sábado, 8 de fevereiro de 2014

AINDA OS MIRÓS


Já muita coisa foi dita sobre os quadros do pintor Juan Miró que o governo português quer alienar à viva força. Não vou acrescentar algo de muito novo. Mas apenas reforçar a voz daqueles que acham que o actual governo só tem cifrões nos olhos e não tem nenhuma ideia do valor da cultura. O actual secretário de Estado da Cultura faz dó: em vez de defender a cultura, como lhe competia, defendeu os cifrões. O governo teria de ponderar todos os lados da questão, mas não o fez.  Podia atender às dimensões materiais e ás imateriais mas recusou-se a fazê-lo. E o Secretário de Estado da Cultura, que podia muito bem ser do Orçamento ou de outra coisa qualquer, não se demite... Tal como no Ministério da Educação e Ciência a história e a cultura científica estão desaparecidas, também na Secretaria de Estado da Cultura a cultura anda em parte incerta. Se queriam poupar teria sido mais razoável não apenas acabar com o Ministério da Cultura mas acabar também com a Secretaria de Estado. Poupava-se não só num Secretário de Estado inútil como também um grupo de assessores...

3 comentários:

Stardust disse...

No dia 4 a Christie's também leiloou o "L'OISEAU-NOCTURNE (NOCTURNAL BIRD)" por cerca de 3M€. Como é que o Ggoverno Português deixou passar esta pechincha!!!
Também podíamos ter comprado o "Nature morte à la nappe à carreaux",de Juan por €42 milhões de Euros!! Uma verdadeira obra prima que ficava muito bem ao lado dos Mirós todos.

Se o preço do leilão é o preço justo (e deverá ser), então a decisão de vender estes é tão criticável como a decisão de não comprar outros.
E se não criticamos a decisão de não comprar outros (como a maioria dos portugueses pensa), então só podemos criticar a forma como foi feito.

Mário R. Gonçalves disse...

Concordo em absoluto. O que está em causa é o processo, político e técnico, e não a decisão, aliás de responsabilidade da Assembleia da República. A nossa estratégia cultural não pode passar por "aproveitar" obras aprendidas pela polícia a criminosos que por acaso caem nas mãos do Estado. Valorizar e vender estes,sim, ao melhor preço, e quando muito com algum desse dinheiro comprar outros - Vieira da Silva, por exemplo, ou obras que ajudem a completar colecções.

Das almas famintas disse...

Adoro pintura. Trago-a dependurada na fome.

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