terça-feira, 22 de abril de 2008

Agamémnon, senhor da casa, senhor da guerra

Informação recebida do Instituto de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra

Vai realizar-se nos próximos dias 28 e 29 de Abril, no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o Colóquio Internacional Agamémnon, senhor da casa, senhor da guerra. O mote é o seguinte:

Agamémnon, o poderoso senhor da Casa dos Atridas, representa, por si, o núcleo em que se concentram conflitos e paradoxos extremos que se hão-de desdobrar, mediante a força narrativa que possuem e a inspiração neles encontrada por poetas, músicos, pintores, desde a Antiguidade. É sobre este mito que o convidamos a reflectir.

A ENTRADA É LIVRE

PIONEIROS PORTUGUESES VISTOS POR UM INGLÊS


Acaba de sair em português mais um livro do historiador inglês, formnado em Oxford, e que ensina na Universidade de Londres (Queens Mary College) e na Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, Felipe Fernández-Armesto. Nascido em 1950 e muito prolixo, detém actualmente a cátedra de História Ambiental Global em Londres e dirige o programa de História Global do Institute of Historical Research da Universidade de Londres. A sua especialização é, portanto, a “história global”, sendo autor de numerosos livros de grande difusão que pretendem fornecer perspectivas históricas abrangentes sobre temas como os descobrimentos, as ideias, a alimentação, a reforma religiosa, etc. Muitos dos seus livros estão traduzidos em português, mas só alguns em português europeu. É o caso de Cristóvão Colombo, Presença, 1992, Milénio, Presença, 1996, As américas: história breve, Círculo de Leitores, 2004, e Ideias que mudaram o mundo, Civilização, 2005 (consultei as fichas da Biblioteca Nacional de Portugal, que, curiosamente, dão o autor como morto).

O novo livro intitula-se Pioneiros” e subintitula-se “A história épica das explorações do homem ao longo dos séculos”. Trata, ao longo das suas 508 páginas, da história das grandes explorações e dos grandes exploradores, desde as peregrinações dos homens pré-históricos até aos nossos dias. É sabido que Portugal teve um papel de vulto na descoberta do nosso planeta. Comprei curioso para saber como Portugal era tratado. Lá estão, como não poderia deixar de ser, alguns dos maiores exploradores portugueses: o Infante D. Henrique, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães. Mas esses nossos locais não aparecem muito bem tratados no contexto global. Os portugueses como eu não especializados em história e, por formação escolar, receptores da historiografia oficial do Estado Novo, que tendia a heroicizar os nossos descobridores, encontrarão motivos de surpresa neste livro.

Quando Fernández-Armesto disseca os motivos que levaram aos descobrimentos ibéricos começa logo por relativizá-los ao escrever: “Podem aplicar-se à Península Ibérica as palavras de um camponês que, ao ser-lhe pedido por um motorista que passava que o orientasse, respondeu: ‘Se fosse a si, não começaria por aqui’. Por vezes, o dinamismo da actividade marítima resulta da abundância de recursos, de um poder dominante ou de um excesso de população. A Península Ibérica pertence a uma categoria menos privilegiada. A saída para o mar da Espanha e de Portugal faz lembrar os países do Terceiro Mundo que actualmente [sic], pela sua partida desesperada em busca de recursos e a sua confiança inicial no capital estrangeiro e no seu ‘savoir-faire’, já que os empresários e técnicos italianos, especialmente os genoveses, desempenharam um papel importante nas aventuras marítimas dos espanhóis e dos portugueses nos séculos XIV e XV.” É certo que no século XIV éramos pobres e em larga medida dependentes, mas talvez seja algo exagerado atribuir aos italianos o mérito na partida dos portugueses para a aventura marítima. Talvez seja mais certo dizer que estávamos no sítio certo, a ponta Europa, na altura certa, o fim da Idade Média.

Sobre o Infante Dom Henrique, o historiador inglês não é menos surpreendente para um leitor português. Diz que o cognome internacional de “Navegador” é “enganador, porque se aplica a um patrono de navegadores que nunca fez mais de duas ou três viagens marítimas por rotas conhecidas entre a Península Ibérica e Marrocos”. Até aí tudo bem, pois, de facto, o Infante permaneceu em terra. Mas para o autor inglês o nosso Infante era um pirata e um comerciante de sabão: “Henrique vivia num mundo de aparências. As suas gratificações aos homens de letras, apesar de serem dinheiro bem gasto, provinham de magros recursos. Parece que a sua fortuna prematura lhe vinha da pirataria e da sua crescente habilidade no monopólio do sabão. Apesar de falar e escrever sobre as suas empresas como guerreiras, esforçou-se por conciliar os seus interesses com o espírito das cruzadas. (...) O seu castelo da em Sagres, que costuma ser considerada [sic], inapropriadamente, uma espécie de lugar de encontro de sábios, estava possivelmente mais próximo em espírito, e prefigurava de algum modo, o Castle Drogo de Julius Drewe, que fundou a cadeia Home & Colonial Stores, ou talvez – por causa do sabão – o Thornton Manor de William Lever, o fundador da Unilever”. Já sabíamos que a escola de Sagres não existiu aí, mas agora ficámos a saber que Sagres é comparável ao castelo de imitação feito no século XIX por um comerciante inglês ou à mansão de um industrial de sabões da mesma época...

Ficamos também a saber que D. Henrique tinha uma grande crença na astrologia: “ ‘A motivação que deu origem a todas as demais’, afirma Zurara, foi a fé de Henrique no seu próprio horóscopo. Marte e Vénus eram as suas influências dominantes, com Marte na sétima casa dos ‘segredos e ambições’ “. Mas isso não admira nada pois na época não tinha nascido a astronomia moderna... Ficamos ainda a saber sobre a fama do Infante, iniciada por Zurara: “A adulação científica que Henrique conseguiu no seu tempo não era mais do que o equivalente aos títulos honoríficos que actualmente professores bajuladores concedem a ‘estadistas’ sem escrúpulos ou a ‘piratas’ financeiros bem sucedidos”. Mas há pior, D. Henrique era para o historiador inglês o chefe de um grupo de bandidos: “Uma parte surpreendente dos documentos que se conservaram referentes a Henrique são indultos para membros do seu séquito por crimes violentos, especialmente homicídios e violações. “ Por último, Fernández-Armesto desmente que D. Henrique pretendesse expandir a fé, como eu e muitos outros aprendemos na escola: “Com excepção das doações feitas no final da sua carreira para o estudo da teologia em Lisboa e Coimbra, Henrique nunca investiu recursos para espalhar a fé. O reino por cuja expansão lutava era, em todos os aspectos, deste mundo. É notável que os únicos frades que obtiveram uma bula para actividades na costa da Guiné- ou seja, na região ao sul de Marrocos – em vida de Henrique ou pouco depois, não foram sequer portugueses, mas franciscanos de Castela, para quem os portugueses eram ‘piratas com nomes de cristãos’ “

Vasco da Gama não fica melhor no retrato: “Vasco da Gama não foi nem herói nem vilão, mas um provinciano irascível, sem estômago para a vida na corte: um ‘hobereau’, um fidalgo provinciano catapultado para uma situação de poder, um xenófobo que dificilmente se teria mudado para os trópicos, um frustado adepto do culto renascentista da fama que procurava promover o comércio através das armas. Foi também uma vítima a quem as coisas saíram bem. Se saiu do anonimato e lhe confiaram a missão de comandar a expedição, isso só aconteceu graças à aquiescência de uma fracção que esperava que fracassasse”. E, mais adiante, acrescenta Fernández-Armesto: “Vasco da Gama tinha cometido praticamente todos os erros imagináveis. A sua famosa travessia do Atlântico Sul merece ser reconhecida como o trajecto em mar aberto de maior duração até então realizado por um navegador europeu. No entanto, foi mais uma demonstração de audácia que de perícia”. Pergunto: de que lhe serviria, naquele tempo, a muita perícia sem a equivalente audácia?

