Hoje, 15 de Abril ou 26 de Nisan no calendário judaico, é o Dia de Lembrança do Holocausto. Dia em que se recordam seis milhões de mortos judeus para que nunca mais seja possível o horror que aconteceu há 60 anos. Um dia de defesa da memória para que imagens como estas nunca mais se repitam!
Mas o Yom Hashoah é também um dia de esperança em que simultaneamente se celebra a revolta heróica no ghetto de Varsóvia em 1943. Assim como se recordam as acções dos «Justos entre as Nações». Porque há sempre esperança, se todos repudiarmos tiranos em nome de uma ideologia, política ou religiosa ...
domingo, 15 de abril de 2007
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10 comentários:
O holocausto mostra-nos que a religião nem sempre está do lado do opressor. Por vezes, está do lado da vítima.
Sobretudo, mostra-nos que devemos ter sempre medo de todos os que, religiosos ou ateus, aparentam ter a verdade absoluta.
Não mostra não.
Não só Hitler era religioso (e explicitamente anti-ateísta) como o anti-semitismo comum na cultura europeia na altura da ascensão do nazismo encontra as suas origens em grande medida na religião.
A religião nada tem a ver com o caso. Grande parte dos judeus alemães eram ateus.
Luís Lavoura
De acordo com o próprio site referenciado no post, 15 de Abril foi o 27 de Nissan (e não 26), e o Yom Hashoah é hoje, 16 de Abril (por o 27 de Nissan cair a um Domingo). Terá a correcção alguma importância? Se calhar, tem tão pouca como ser ou não engenheiro. Mas sempre achei que a precisão dos factos é relevante, sobretudo quando estes se referem a uma cultura pouco conhecida pela maioria de nós. Não gostaria de ler, num site israelita, que a república foi instaurada em Portugal a 4 de Outubro.
caro Nuno:
De acordo com a Comunidade Israelita de Lisboa foi ontem. Aliás, ontem a Rádio Europa Lisboa (90.4 fm) teve uma emissão especial com a participação de Esther Mucznik.
Convem lembrar que o "Holocausto" não foi uma matança apenas de judeus. Os campos de concentação e extermínio tinham e mataram muita gente além de judeus. O ódio nazi (e dos seus colaboradores, em particular entre alguns povos que não o alemão) não se virou apenas contra os judeus.
Luís Lavoura
luis:
já referenciei outros alvos nazis: as anti-sociais feministas. Grupo que incluia homossexuais (homens identificados com um triângulo rosa) e ciganos, p.e., estes nalguns campos de concentração identificados com um triângulo castanho.
Os ateístas e testemunhas do jeová foram tb perseguidos, etc..
Cara Palmira,
Não pretendi, em momento nenhum, ter conhecimentos especiais sobre o judaismo, ou as suas datas. Foi justamente por não os ter que li com bastante interesse a página referenciada no post, http://history1900s.about.com/cs/holocaust/a/yomhashoah.htm. Em relação ao meu comentário, apenas assinalei que a informação aí disponível não coincide com a que era transmitida no texto, e, aparentemente (ainda não conferi), com a veículada pela Comunidade Israelita de Lisboa. Não me tome, peço-lhe, por um criacionista a negar a girafa: não passo de um mero curioso, que tenta apenas distingui-la do elefante.
Isto nada tem, de resto, a ver com a real importância do tema, como julgo ter tido o cuidado de ressalvar.
Em resposta ao João Vasco, peço-lhe que confira as suas fontes históricas. Não só Hitler renegou o papel da religião como chegou a debater com Goebbels a possibilidade de criar um novo culto ariano, levemente baseado nas divindades do Reno. (Como dizia Woody Allen, sempre que ouço Wagner fico logo cheio de vontade de invadir a Polónia.)
Se, além de consultar as fontes históricas, vir o meu post, quando eu digo que a religião nem sempre está do lado do opressor, estou a deixar implícito que muitas vezes esteve do lado do opressor.
Esse é o lado negro da religião. É que deixa em muitos dos seus praticantes a sensação de domínio da verdade absoluta e é nessas alturas que acontecem as tragédias do Holocausto, da Inquisição, da escravatura.
Actualmente, não pratico nenhuma religião. No entanto, fico chocado com o tom anti-religião de muitos posts deste blogue. O Papa anterior, por quem não nutria especial afeição, teve a coragem de reabrir o processo de Galileu e de pedir desculpa pela perseguição que a Inquisição moveu contra os judeus.
A grande maioria dos crentes que conheço aceita de bom grado as conclusões de Darwin e as correcções que entretanto foram sendo introduzidas. Conciliam sem dificuldade uma crença religiosa com um espírito científico aberto.
Por isso, não se tome a nuvem por Juno. Por haver uns milhares de lunáticos que, essencialmente nos EUA, querem reintroduzir o criacionismo, não é preciso condenar todos os crentes à fogueira.
O tempo que se perde em inúmeros posts a condenar os neo-criacionistas parece-me perfeitamente desproporcionado para a verdadeira importância que eles têm. Não há maior loucura do que tentar discutir com um louco. Só lhes estão a dar projecção mediática.
Penso que a revisão do processo de Galileu deveria ter funcionado como uma demarcação de águas entre a ciência e a religião. Hoje ninguém com bom senso deixa de perceber que questões como a origem do Universo estão solidamente dentro do âmbito exclusivo da ciência. Questões como as convicções próprias do indivíduo estão no âmbito exclusivo da religião, se for essa a sua escolha.
Uma guerra entre ciência e religião é perfeitamente inútil e estéril.
Se mantivermos clara essa separação, poderemos passar ao passo seguinte, que é separar política e religião. Grande parte do sofrimento actual emana dessa sobreposição indevida. Por isso, em vez de andarmos a discutir teorias criacionistas que estão enterradas há mais de 100 anos, vamos antes tentar tirar dos erros que então se cometeram, ao misturar religião com ciência, lições que nos permitam agora resolver esse problema maior e actual que é a mistura de política e religião.
Caro Luis Lavoura
Sim, é verdade. O ódio nazi não se virou apenas contra os Judeus. Mas fe-lo de uma forma muito especial para com os Judeus. O anti-semitismo não era (e é) apenas ódio. É o ingridente principal de toda uma ideologia (na qual os eslavos, ou ciganos, ou doentes mentais-apesar de serem considerados inferiores- não tem qq papel, felizmente para eles) Os judeus sabem muito bem que não foram os unicos: os ciganos, os deficientes, doentes mentais, etc.
Imagine o seguinte: Imagine que parte da sua familia tivesse sido assassinada nos campos. Eu dirigia-me a si e dizia: Sabe, Luis, a sua familia não foi a unica. Não foram os unicos a sofrer os efeitos do odio alemao. O que é que pretende com isto? Dizer que todas as vitimas são iguais. Sim, é verdade, é EVIDENTE que são iguais. Nunca ouvi nenhum judeu a dizer que a sua experiencia nos campos foi mais "genuina" do que a de um cigano, ou de um polaco, ou de um doente mental (que eram na sua maioria mortos sem ir para parte nenhuma). Não se trata de uma "vitimização especial." (aliás, fazer isto revelaria algo muito morbido, doentio, que me causa a mais profunda repulsa. No dia 15 lembramo-nos de todos os Judeus assassinados. É só. Um dia. Para os 6 MILHOES. Só isso.
Mas o que eu lhe quero mesmo dizer é isto (sem qq pedido de desculpas) Vá BORDAMERDA com a sua politizaçãozinha da morte, seja de quem for. BORDAMERDA...Ouviu!
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