sexta-feira, 7 de abril de 2023

“Cenários” para a educação global

As mais recentes reformas dos sistemas de ensino públicos, levadas a cabo em vários países decorrem de uma política supranacional que conta já com várias décadas. Na elaborada e sedutora “narrativa” em que é veiculada, destaca-se a figura designada por “cenários para a educação do futuro”, difundida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a partir do seu programa Schooling for Tomorrow (SfT), orientado para a “educação do futuro”.

Essa figura está longe de ser clara e, portanto, de se deixar entender. Por isso, partindo do seu enquadramento mais geral - "cenários para o mundo do futuro" -, recuperámos duas versões: uma apresentada no início do século e outra mais atual, fomentada pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e pela crise que a pandemia Covid-19 provocou. 

Apresentamos o exercício num artigo, com vista a melhor compreender as ditas reformas, que se fazem crer globalmente desejáveis, inovadoras, consensuais e urgentes.

A referência é a seguinte: Damião, M. H. & Delgado, C. (2023). “Cenários” para a educação global: um projeto de futuro delineado no passado e afirmado no presente. Revista Espaço Pedagógico, Passo Fundo, vol. 30. e14412. Acesso: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/14412

Maria Helena Damião e Cátia Delgado

9 comentários:

Heisenberg disse...

Peço desculpa pela minha entrada inopinada, mas os "Cenários" para a Carreira Única dos professores dos ensinos básico e secundário e dos educadores de infância, a propor pelos sindicatos, ao ministro Costa, de os professores monodocentes ( educadores de infância e professores do 1.ºciclo), com mais de 60 anos, poderem deixar de dar aulas, sem perda de vencimento, enquanto os seus colegas polidocentes (professores do secundário e dos segundo e terceiro ciclos) terem de continuar a lecionar até aos 67 anos, representam a barbaridade que, nos últimos anos, invadiu o nosso sistema educativo.
A carreira única é um absurdo!
As matérias lecionadas por professores do ensino secundário são muito diferentes das que são lecionadas por educadores de infância ou professores do primeiro ciclo. No "regime anterior", quando um professor só lecionava secundário, tinha redução de horário por razões óbvias. Não há qualquer razão para os sindicatos proporem benefícios apenas para os monodocentes. A haver benefícios, eles têm de ser para todos! Convém não esquecer que, antes do 25 de abril, a "monodocência" traduzia-se em dar porrada de "criar bicho" em pobres crianças inocentes!

Anónimo disse...

Os docentes do 1.o CEB podem deixar de dar aulas a partir dos 60 anos? Não vejo ninguém nessas condições, nem determinado em qualquer lei. Pode dizer-me onde leu essa simulação de paraíso?

Anónimo disse...

Bela proposta sindical. Concordo plenamente.

Anónimo disse...

Até digo mais: os monodocentes deveriam poder reformar-se aos 60 anos evitando a decrepitude assistida e a tentação de as criancinhas os chamarem avozinhos. É muito triste dar aulas de andarilho, óculos garrafais e perdas de memória. É este o cenário do futuro da educação?

Anónimo disse...

Vai haver Educação no futuro?

Anónimo disse...

Acho que a discussão é apenas um longo, longo, longo exercício de retórica.

Heisenberg disse...

Estamos perante o "Triunfo dos Porcos". Somos todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Os antigos professores primários e os seus colegas educadores de infância são, agora, os grandes privilegiados da educação; os antigos professores do liceu e os professores universitários são os filhos de uma burguesia exploradora que que é preciso reeducar em campo de monodocência!
Os monodocentes estão devidamente preparados para lecionarem todas as disciplinas que já existem e aquelas que hão de vir!
A Educação em Portugal foi chão que já deu uvas!
A indisciplina e a violência fizeram das escolas portuguesas terra queimada!

Anónimo disse...

Dou-lhe a taça.

Anónimo disse...

A desvalorização total do conhecimento científico-humanista também passa muito pelos dirigentes comunistas dos sindicatos dos professores que, dogmaticamente, postulam que saber a história da carochinha tem mais valor do que ensinar as Leis de Newton. Logo, os educadores de infância poderão optar, quando fizerem 60 anos de idade, por deixar de contar histórias da carochinha aos meninos e às meninas, porque são muito difíceis de aprender, ao passo que os professores do ensino secundário têm de ensinar as leis de Newton, até que atinjam a idade da reforma (67 anos), porque as leis científicas são todas muito fáceis de aprender. Estas finas ironias querem dizer que a ascensão da monodocência (docência de múltiplos domínios e rubricas) veio dar o golpe de misericórdia no moribundo sistema de ensino português.

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...