Poder-se-á dizer que o historiador inglês é descendente de espanhóis (o seu nome hispânico provém da nacionalidade espanhola do pai) e que a velha rivalidade ibérica não será estranha a alguns dos conteúdos do livro. Mas poder-se-á também dizer que são bem conhecidas outras afirmações do mesmo tom de ingleses sobre Portugal e os portugueses. Foi Lord Byron quem se interrogou num poema (“Childe Harold's Pilgrimage”, 1818) porque desperdiçou Deus os seus talentos com os “escravos” lusitanos? Poor, paltry slaves! yet born 'midst noblest scenes / Why, Nature, waste thy wonders on such men?” O historiador inglês não foge à regra ao dizer a certo passo que os habitantes do Índico “mal se deram conta da presença dos pobres bárbaros de Portugal”. Enfim, um livro que se tem de ler com algumas reservas.

- Felipe Fernández-Armesto, Pioneiros. A história épica das explorações do homem ao longo dos séculos, Dom Quixote, 2008.

Leonardo por Jorge Calado


Informação recebida da Fundação Gulbenkian:

Jorge Calado, professor de Química do Instituto Superior Técnico, na terça-feira, dia 29 de Abril, pelas 18 horas, no Auditório 2 da Fundação Gulbenkian, proferirá uma conferência intitulada: "Leonardo:o Homem Imperfeito". A conferência insere-se num ciclo ligado à exposição "Leonardo da Vinci. O génio", que está patente no Museu da Ciência, Rua da Escola Politécnica, em Lisboa (mais precisamente no Antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres) até ao dia 22 de Junho.

Nova Gazeta de Matemática


Acaba de sair o nº 154 da "Gazeta de Matemática", revista publicada pela Sociedade Portuguesa de Matemática. A revista, totalmente remodelada do ponto de vista gráfico (com Leonard Euler na capa), é agora dirigida por Jorge Buescu.

DIA DA TERRA


Hoje celebra-se, a nível mundial, o Dia da Terra.

Quem se mete com a Fenprof leva

No "Público" de hoje, na secção "Cartas de Leitores", o secretário-geral da Fenprof reage violentamente a um escrito de opinião, publicado pelo mesmo jornal, de Rui Baptista, colaborador habitual deste blogue, em que ele falava de "má consciência sindical" a propósito do recente acordo Fenprof - Ministério da Educação. Trancrevem-se aqui o "Esclarecimento" do dirigente sindical assim como a opinião ("A Máscara") que lhe deu origem.

Esclarecimento
22.04.2008

O senhor Rui Batista mentiu no PÚBLICO, em artigo publicado no dia 17 de Abril, ao afirmar que os sindicatos se renderam e se ajoelharam aos pés da ministra da Educação para deporem as armas no chão, explicando que tal se devia ao facto de ter sido criado "um novo escalão remuneratório para os professores titulares, que passaria a ser usufruído por "uns tantos detentores dos órgãos de soberania e das cúpulas sindicais".

Na verdade, este índice remuneratório foi criado para garantir a paridade entre a carreira docente e a dos técnicos superiores da Administração Pública, conquistada em 1986 e perdida agora com a criação de um novo índice de topo para aqueles técnicos superiores. Ignorância à parte, e tudo indiciando não ser esse o problema do senhor Rui Batista (não tem qualquer fundamento a sua afirmação de que este novo índice se destina a ser aplicado a membros de órgãos de soberania e a dirigentes sindicais, estes sim, penalizados pelo ME na sua carreira profissional), outra deverá ser a conclusão a retirar daquelas palavras. Ou seja, a afirmação de Rui Batista parece ter a intenção de denegrir publicamente a imagem dos dirigentes sindicais, mentindo e difamando-os, razões por que a Fenprof decidiu accionar os adequados procedimentos judiciais a fim de defender o bom-nome dos docentes que exercem funções de direcção sindical e garantir o respeito pela sua integridade moral e ética.

Mário Nogueira
Secretário-geral da Fenprof

A máscara
17.04.2008

As notícias sobre a negociação entre o Ministério da Educação (não será mais correcto dizer ministra da Educação?) e a fortemente politizada Plataforma dos Professores (não será, igualmente, mais correcto dizer Mário Nogueira?) têm chovido em catadupa, encharcando até aos ossos uma desavença aparentemente sem fim à vista, ou simples tréguas, tentando agora convencer os mais ingénuos que o que estava em jogo era, acima de tudo, o interesse dos professores que se deparam no seu dia-a-dia com os inúmeros problemas com que a escola de hoje se defronta numa espécie de casa onde todos ralham: uns com mais ou menos razão, outros sem razão nenhuma.

Neste desolador panorama, em que a escola deixou de ser risonha e franca - como se dizia anos atrás -, tem-se apresentado a plataforma sindical prisioneira de uma postura démodé em que, como diria Eça, "é útil balar como os carneiros", como o faziam em massa os operários dos primeiros sindicatos da era industrial.

Realmente, o que se encontra verdadeiramente em jogo neste braço-de-ferro entre a tutela e os sindicatos? Para estes, a discordância com o novo sistema de avaliação dos professores (embora os sindicatos jurem a pés juntos que não), com defesa no argumento dessa avaliação ter tido início tardio (aqui, em argumento prenhe de razão), e a criação de uma carreira docente que contempla a criação de duas categorias de professores: professor e professor titular.

Hoc opus hic labor est (em tradução livre, "aqui é que a porca torce o rabo"). A Plataforma dos Professores que defendeu, à outrance, a derrogação desta duplicidade docente rendeu-se e ajoelhou-se aos pés da ministra da Educação para depor as armas no chão. Em mera medida de oportunismo ministerial, a pomba da paz desceu dos céus trazendo no bico um rebuçado para adoçar a boca amarga dos sindicalistas mais renitentes, através da criação de um novo índice remuneratório para os professores titulares. É bom que se diga: passarão a beneficiar desta medida uns tantos detentores dos órgãos de soberania e das cúpulas sindicais, ainda que mesmo com formação académica de base a nível do antigo ensino médio, com longos anos de sacrificado serviço à política e ao sindicalismo, em contrapartida com uma vida tida como bem-aventuranda na docência, ainda que, muitas vezes, com alunos de bairros degradados ou rebeldes filhos de família! Naquilo que eu julgo ser um problema de má consciência sindical, critico o desinteresse dos sindicatos pelo facto de os professores licenciados por universidades não titulares terem os seus escalões congelados e o acesso a professor titular verdadeiramente dificultado, quando outros com preparação bem menor por um bambúrrio já ocupam essa titularidade.

