domingo, 16 de dezembro de 2012
A nossa opção
Quando lecciono um certo assunto, refiro, a rematar, um poema de António Gedeão. Há dois anos, numa aula, desconfiei que o poema bem como o seu autor eram ali estranhados. Nessa aula e noutras posteriores, desse e doutros cursos universitários, de ciências e de humanidades, confirmei a minha desconfiança: "Gedeão" nada ou pouco lhe diz...
Uma pergunta se impõe: como é possível? Como é possível que desprezemos o conhecimento ao ponto de, em doze anos de escolaridade, não levarmos os alunos, independentemente do seu percurso escolar, a saber de cor (de coração, como diz George Steiner) Gedeão!?
Não, a responsabilidade não pode recair apenas e só sobre os professores, no caso do ensino básico e secundário: deve ser assumida por todos e por cada um. Esta é a nossa opção como sociedade, opção que se traduz em propostas "pedagógicas" como esta que o leitor pode encontrar aqui.
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5 comentários:
E o mais chocante, pelo menos para mim, não é o desconhecimento. Não. Em relação a Gedeão como em relação a outras figuras maiores da nossa cultura, ou da cultura da humanidade, os alunos reagem muitas vezes com um desinteresse desconcertante, senão mesmo com um desprezo ostensivo.
Queira um professor levar ao conhecimento dos alunos algum texto ou informação sobre vultos do conhecimento, que fariam luz sobre tantos assuntos relacionados com as matérias programáticas, dando-lhes outro sentido e outra abrangência, e tem muitas vezes de enfrentar (e sofrer com) atitudes daquele tipo.
São os tempos. E escola tem-se tornado um reflexo dos tempos.
Com ajudas diversíssimas...
Para mim o professor deve realizar-se nessa actividade de ensinar o que tem que ensinar, e aí, deve dar o seu melhor e, talvez, procurar ser uma estrela no firmamento para o pobre e ignorante aluno, que chega às suas mãos, para que quando parta vá mais rico com o professor lhe ensinou.
O professor é um adulto como tantos outros com que a criança contacta ao longo da sua vida, mas este adulto tem uma função específica e essa é ensinar, pois que ensine. Como se pode imaginar qualquer pessoa, desde a mais mal formada à mais bem formada (só para simplificar), normalmente tem uma bela visão a seu respeito e considera-se uma pessoa boa e decente e os seus amigos são pessoas boas e decentes (quaisquer que sejam os seus pecadilhos, isto é uma espécie de regra). Então todos, incluindo os mais indignos poderão sentir a tentação de transmitir os seus princípios (ou a ausência deles), valores e ideais às crianças que lhe passam pelas mãos. Como deve imaginar isto é extraordinariamente perigoso, mesmo admitindo que em regra os professores que cada criança tem a sorte de encontrar são excelentes pessoas (decerto que sim).
Eu como pai fico mais tranquilo de pensar que cada um se dedica a fazer o que é suposto (e a essa tarefa dedique toda a sua paixão). A professores assim eu ficarei eternamente agradecido, pelo precioso contributo que me deram na educação do meu filho. O facto de eles contactarem com pessoas com seriedade e devoção ao seu trabalho é um bem inestimável.
Muito se poderia dizer sobre este assunto, mas não há espaço, nem tempo.
Também eu acho que cada um de nós é uma boa pessoa. Não tenho dúvida.
Vou dizer uma coisa que se tornou uma banalidade absoluta, escrita por meu pai António Gedeão, em 1956: "Eles não sabem, nem sonham..."
Cristina Carvalho - cheia de misericórdia e pena por várias "coisas" que vai lendo aqui e além!!
Srª Cristina Carvalho,
Esse comentário é não só desnecessário como um pouco deselegante (para além de bastante vazio, como parece ser o seu timbre). Se tem alguma coisa a dizer, diga e não se ponha com tolices. Bem sei que não gostei do seu texto, que aqui publicou no outro dia (também não sou obrigado a gostar, ou acha que sou), se discordava, ou tinha algo a acrescentar deveria, tê-lo feito no local apropriado.
Passe muito bem
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