíritas no exercício do seu direito de livre crença. Mas a sua crença motivou-os para essas áreas de investigação.

Outros cientistas, não espíritas, têm chegado às mesmas conclusões. O Dr. David Fontana, no Reino Unido, tem trabalhado em materializações de Espíritos, e não é espírita. O Dr. Mário Simões, em Portugal, desconhece igualmente o Espiritismo e as suas pesquisas têm vindo a confirmar o que o Espiritismo defende há exactamente 150 anos.

Serão todos lunáticos os que põem seriamente a hipótese de a realidade ser mais complexa do que abarcam os nosos sentidos e a maioría dos nossos instrumentos? A Ciência já descobriu tudo?

Achamos que não. Não pretendemos converter ninguém. Há quem ache que tem o direito de atacar de forma torpe o Espiritismo, sem sequer conhecer o mais essencial que tentei em breves linhas traçar. Paciência...

Não me preocupei em verter nomes e mais nomes de cientistas espíritas ou de outros cujas conclusões são a favor dos pilares do Espiritismo. Quem quer saber descobre o que procura.

O Espiritismo é acima de tudo vivência evangélica, proposta de melhoria e autoconhecimento da Humanidade, prática da Caridade, na mais bela acepção da palavra.

"Mas se falam de Deus e do Evangelho são uma religião" - objectarão alguns. Não, porque defendemos a fé raciocinada e em consonância com a Ciência, e porque nada temos do que caracteriza as religiões: dogmas inquestionáveis, rituais, mitos, sacerdócio, etc.. Allan Kardec disse que sempre que a Ciência comprovasse estar o Espiritismo errado num ponto, que esse ponto fosse posto de parte de imediato.

"Amar a Deus, e ao próximo como a nós mesmos" - são as palavras de Jesus, que segundo ele, resumiam toda a lei e todos os Profetas. É essa a nossa prioridade, e acreditamos que temos o direito de a professar sem sermos insultados.

Saudações Cordiais a quem teve a paciência de me ler.

Afonso Pereira

Anónimo disse...

Ao Sr. Carlos Fiolhais, que fez um post a troçar da Revista do Grupo Espírita Batuíra, de Algés (Batuíra é o nome de uma ave, e era a alcunha de um espírita português que viveu no Brasil), recomendo que vá ao site:

http://www.verdadeluz.com/

e encomende o dvd das II Jornadas Portuguesas de Medicina e Espiritualidade, onde estiveram presentes médicos como o Doutor Sérgio Felipe de Oliveira, de cujas habilitações académicas o Sr. Fiolhais duvida, ou nega, para sermos mais exactos.

Veja para poder criticar, sem se limitar à troça infantil.

Os médicos e psicólogos presentes nessas jornadas têm todos obra feita, livros publicados, cátedras no Brasil e no Estrangeiro, pacientes curados, artigos em revistas científicas, etc..

Em Portugal temos por exemplo a www.ameporto.org. Gostava de ver o Sr. Fiolhais a rebater ponto por ponto, a provar que esses profissionais estão errados, e já agora, a revelar que as habilitações e curriculos são falsos. Não pode, é claro!

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...