Numa época em que, segundo Alexander Soljenitzyn, "o relógio do comunismo já soou todas as badaladas", os verdadeiros interesses da sociedade, das escolas, dos professores e dos alunos estarão resguardados e bem servidos com um sindicalismo retrógrado e ultrapassado? A plataforma dos sindicatos é possível que entenda que sim. Terá as suas razões. Mas deverá desafivelar a máscara de um sindicalismo moderno e democrático!

Rui Baptista
Coimbra

Livro inovador permite “entrar” nos laboratórios

Transcrevo notícia publicada hoje no jornal gratuito "Meia Hora" sobre um livro electrónico para cujo lançamento pude contribuir ontem na Reitoria da Universidade do Porto:

E-book possibilita acesso on-line a experiências na área da medição. Ler um livro e aceder ao mesmo tempo a experiências que estão a decorrer em laboratórios reais é agora possível através de uma obra inovadora lançada pela Universidade do Porto (UP).

O e-book, um conceito inovador em Portugal, permite o acesso remoto à experimentação on-line do Laboratório de Instrumentação para Medição da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Através do livro, e à distância de alguns cliques, o leitor pode “entrar” nos laboratórios da UP e contactar com diferentes técnicas de medição, exactamente como se estivesse em ambiente laboratorial real.

Através de experiências remotas e de uma simulação, o leitor pode complementar o conteúdo escrito com “imagens, vídeos e animações que ajudam à compreensão da teoria”, explicou ao Meia Hora Maria Restivo, co-autora da obra com outros quatro docentes do Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP. De acordo com a investigadora, o novo livro – que está disponível em português e em inglês – destina-se não só a estudantes universitários mas também ao público em geral, por considerar que “a instrumentação para medição é totalmente transversal a todas as áreas”. O e-book foi apresentado ontem na UP pelo físico Carlos Fiolhais.

RAQUEL MADUREIRA
rmadureira@meiahora.pt

“Medir é o começo de tudo, é o começo da ciência”


Entrevista a Carlos Fiolhais

Como vê este cruzamento da ciência com a tecnologia?

Uma não vive sem a outra. É um cruzamento de duas vias, porque hoje em dia os laboratórios estão todos automatizados. A ciência alimenta e alimenta-se das novas tecnologias.

O acesso remoto a laboratórios é a aposta do futuro?

Sim, hoje já é possível controlar laboratórios à distância. Posso ter um braço robotizado no Porto, por exemplo,e movimentá-lo em Angola. O modo como isso se faz é descrito no livro da UP.

De que forma é que a medição está presente no nosso dia-a-dia?

Apesar de não nos apercebermos, lidamos com a medida constantemente. A medida está em todo o lado. Medir é o começo de tudo. É o começo da ciência.

Maria Teresa Restivo, Fernando Gomes de Almeida, Maria de Fátima Chouzal, Joaquim Gabriel Mendes e António Mendes Lopes,
"Laboratórios de Instrumentação para Medição / Laboratories of Instrumentation for Measurement" (e-book), Editora da Universidade do Porto, 2008.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O “bullying” e os estrangeirismos

Novo post de Rui Baptista:

Viajando em malaposta, as novidades vindas lá de fora levam o seu tempo a chegar até nós, mas quando chegam chegam em força. Num dos media (palavra latina adoptada pelos ingleses usada entre nós sem qualquer restrição, a ponto de hoje se escrever desnudada de aspas ou da grafia em itálico), é noticiado um novo caso de “bullying” da responsabilidade de um criança em transição para o período da adolescência: “O tema está em voga e os casos sucedem-se. O mais recente foi em Castanheira de Pera, onde um aluno de 12 anos da Escola Básica 2.º e 3.º Ciclo Byssaia Barreto agrediu uma professora. A situação foi de tal maneira grave que até a GNR foi chamada ao local” (“Diário as Beiras”, 19.Abril.2008).

Dias atrás, vi-me confrontado com um comentário feito ao meu “post” – “A DREN e o segredo de polichinelo” (13.Abril,2009) –, em que me foi feita a proposta da substituição da palavra inglesa “bullying” por uma outra genuinamente portuguesa. Mas como traduzir em uma só palavra um conceito tão abrangente como “actos de agressão física, verbal ou psicológica contra indivíduos incapazes de se defenderem”? Daqui, eu continuar a utilizar este anglicismo. Aliás, idêntico critério é seguido habitualmente em citações académicas para que a respectiva tradução não saia desvirtuada do seu verdadeiro sentido porque “tradutore, traditori”.

Já no desporto, mesmo quando as palavras ainda não têm tradução, o respectivo uso popular vai aportuguesando-as: “football” traduzido por futebol, “box” por boxe, “basketball” por basquetebol, etc. Já “bowling”, jogo ainda com pouca implantação entre nós, não encontra tradução em português nas enciclopédias e dicionários de referência, com excepção do “Houaiss”, o único a registar bólingue. Aguardemos para ver se este significante é dado como nado-morto, é tido como bastardo ou é perfilhado.

Aliás, a “Internet” tem sido um terreno fértil e bem adubado para a proliferação de anglicismos como “post”, “e-mail”, “download”, etc. Mas mesmo aqui os aportuguesamentos vão chegando, embora encontrando resistência por parte de muitos cibernautas que insistem em não utilizá-los, dando preferência às palavras originais.

Em desacordo com um exagerado chauvinismo em querer traduzir toda e qualquer palavra estrangeira, Eça polvilhou, a seu bel-prazer, páginas de prosa genial que lhe nasciam da pena sob a forma de galicismos. Com isso, sujeitou-se à crítica de medíocres contemporâneos seus e de gerações vindouras que o acusaram de pedantismo. De modo igual, um filólogo de grande referência, Cândido de Figueiredo (1846-1962), critica o uso de estrangeirismos: “Mais escrupulosos são os que não podendo evitar o império do abat-jour o aportuguesam um pouco chamando-lhe abajur. A verdade, porém, é que não temos necessidade sequer do mascarado estrangeirismo. Em linguagem nossa temos para o mesmo uso: sombreira, quebra-luz, pantalha, bandeira”. Ora das palavras para fugir a este galicismo, resta hoje quebra-luz de uso pouco corrente. Sombreira, bandeira e pantalha [ paradoxalmente, de etimologia estrangeira também ela: pantalla, em espanhol] não encontraram guarida na nossa linguagem comum não se subtraindo à tirania da pátria de Victor Hugo.

Muitos anos atrás, que já lhes perdi a conta, uma serviçal de minha mãe, ao lhe ser dito que fosse buscar um soutien ao cesto da roupa, ficou parada e com um ar um tanto atarantado até que exclamou triunfante : - “Ah, já sei, um apara mamas!” Moral da história: nessa época, a gente do povo não se encontrava fadada para as modernices do “franciú”!

Agora, em época nossa, ainda que não conste do “Houaiss” (dicionário na vanguarda da adopção de grande número de neologismos), nada me espanta o próximo aportuguesamento da palavra “bullying” para bulingue. Desta forma, se evitarão situações embaraçosas para quem não domina o idioma de Shakespeare.

