quarta-feira, 19 de março de 2008

Carta de Einstein para Amzalak

No "Público" de hoje está um artigo do Presidente da Direcção da Comunidade Israelita em Lisboa (CIL), José Oulman Carp, em defesa de Moses Bensabat Amzalak (1892-1978), antigo director do CIL (durante mais de 50 anos), que foi acusado pelos historiadores António Louçã e Isabelle Paccaud, de ter tido "ligações perigosas" com a Alemanha de Hitler, tendo inclusivamente recebido uma medalha nazi (ver o livro "Segredos da Rua do Século - ligações perigosas de um dirigente judeu com a Alemanha nazi (1933-1939)", Fim de Século, 2007). No mesmo jornal, na rubrica cartas dos leitores, Augusto Kuettner de Magalhães fala do mesmo assunto.

Porque pode ser interessante sobre este tema, transcrevo aqui carta de Albert Einstein para Moses Amzalak, datada de 1927 em que lhe recomendava um rabino que estava a angariar fundos para a causa judaica (o Keren Hayesod, literalmente, "Fundo da Fundação", é uma organização estabelecida em 1920 em Londres na Conferência Sionista Mundial e que ainda hoje existe).


Albert Einstein
Haberlanstr.5
Berlin 30

3 Abril 1927

Sr. Moses B. Amzalak, Lisboa

Caro Senhor Presidente

Permito-me a liberdade de lhe recomendar o senhor delegado da sede do Keren Hayessod, o Dr. Ariel Bension, pedindo-lhe que o apoie nas suas funções.

Ficaria muito feliz se também eu pudesse contribuir desta maneira para os trabalhos de construção na Palestina.

Estou convicto de que conseguirá promover da melhor maneira na sua comunidade a grande obra judaica na Palestina.

Com a minha mais alta estima

A. Einstein

1 comentário:

Anónimo disse...

Prezado Carlos,
ainda não li este artigo no publico.
No meu artigo não recomendo aos meus leitores alemães, nem a compra nem a leitura deste livro, porque a ligação/amizade do Prof. Amzalak com o Consul alemão Hoyningen-Hühne em Lisboa não foi considerado.
(link através do meu nome)
Este consul era o genro do dono Borsig das fábricas "Borsigwerke", o imperio industrial mais importante para Alemanha/guerra Nazi.
Vou já comprar o "Publico".
Ralf

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