sábado, 27 de maio de 2017

Pedagogias alternativas à escala global

Na sequência do texto Pedagogias alternativas.
"Nos últimos anos as escolas que oferecem pedagogias diferentes da tradicional estão-se afirmando, tanto em Espanha como no resto do mundo, graças à procura do desenvolvimento intelectual, emocional e espiritual dos menores. O que oferecem estas alternativas ao ensino clássico?"
Assim se inicia um artigo publicado recentemente na imprensa espanhola (aqui) que dá conta do rápido avanço das "pedagogias alternativas".

Ainda que pequeno, esse artigo, reproduz ideias que (mais uma vez), afirmando-se como novas, encaixam num modo recorrente de conceber a educação formal cuja sustentação não vai além do senso-comum.

Modo esse que se traduz em discursos confusos, repletos de imprecisões e contradições, sempre carregado de elementos ideológicos muito sedutores, como sejam a crítica à "pedagogia tradicional" ou a promessa optimista de todos se desenvolverem, em todas as suas dimensões, felizes e sem esforço. 

Comentá-lo é, pois, uma tarefa difícil, demorada e delicada. Limito-me a apontar alguns dos elementos que convoca e que já se encontram profundamente entranhados no pensamento social.

1) Para que o desenvolvimento dos alunos seja saudável e harmonioso é preciso atender às suas necessidades vitais e educativas, potenciando todas as suas capacidades, intelectuais, afectivas e emocionais. Entre essas capacidades destacam-se a criatividade, a independência, a responsabilidade.

2) O método tem de proporcionar uma formação completa aos alunos e a possibilidade de "aprenderem felizes, através da criação do seu mundo em vez de se adaptarem ao existente". Isto significa: a adequação ao mundo em que vivemos, a preponderância do trabalho cooperativo e de projectos, um "mínimo de restrição e um máximo de consciência". 

3) O professor não ensina, "desenvolve a responsabilidade e a capacidade física, psicológica e intelectual". Além disso, estabelece com os pais uma "grande compreensão e compromisso".

Nada de novo, portanto. A designação "alternativa", é sonante mas não se justifica.

2 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Certo tipo de discurso, organizado sobre um conjunto de fórmulas e ideias feitas do que deve ser, meramente reprodutor de ideias-chave, mandamentos, é ocioso e contraproducente, obrigando a que digamos basta de pedagogos e pedagogias, do que precisamos é de professores que mostrem como se faz e de alunos que aprendam a fazer, sendo estupidamente óbvio e redundante (até desonesto e louco) dizer que se deve alcançar completamente todas as virtudes e todas as excelências da panóplia possível e imaginária de saberes, conhecimentos e competências.

Anónimo disse...

Uma coisa é certa, uma alternativa precisa-se, pois o cheiro ideológico a algo similar ao nazismo começa a surgir por todos os lados.
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https://zap.aeiou.pt/escola-adopta-reconhecimento-facial-apanhar-alunos-desatentos-160982

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