Para os devotos do arcaísmo da prosa de Aquilino Ribeiro, com o acréscimo desta palavra nos Dicionários da Língua Portuguesa, sairá, ainda que infimamente, redimida a honra do léxico nacional. Não é tudo, mas é alguma coisa! Desta forma, poderá a nação respirar de alívio pelo saldo de uma dívida que diminuirá em uma unidade o número de peregrinismos importados e em “vergonhosa circulação” nas páginas dos jornais e nos teclados dos nossos computadores! Bem sei que se trata de um “fait-divers”, face à polémica acesa sobre o novo acordo ortográfico.Mas enfim…

Química no ensino básico - um instrumento de opressão

Do not all charms fly
At the mere touch of cold philosophy?
There was an awful rainbow once in heaven:
We know her woof, her texture; she is given
In the dull catalogue of common things.
Philosophy will clip an Angel’s wings,
Conquer all mysteries by rule and line,
Empty the haunted air, and gnomed mine -
Unweave a rainbow

John Keats in Lamia

«Desvendando o arco-íris: A Ciência, a Ilusão e o Apetite pelo Deslumbramento» publicado pela Gradiva em 2000, é um livro de 1998 de Richard Dawkins que deve o nome à acusação de John Keats a Isaac Newton de que este destruiu a poesia do arco-íris explicando-o. De facto, para Keats a poesia/beleza do arco-íris seria indissociável da mística que permite imaginar panelas de ouro escondidas no local onde toca a terra, ver nele a túnica de Íris, mensageira dos deuses, ou o sinal da paz entre Deus e os homens.

A verbosidade mística ou antes, a mítica construtivista, das orientações curriculares da Química no ensino básico (debitada por peritas em eduquês Ciências da Educação) parece inspirada em Keats. As emanações do ministério dir-se-iam desenhadas para garantir que os alunos do básico nunca desvendarão o que seja química e que muitos ficarão indelevelmente marcados por uma aversão profunda à mesma, que destruiu a «poesia» e «sustentabilidade» da Terra.

Estas orientações configuram ainda um programa ideológico que desdenha toda e qualquer fundamentação científica e que confere à química ensinada no nosso ensino básico um carácter «confessional», aparente não só na demagogia construtivista em que assenta (e sobre a qual ninguém melhor que a Helena para nos esclarecer) como principalmente na forma como se ignora a neutralidade que devia caracterizar a ciência e se usa o programa para transmitir uma mundivisão específica, nomeadamente uma visão romântica/rousseauniana de um mundo ideal «estragado» pela ciência.

Um dos livros de Química do oitavo ano que analisei ajuda a perceber o que quero dizer. No livro, que supostamente ensinaria e despertaria para a ciência os nossos alunos, pode ler-se no final da página 37, inscrito no capítulo «A Química, o Homem e a Sociedade»:

«É aos cientistas que cabe a responsabilidade dos riscos criados ao fabricarem explosivos, armas químicas e nucleares; são eles também os responsáveis pela poluição dos solos, dos mares e do ar».

Uma análise das competências específicas para as Ciências Físicas e Naturais, nomeadamente do parágrafo final do tema «Sustentabilidade na Terra» explica este descalabro. No livro que mais me escandalizou achei inacreditáveis o assacar das culpas de tudo e mais umas botas aos cientistas, a convicção cretina e errada transmitida aos alunos de que sem ciência não havia poluição, guerras e sabe-se lá que outros horrores. A esta barbaridade total segue-se uma dissertação pueril e imbecil sobre poluição que culmina, duas páginas à frente, depois de muitos negritos em Sociedade, Homem e Química, numa outra pérola redonda de raciocínio:

«Sejamos optimistas; não criemos sentimentos de culpa em relação aos danos causados pela Química (...) tomando medidas concretas para combater os efeitos nocivos da Química, por forma a melhorar o mundo».

Este capítulo, repetido em tons mais suaves e menos idiotas noutros manuais, permitiu-me finalmente perceber a origem da onda neoludita que avassala o país - e não só, uma vez que esta ideologia pós-moderna da demagogia pedagogia construtivista não se restringe cá ao burgo. Por exemplo, outro «perito» em Ciências da Educação, agora do lado de lá do Atlântico, afirma peremptoriamente que a Química, «incapaz de romper com o hermetismo linguístico que lhe é próprio» é um «instrumento de opressão e de discriminação, na medida em que contribui para punir os alunos que, sem compreensão de seus fundamentos, são mal sucedidos».

Pensava eu na minha ingenuidade que a inclusão da Química nos curricula escolares visava exactamente introduzir os alunos ao suposto «hermetismo» da linguagem química, transmitir-lhes os fundamentos desta ciência e desenvolver neles o pensamento científico/químico. Erro meu, má fortuna dos alunos, embora esteja certa que homeopatetas e demais vendedores de banha da cobra agradecem os esforços construtivistas para que os alunos sejam analfabetos químicos - e se, em Portugal pelo menos, aprendem alguma coisa de Química, fazem-no à revelia dos programas e graças exclusivamente aos esforços dos professores com formação científica, que me merecem todos os encómios.

Em que consistem então as orientações curriculares que, conjuntamente com o horror à avaliação, garantem que o ensino da Química no básico não corre o risco de se transformar num «instrumento de opressão»?

Estas orbitam o planeta Terra em quatro temas inscritos num diagrama circular (de raciocínio). O diagrama «salienta a importância de explorar os quatro temas numa perspectiva interdisciplinar, em que a interacção Ciência – Tecnologia – Sociedade - Ambiente deverá constituir uma vertente integradora e globalizante da organização e da aquisição dos saberes científicos».

Esta abordagem CTSA (Construção Total de uma Sociedade de Analfabetos) é uma ilusão de ensino científico que não ensina, pelo contrário, imuniza os alunos contra a ciência. Aliás, o seu objectivo não é o ensino de ciência mas sim «uma desejável educação para a cidadania».

Mesmo antes de entrar no programa propriamente dito, para mim uma aberração total, considero que este ultrapassa largamente os limites da acção do Estado ao pretender condicionar os alunos para um pensamento único, o seu, e para uma única interpretação de cidadania, a sua.

Neste ponto estou completamente de acordo com Humboldt e considero que todos têm o direito social a uma educação que forme cidadãos capazes de pensar por si próprios, direito social que assegura os direitos político e cívico em que supostamente assenta o nosso estado democrático e moderno. Para mim, a formatação do pensamento que este programa constitui é um atentado às nossas liberdades individuais. Acho especialmente perverso que seja utilizado o ensino de ciência para impôr aos alunos uma qualquer mundivisão, mesmo que essa mundivisão seja a minha. O ensino em geral e da ciência em particular deve ser neutro, factual e não colorido pelo deslumbramento de ideologias sortidas!

Assim, a transformação do ensino de ciência numa «desejável educação para a cidadania» (cidadania segundo o eduquês) é não só uma perversão da ciência como uma perversão da própria cidadania, metamorfizada num mundo «ideal» como o retratado em Fahrenheit 451. Tal como criticava Humboldt, este ensino visa não o pleno desenvolvimento dos indivíduos através do estímulo do pensamento independente, mas sim o fornecimento de ideias «mastigadas» que os cidadãos devem engolir sem pensar muito. Não há assim riscos de desenvolvimento de pensamentos «dissidentes» pelos cidadãos já que são inibidas quaisquer veleidades de liberdade de pensamento e de pensamento crítico.


