Dignidade. Moral. Seriedade. Dedicação ao país. Sentido de missão. Serviço público. Honra. Respeito. Honestidade. Verticalidade.
Já não se fazem pessoas assim.
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Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
23 comentários:
Esta crónica já é antiga, certo? E no entanto, sempre actual...
Mas, corrigiria para "Têm-se poucos seres humanos decentes em lugares de destaque"... :p :D
Ainda se fazem pessoas assim.
Eanes existe. E existem outros.
E sabe-se que existem. Mas pouca visibilidade se lhes dá. Nem eles a querem. Já era bom que os não maltratassem. Que não lhes atirassem pedras. Que os não roubassem. Que não os acusassem com a intenção de os conspurcar.
Existem sim. Eu tenho o privilégio de ter uns quantos como amigos: alguns mais velhos, outros mais novos.
Pessoas sérias, honestas,
houve sempre em Portugal,
só que são mais manifestas
no panorama... actual!
JCN
Para além de Salazar
e de Eanes, se quisermos,
não falta gente invulgar
a referir nestes termos!
José Batista, ora bem! Subscrevo-o inteiramente :) Com destaque para "Já era bom que os não maltratassem. Que não lhes atirassem pedras.". Infelizmente todos nós temos esse triste hábito de atirar pedras às vozes discordantes que, apesar de tudo, pertencem a seres humanos decentes...
Mas, peço desculpa, não incluiria Salazar nessa lista...
O caso é que uns são louvados
como padrões de excepção,
muito embora haja razão
para outros serem gabados!
JCN
Perante a história não somos
tratados da mesma forma:
enquanto uns reduz a gnomos,
outros em deuses transforma!
JCN
Guterres fez o mesmo e depois?
um oficial menor promovido a general e até de 4 estrelas em períodos curtinhos
e indiciado para a presidência por acasos de 75
tanto Eanes como Guterres podem ter abdicado de indemenizações
não faz deles seres excepcionais
só com um pouco mais de vergonha que os outros
reformados precoces
num país onde os reformados agricultores inda labutam
com reformas douradas
dignidade seria viverem com o salário de general
mas esse era mais pequerruchinho
os nossos cincinatos
nunca foram mãos largas
os cães de Alcaíns
os cevados da Zebreira
em Alcains dois beleguins
na Zebreira uma inteira
nã sei porquê mas isto explica qualquer coisa
o quê ?
isso já não sei
Bem, eu de facto não aprecio a atitude quixotesca de Eanes. De santos e monges estou farto. Tinha ou não direito aquilo de que abdicou?
Parce-me incoerente não incluir Salazar na lista. Se não gosta dele e gosta do Eanes é outro problema. Como deve incluir Gueterres que também recusou uma indemnização a que tinha direito. E muitos anónimos... Parvos há muitos.
Caro anónimo:
as pessoas hoje gostam é de sacerdotes e querem que os políticos façam da vida um sacerdócio. Ao contrário de eles próprios que os criticam... invejosos e cheios de vontade de fazer pior. A racionalidade foi-se...Como vê salários razoáveis só geram inveja...e compreende-se, todos gostariam de ter salários assim. Não têm é coragem para o dizer.
O senhor António, com 40 anos de trabalho e todos os descontos certinhos, tem uma reforma de 8000 euros. A senhora Madalena com 40 anos de trabalho e todos os descontos certinhos tem uma reforma de 400.
Estranho país este que em vez de dizer «não, isto não pode ser assim, há algo de tremendamente errado nesta desigualdade abismal», prefere cantar loas à seriedade do senhor António.
Seriedade do senhor António que não está aqui em causa. Nem da senhora Madalena. O que está aqui em causa é tão-somente a premência das questões.
Talvez resida neste estranho desvio de opinião para longe do que interessa realmente apontar e corrigir, parte importante da explicação para o facto de nos mantermos orgulhosa e teimosamente como o país da Europa mais desigual.
País em que o volume de rendimento dos 10% mais ricos é 15 vezes maior do que o volume de rendimentos dos 10% mais pobres. Dados da ONU de 2008 disponíveis na interne para quem tiver dúvidas.
Posição que nos torna mais desiguais do que reconhecidas potências da justa distribuição de rendimento como a Rússia (12), a Jordânia (11), a Indonésia (9) etc. etc. etc.
Claro que não vale a pena trazer para aqui países a sério. Com esses somos incomparáveis. Nesses, o senhor António não teria direito a 20 vezes mais do que a senhora Madalena. E ainda direito a louvores mediáticos.
Sim, o problema pode estar em o senhor António ter o direito, não tanto em ele recusar ou aceitar. O elogio da recusa faz lembrar aquele espírito de caridade... mas acho que não é por aí que lá vamos.
Prescindir de um ordenado
pode ser oportunismo:
há quem confunda heroísmo
com parvoíce ao quadrado!
JCN
Gente honrada em Portugal
há tanta como lá fora,
certamente, muito embora
seja o contrário o normal!
JCN
Quase sem por detrás
de um endeusado fulano
se esconde um biltre capaz
de ter alma de gusano!
JCN
Quantos ilustres varões,
a santos equiparados,
não não são mais do que vilões
nos seus actos mais privados!
JCN
O que se diz dos varões
também se estende às varelas
quando nos seus corações
nada há mais do que mazelas!
JCN
É bom ser-se natural,
conforme Deus nos criou,
assumindo cada qual
a sorte que lhe tocou!
JCN
Efectivamente, já não há muitas pessoas assim. Todavia, eu acho que ele devia ter aceite. Aceitava e oferecia-o a instituições que poderiam fazer dessa importância (e creio que é uma boa maquia!) uso bem melhor do que aquele que o desgraçado (des)governo deste infeliz país lhe vai fazer.
Quantos pregadores de blogues fariam o que preconizam? Se a lei lhes concedesse um milhão de Euros recusá-los-iam? Eu não!!
1 post tétrico. O elogio a Eanes fica bem, sempre (apesar de ter acolhido Luís Cabral - esquecemos sempre isto, a maior indignidade ética que a democracia portuguesa conheceu. E logo por Eanes). Mas o post, e o pérfido texto de Dacosta, são horrorosos porque citam Baptista-Bastos no elogio ético ao ex-PR. O baixíssimo escritor que devolva a benesse política em forma de casa que a camara de lisboa lhe deu em vez de fazer julgamentos morais sobre os outros cidadãos. E o mesmo se aplica a quem o cita e o re-cita. É uma tristeza este post, num blog digno como este De Rerum Natura. Ou distracção ou cobertura, é a única opção que fica disponível
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