Imagem: Pieter Brueghel, o velho: A Parábola de um cego conduzindo outro cego, 1568, Têmpera sobre Tela.

domingo, 20 de abril de 2008

Química no ensino básico - conhecimento holístico

Nas últimas semanas tenho estado ocupada com a organização das Olimpíadas da Química, cuja semi-final regional aconteceu dia 5 de Abril no Técnico e de que ontem se realizaram as semi-finais da versão Júnior, destinada a alunos dos 8º e 9º anos.

Quando me passaram esta tarefa pensei que as Olimpíadas+, destinadas a alunos dos 10º e 11º anos, dariam francamente mais trabalho até porque na prova que organizei participaram equipas do Algarve, das regiões autónomas, etc., o que levantava algumas questões logisticas que não se colocavam nas Júnior, em que a etapa que me competia organizar se destinava apenas a escolas da região de Lisboa.

Engano meu, rapidamente esclarecido: as primeiras consistem essencialmente numa prova escrita igual para todos; na versão Júnior, realizada em mais escolas, cabe aos organizadores locais pensar e concretizar a prova, normalmente de cariz mais prático. Desenhar uma avaliação em Química para alunos do ensino básico foi uma dor de cabeça que fez empalidecer todos os pormenores organizativos. Foi igualmente muito didáctico, tão didáctico que apenas um post não é suficiente para abordar tudo o que a experiência propiciou.

Devo confessar que nunca antes tinha olhado detalhadamente para os programas de Química do 3º ciclo do Ensino Básico emanados do ministério. A primeira leitura atenta serviu de inspiração de fundo para os posts sobre o renascimento do anti-intelectualismo. Fiquei tão perplexa com o que li que resolvi incluir no programa das Olimpíadas Júnior um debate com os professores das escolas participantes que versasse sobre o ensino da Química no ensino básico também para tentar perceber como é que eles conseguiam a proeza de simultaneamente ensinar alguma química e seguir as orientações ministeriais (objectivos que me pareceram nessa primeira leitura mutuamente exclusivos).

Considerei que a minha primeira reacção à verbosidade ministerial, da qual não consegui extrair qualquer informação útil para a elaboração de uma prova que testasse os conhecimentos em química dos participantes, talvez fosse injusta e colorida pela minha manifesta falta de prática nestas coisas das Ciências da Educação (ou antes, eduquês) e por nunca me ter apercebido que havia necessidade de «mudanças nas concepções» do ensino da Química.

Deixei para uma reflexão futura as considerações das responsáveis da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular que elaboraram as referidas orientações curriculares, já que a minha falta de paciência (e tempo) para conversas redondas poderia impedir uma análise neutra dos conteúdos. Arranjei mais uns manuais escolares e escrevi as «Guerras da propaganda» para me purificar do turbilhão de pensamentos perturbadores que me assolavam.

Mergulhei nos livros de Química dos 8º e 9º anos emprestados por conhecidos (e usados pelos filhos) e só voltei à página do ministério para olhar as directivas sobre avaliação na fase em que já tinha pensado as provas. Foi a gota de água que fez transbordar o copo, já muito cheio com o que encontrei em alguns dos manuais. Fiquei simplesmente horrorizada com a prosa debitada no item avaliação e no outro ponto associado, o das competências.

O ponto de avaliação inicia-se dizendo, por outras palavras, que é uma maçada a sociedade não perceber que não deve haver avaliação de conhecimentos porque esta pressupõe «juízos de valor» (?) - ponto onde fiquei inicialmente na dúvida sobre se estaria numa página referente a avaliação de conhecimentos em ciências exactas, não percebi muito bem onde entravam juízos de valor nesta história. Depois percebi que não se preconizava avaliação de conhecimentos mas sim avaliação de competências, competências cujo mérito me parece muito duvidoso:

«A avaliação de conhecimento holístico das ideias científicas e a compreensão crítica da Ciência e do pensamento científico constitui a ênfase do processo avaliativo das aprendizagens. Deve ser dada atenção à avaliação de competências como preparação para a vida adulta, quer para o desempenho de uma actividade profissional, quer para aprendizagem ao longo da vida.»

Nessa altura escrevi o post «Humboldt e a educação para a cidadania», despoletado principalmente pela parte da avaliação de competências como preparação «para o desempenho de uma actividade profissional». Mas todo o parágrafo me arrepiou...

Não faço a mínima ideia o que possa ser «conhecimento holístico» de ideias que não constam do programa (mas recordei a personagem Dirk Gently criada por Douglas Adams) mas, mesmo que constassem, tenho sérias dúvidas que um aluno do básico seja capaz de tal proeza. De igual forma, não é seu propósito (do programa) proporcionar uma compreensão crítica da Ciência (com maiúscula ou com minúscula, como é explicado mais à frente) e tenho a certeza que nenhum aluno terminaria o ensino básico com a mais pálida ideia sobre o que seja o pensamento científico se as orientações curriculares fossem seguidas na íntegra (felizmente há muitos professores com bom senso que as ignoram, diria mesmo que são a maioria...).

Sobre as ditas orientações curriculares há muito a dizer mas, conteúdos discutíveis à parte, discordo em absoluto que se deva «Reduzir a ênfase tradicional da avaliação de componentes específicas e compartimentadas do conhecimento dos alunos» a menos que o objectivo seja formar analfabetos químicos. Pior, analfabetos químicos convencidos de que sabem algo de química já que supostamente tiveram «aproveitamento escolar» na disciplina.

Por outro lado, «Aumentar a ênfase da avaliação das competências dos alunos, desenvolvidas em experiências educativas diferenciadas» parece-me ser um convite à transformação total da química numa disciplina lúdico-confessional (o próximo post esclarecerá o que quero dizer com confessional), que se limita a avaliar a competência dos alunos na arte de bem sublinhar todo o livro, a experiência diferenciada de completar frases e de encher as páginas dos livros com setinhas em várias e importantes direcções.

Avaliação esta sim sujeita a juízos de valor: um dos livros que me emprestaram exibia nas questões postas (que suponho fazerem parte da diferenciação) uns sublinhados em cores mais do meu agrado, uma letra mais agradável e um traço mais firme nas setas. Não havia nada objectivo a avaliar... pelo menos para mim que não privilegio uma lógica e uma orientação axiológica no sentido do abandono de um ensino disciplinar por uma abordagem CTSA (bem explicado neste documento em formato pdf). Acrónimo CTSA que para mim nesta altura significa apenas Construção Total de uma Sociedade de Analfabetos!


Imagem: Hyeronimus Bosch, «The Ship of Fools», 1500.

Estado Novo, ortografia nova


Recorde-se o Acordo Ortográfico de 1931, quando Portugal estava em plena ditadura salazarista (1926-1974): Não é uma coincidência que desde que Portugal é uma democracia, e desde que a língua escrita não é uma coutada de ricos amigos do regime, as reformas ortográficas têm caído em saco roto. Sem um estado centralista por detrás, e sem uma população maioritariamente iletrada, a ideia de legislar sobre a língua é felizmente uma miragem.

Imagem graciosamente enviada por Medina Ribeiro.

sábado, 19 de abril de 2008

SALVEM O JARDIM BOTÂNICO E OS MUSEUS DE CIÊNCIA



Minha crónica do "Sol" de hoje:

O Jardim Botânico, apesar de ser um oásis no centro da cidade, tem sido esquecido pela Câmara Municipal de Lisboa. Mas agora e por iniciativa camarária está em discussão pública o seu futuro, assim como o dos Museus da Politécnica (Museu de Ciência e Museu de História Natural) que, tal como o Jardim, pertencem à Universidade de Lisboa. A Câmara fez e bem um concurso de projectos de arquitectura não só para a área do jardim e do edifício dos museus, mas também para a área contígua do Parque Mayer.

Muitos amigos do jardim estão preocupados com a eventual urbanização excessiva da zona ou com uma transformação do jardim que destrua o “espírito do lugar”, um sítio ao mesmo tempo romântico e de estudo. Oxalá os seus receios sejam infundados. Por mim acho que a oportunidade é excelente para que a Câmara e a Universidade, em conjunto com o governo, recuperem da melhor maneira um património que é de todos e que a todos devia orgulhar. Salvem o Botânico e os Museus da Politécnica, que se deviam aliás fundir num único museu.

Muito poucas universidades têm uma herança comparável à de Lisboa. Tem a do Porto, que também possui um jardim botânico. E tem, claro, a mais antiga de todas as universidades portuguesas, a de Coimbra, detentora de um magnífico jardim botânico do século XVIII (e de uma mata anexa infelizmente fechada), que a Câmara Municipal de Coimbra tem ignorado. Também no Porto e em Coimbra há museus de ciência guardando espólios valiosíssimos que importa recuperar e mostrar. Em Coimbra já se fez um único museu, com sede no Laboratório Chimico, do tempo do Marquês de Pombal, e planeia-se a instalação no edifício do Colégio de Jesus, bem mais antigo. O governo faria bem em tratar diferente o que é diferente, facultando programas que permitissem a essas universidades, agora com o cinto muito apertado, restaurar e exibir as suas colecções históricas. Se isso não for feito, não haverá respeito pelo melhor do nosso passado. E, não havendo respeito pelo passado, dificilmente ganharemos o futuro.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Recordar o desacordo

Pedi ao professor Mário Forjaz Secca, professor de Biofísica na Universidade Nova de Lisboa que se manifestasse sobre o Acordo Ortográfico. O Mário teve no passado uma parte activa na resistência do Grémio Literário ao Acordo Ortográfico, e conhece bem as motivações que o animam.

Há cerca de 20 anos, fiz parte do Movimento Contra o Acordo Ortográfico, organizado através do Grémio Literário. Nesse grupo estavam o Vasco Graça Moura, o Manuel Villaverde Cabral, a Prof. Leonor Buescu, a Prof. Maria Helena Ureña Prieto e o actual Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna José Magalhães, entre outros. Depois de muita "guerra" pensávamos que as coisas tinham ficado de molho.

Muitos anos depois, um grupo de (des)iluminados volta à carga, obviamente por razões que não os interesses de quem fala o português. Interesses esses que na altura eram bem económicos e pouco disfarçados, ligados a grupos editoriais brasileiros, segundo se falava, e apoiados em grande parte por muitos amantes da informática, para os quais ter de escrever com acentos é uma "chatice" e só complica a utilização do computador. É o assustador lema de muitos tecnólogos: somos nós que nos devemos adaptar às máquinas e não as máquinas que se devem adaptar a nós.

Há algumas considerações que gostaria de adicionar aos já muitos argumentos que tenho ouvido:

1. Quem faz a língua são os escritores e não os políticos. São os Fernandos Pessoa, os Mários de Sá Carneiro, os Mias Couto (apesar de ele ter escrito alguma coisa a favor do Acordo) que determinam como a língua se escreve e não os políticos (alguns deles com cursos de Engenharia pouco claros). Legislar a língua não faz sentido, porque não vejo maneira de forçar a sua implementação. Passaremos a ir para a cadeia se escrevermos contra o Acordo Ortográfico? Seremos multados se publicarmos livros com ortografia contra o Acordo Ortográfico? Qual o interesse em legislar uma coisa que não se pode penalizar? Claro que se podem obrigar as escolas a utilizar a nova grafia, pois esses são os centros da ditadura de estado, encobertos com a capa da liberdade de educação (não nos esqueçamos que no sistema escolar obrigatório só chega ao fim quem disser exactamente aquilo que o estado quer que se diga, não há lugar para pensamento criativo ou autónomo).

2. Não se entende qual o interesse em uniformizar a grafia quando a semântica é muito diversa. Há palavras como "camisola", "sítio", "rapariga", "bicha", entre outras, que têm significados diferentes no Brasil e em Portugal. Isto sem mencionar palavras usadas em Angola, Guiné, Cabo Verde e Moçambique (onde nasci e vivi). Qual é o interesse em uniformizar a forma se os conteúdos são distintos? Os brasileiros querem vender livros em Angola e Moçambique escrevendo da mesma maneira mas usando palavras com significado diferente? Não faz o mínimo sentido. Além disso há termos que são mesmo completamente diferentes, como "terno" e "fato". Será que faz sentido obrigar toda a gente a escrever "terno" da mesma maneira e depois quando se manda um livro brasileiro para Moçambique ninguém sabe o que é "terno" porque lá todos utilizam "fato"? Há definitivamente um problema de lógica neste ponto.

3. A linguagem científica é de tal modo distinta que ninguém de nenhum lado a quer uniformizar. Eu sou Físico Médico, o que significa que trabalho com Física e com Medicina. Ora em Física nós utilizamos palavras como "electrão" e "protão" e no Brasil utilizam "eletrón" e "protón". São apenas dois exemplos porque existem dezenas de outros. Na Medicina então a diferença é maior ainda e nunca os nossos médicos irão utilizar a terminologia brasileira nem os médicos brasileiros irão utilizar a nossa terminologia. Foi dito que essas diferenças serão toleradas. Qual o interesse então, mais uma vez, em querer uniformizar a escrita da língua para os países africanos quando nem decidimos qual a terminologia que irão utilizar, se a portuguesa se a brasileira? A mim parece-me que isto é tudo uma manobra para algumas editoras brasileiras poderem passar a vender oficialmente os seus livros em África com o pretexto que estão escritos de uma maneira uniforme (apesar das diferenças abissais em centenas de palavras cruciais). Talvez o Mia Couto então se aperceba do disparate que defende. Irão os médicos moçambicanos mudar toda a sua terminologia anatómica da versão portuguesa para uma brasileira? E os físicos e engenheiros angolanos passar a utilizar os termos técnicos brasileiros depois de terem estudado em Portugal com termos técnicos portugueses?

4. Um Acordo que faz Portugal aproximar-se de uma das escritas do Brasil e permite que, por razões das variações locais da língua falada no Brasil, se continuem a aceitar escritas diferentes dentro do Brasil é algo que não faz sentido algum.

A comparação com o inglês é sempre interessante. Eu vivi na Inglaterra quase doze anos e reparei que os ingleses nunca se preocuparam se os americanos escreviam de forma diferente ou não. Para os ingleses o problema é dos americanos, não deles. Nunca foi por isso que a língua inglesa deixou de ter importância no mundo. As palavras escritas de forma diferente são incontáveis, como as terminações "...our " em Inglaterra e "...or" nos EUA (como, por exemplo, "colour" e "color"), as terminações em "...re" e em "...er" (como em "centre" e "center"). Os ingleses fazem a língua através da sua escrita forte, apesar de serem muito menos do que os americanos; fazem a sua cultura valer (nós "vendemos" a nossa cultura). Em Inglaterra e nos Estados Unidos a diferença de terminologia também existe e forte, como "luggage" e "baggage". E tenho muitas dúvidas com respeito ao castelhano. Já estive no Uruguai, Argentina, Bolívia, Chile, Perú, Venezuela e os termos utilizados são por vezes tão distintos que não sei se a grafia será mesmo sempre a mesma. Contudo não é de certeza essa variação que diminui o valor e a difusão da língua castelhana.

Se queremos defender a nossa língua, o português, em toda a sua pluralidade de versões, portuguesa, brasileira, angolana, moçambicana, guineense ou caboverdiana, o que temos de fazer é incentivar a literatura de língua portuguesa, apoiar novos escritores, independemente do país de onde vierem, e não legislar a sua ortografia.


Mário Forjaz Secca

Uma janela para o infinito


Informação recebida da editora Bizâncio:

"Uma Janela para o Infinito"
Denis Guedj
Colecção: Montanha Mágica, 40
Romance
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«Denis Guedj prova, por A+B, que a aptidão matemática é compatível com o talento literário.»

Nouvel Observateur

Alemanha, 1917. No final da sua vida, Hans Singer (inspirado na figura do matemático alemão Georg Cantor) é admitido num hospital psiquiátrico. O director da instituição acolhe com grande deferência esse homem mundialmente reconhecido entre a comunidade científica pelos seus trabalhos sobre o infinito e pai da Teoria dos Conjuntos. É-lhe atribuído um pequeno quarto particular mas desde logo o previnem que, dadas as dificuldades dos tempos de guerra, talvez tenha de partilhar o seu quarto com outro doente.

Matthias Dutour um jovem soldado francês, maquinista dos caminhos-de-ferro, libertário e «herói contra a sua vontade» será o novo companheiro de Herr Singer. Pouco a pouco, esses dois homens que nada parecem ter em comum irão aprender a conhecer-se e a construir uma amizade – tão improvável quanto indefectível.

Numa estrutura narrativa muito original e habilmente tecida, Denis Guedj aborda, de forma singular e comovente, a temática da loucura e transmite-nos a mensagem de que a Matemática, como a Política, devem estar ao serviço do homem.

Concurso de Ideias para o Jardim Botânico e Museus da Politécnica



Informação recebida dos Musues da Politécnica da Universidade de Lisboa:

Debate Público acerca do
Concurso de Ideias lançado pela Câmara Municipal de Lisboa para a área
Museus da Politécnica – Jardim Botânico – Parque Mayer – Envolventes

Museus da Politécnica (Anfiteatro Manuel Valadares)
21 de Abril de 2008, 18:00 horas

Realiza-se a 21 de Abril um debate acerca do destino e modificações a introduzir nesta área, tão sensível para a Universidade de Lisboa e para a Faculdade de Ciências em particular.

Os Museus (Museu Nacional de História Natural e Museu de Ciência) e a Reitoria vêm o Concurso de Ideias como uma oportunidade, que interessa aproveitar, para conseguir financiamentos, de entidades públicas e privadas, que permitam realizar os investimentos que se impõem na zona. No entanto, o processo não é isento de riscos, como é por demais evidente.

É notória a ignorância que existe, entre os arquitectos que concorreram, acerca em particular dos Museus da Politécnica, apesar de ser um dos complexos museológicos mais visitados do país, mesmo em anos sem exposições de dinossáurios. É claro que na área dos museus, incluindo o Jardim Botânico, nada se fará sem a anuência da Universidade. Mas importa que todos quanto sentem a área como um pouco sua, em particular professores e ex-estudantes da antiga FCUL, na Rua da Escola Politécnica, e público dos museus (e do Jardim) participem e manifestem as suas opiniões, acerca da história do ensino das ciências e da actividade dos museus e das questões sensíveis acerca da fragilidade do local (clima para o JB, por exemplo, e questões hidrogeológicas e geotécnicas para todo o conjunto) bem como de outras que vos pareçam pertinentes.

Novos livros em Abril


Informação recebida da Gradiva (na foto, Eduardo Lourenço):

Nuno Crato
A Matemática das Coisas

Agora galardoado com o European Science Award na categoria de Melhor Comunicador do Ano, um novo livro de Nuno Crato dedicado às histórias matemáticas, como por exemplo histórias de confusões nas auto-estradas por não se seguirem regras da geometria cartesiana. Enfim, histórias acerca da beleza da matemática, contadas para que todos a entendam e se entusiasmem.

Temas de Matemática, n.º 6


Carlos Mota Cardoso
Nódoas na Alma - A Medicina e a Loucura

Centrada na figura singular de António Maria de Sena, o primeiro grande psiquiatra português do século XIX, esta obra de Carlos Mota Cardoso oferece um itinerário sobre o estudo da loucura do ponto de vista clínico.

Porto, Cidade de Ciência, n.º 3


Eduardo Lourenço
Fernando Pessoa - Rei da Nossa Baviera

Um ensaio incontornável sobre Fernando Pessoa, da autoria de um dos mais brilhantes pensadores da cultura portuguesa.

Eduardo Lourenço — Obras, n.º 17


Bento de Jesus Caraça
A Cultura Integral do Indivíduo - Conferências e Outros Escritos

Os textos apaixonados e simultaneamente lúcidos e actuais deste livro mostram-nos que a mudança é a base da esperança e como é importante mantermos o mundo a mudar. Uma reedição enriquecida com uma nota introdutória do físico e filho do autor, João Caraça.

Fora de Colecção, n.º 295


José Eduardo Franco (Coord.)
Padre António Vieira - Grandes Pensamentos

Uma obra que reúne os principais adágios, aforismos e pensamentos de Vieira acerca de temas tão diversos como o amor, a justiça, a paz, a ambição, a amizade, a verdade, os livros, o futuro e a liberdade. Uma forma atraente e simples de conhecer o complexo universo da oratória vieirina, que resulta do levantamento exaustivo das obras do pregador.

Fora de Colecção, n.º 296, 184 pp.,

Mira Fernandes, Xadrez e Jogos de Azar


Informação recebida da Sociedade Portuguesa de Matemática:

Comemorações da Vida e Obra de Mira Fernandes têm início em Lisboa e Tardes de Matemática decorrem em Lisboa, Vila Nova de Gaia e Évora

Ontem, quinta-feira 17 de Abril, teve lugar a inauguração das comemorações da vida e obra de Aureliano de Mira Fernandes, por ocasião dos 50 anos do seu falecimento. A cerimónia efectuou-se pelas 10h30 no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Na ocasião, foi lançado um selo comemorativo da efeméride e o primeiro volume das "Obras" do ilustre matemático (edição da Fundação Gulbenkian). As comemorações decorrem até 16 de Junho de 2009, e o encerramento terá lugar no Instituto Superior Técnico, onde também foi professor.

No sábado, 19 de Abril, as Tardes de Matemática chegam pela primeira vez a Évora. Luís Santos (Mestre Internacional FIDE - Federação Mundial de Xadrez e Grande Mestre ICCF - Associação Internacional de Correspondentes de Xadrez) e Fernando Carapau (Departamento de Matemática da Universidade de Évora) falarão sobre "Raciocínio abstracto no xadrez, apoio analítico de computadores. Xadrez de alta competição. A preparação dos mestres". A sessão decorre pelas 15h, no Colégio Luís Verney, Universidade de Évora.

Também neste sábado, pelas 15h30, o Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, recebe a sessão "A Matemática dos Jogos de Azar", com Alfredo Egídio (ISEG) e o croupier Vítor Jordão (Casino de Lisboa). E em Vila Nova de Gaia, na Fnac do Gaia Shopping, José Abílio Matos (Faculdade de Economia da Universidade do Porto) falará sobre "Software Livre e Ciência: mundos de partilha".

Comunicações com Extraterrestres


Informação recebida do Observatório Astronómico de Lisboa e Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa:

Palestra Pública - 18 de Abril

O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) promove Palestras públicas mensais que têm lugar no Edifício Central, pelas 21h30 da última sexta-feira de cada mês.

Por motivo de feriado, a próxima sessão decorrerá no dia 18 de Abril e terá como tema:

"Comunicações com Extraterrestres"

Doutor José Afonso. OAL/CAAUL

Nos nossos dias, a existência de civilizações extraterrestres continua a ser um tópico de aceso debate. Se por um lado a astronomia continua a achar elementos, no Universo, que apontam para uma aparente quase inevitabilidade do aparecimento da Vida, os inúmeros relatos de interacções (avistamentos, comunicações, conflitos, raptos, etc...) com extraterrestres na Terra carecem de uma única comprovação científica (embora muitas fraudes tenham já sido reveladas). Sem pretender incidir sobre a veracidade de tais relatos, esta palestra pretende analisar, de uma forma objectiva e precisa, as possibilidades de comunicar com eventuais civilizações extraterrestres na nossa vizinhança. De facto, há já alguns anos que possuímos a capacidade de "escutar" o Universo, tendo mesmo chegado a emitir para estrelas longínquas mensagens sobre a nossa civilização (embora muitas destas tentativas estejam mais relacionadas com acções de marketing do que com a obtenção de uma resposta). Interessa pois perceber aquilo que a comunidade científica consegue realizar hoje, e o que podemos esperar de tais esforços nas décadas que se aproximam.

VIDEODIFUSÃO DA PALESTRA PÚBLICA

É com enorme prazer que podemos anunciar que o OAL retoma a transmissão das suas Palestras Mensais através da Internet.

No dia 18 de Abril a partir das 21h30 visite o seguinte endereço: http://live.fccn.pt/oal/

A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio. Convida-se o público a trazer os seus binóculos ou mesmo pequenos telescópios caso queiram realizar as suas próprias observações ou ser ajudados com o seu
funcionamento.

Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte: http://www.oal.ul.pt/palestras

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**** ASTRONOVAS ****

Lista de distribuição de notícias de Astronomia em Português
Observatório Astronómico de Lisboa
Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa
Tapada da Ajuda, 1349-018 Lisboa
Portugal

Telefone: 351+21 361 67 39
Fax: 351+21 361 67 52
1) Sugestões de notícias poderão ser enviadas para o endereço: astronov@oal.ul.pt
2) Inscrição: envie uma mensagem vazia para o endereço: astronovas-subscribe@oal.ul.pt
3) Cancelar a inscrição: envie uma mensagem vazia o endereço: astronovas-unsubscribe@oal.ul.pt

4 Dias - 1 Sol


Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra:

Para assinalar o DIA DO SOL, dia 3 de Maio, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra antecipou a efeméride e irá dedicar não 1 mas 4 dias à nossa estrela: as actividades decorrem de 29 de Abril a 3 de Maio.

Sabia que o SOL...
tem quase 5 mil milhões de anos?
está a uma distância de 150 milhões de quilómetros?
pode atingir os 6000 graus de temperatura?
também tem manchas?

PROGRAMA
29 ABR
ATELIER Quem tapou o Sol? (10h00_11h30)
A Lua consegue tapar o Sol? Vem saber o que acontece durante um eclipse e por que razão não é visível em todo o planeta.
A partir dos 6 anos

ATELIER PSI – Plantas sob investigação (14h00_15h30)
Por que é que no Outono as folhas são amarelas? Descobre este e outros mistérios, entrando no mundo fantástico das plantas.
A partir dos 8 anos

30 ABR
ATELIER Pedro e o quadrante (10h00_11h30)
Como se orientavam os marinheiros no meio do mar? Constrói o teu instrumento de navegação e fica a saber como é que, com o Sol e outras estrelas, os marinheiros não perdiam o Norte.
A partir dos 7 anos

PROJECTO Sol para todos (14h30_18h00)
Este projecto, financiado pelo Ciência Viva, tem como objectivo disponibilizar imagens do Sol e actividades aos alunos do ensino básico e secundário de escolas nacionais e estrangeiras.
Durante esta tarde, serão apresentados os trabalhos das diversas escolas que participaram neste projecto.

2 MAI
ATELIER O meu Sistema Solar (10h00_11h30)
Os planetas serão todos iguais? Com plasticina e outros materiais, vem construir um Sistema Solar, conhecer as diferentes características dos astros e quais as distâncias que os separam do Sol.
A partir dos 5 anos

ATELIER Que horas são? (14h00_15h30)
Consegues ver as horas sem relógio? Com um astrolábio, uma bússola e um relógio de Sol, vem saber que horas são.
A partir dos 11 anos

3 MAI
ATELIER Quem tapou o Sol? (15h00_16h30)
A Lua consegue tapar o Sol? Vem saber o que acontece durante um eclipse e por que razão não é visível em todo o planeta.
A partir dos 6 anos


CONTACTOS
Museu da Ciência, Laboratorio Chimico
Largo Marquês de Pombal
3000-272 Coimbra
T. 239 85 43 50
F. 239 85 43 59
geral@museudaciencia.pt
www.museudaciencia.pt

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Os grandes filósofos

O Telegrapho de Hermes anuncia que o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias começam a distribuir amanhã a colecção de livros "Os Grandes Filósofos", dedicada não a filósofos altos, como se poderia ingenuamente pensar, mas antes a filósofos extraordinariamente influentes que a generalidade das pessoas desconhece -- o que poderá parecer paradoxal, e é, mas é isto a filosofia.

Não pude confirmar a boa notícia nos sites dos jornais em causa, mas se vivesse em Portugal certamente que compraria a colecção.

EM QUE ACREDITA O SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E INOVAÇÃO E A SUA EQUIPA?

No passado Ano Darwin, numa conferência que fez no Museu da Ciência, em Coimbra, o Professor Alexandre Quintanilha, começou por declarar o s...