domingo, 25 de junho de 2017

Sobre o desaparecimento de disciplinas fundamentais do currículo escolar

Seguindo as orientações da OCDE, vários países, incluindo o nosso, estão a realizar reformas, alterações, mudanças, ajustamentos… curriculares para que as escolas públicas respondam de modo mais rápido e efectivo às exigências do mercado de trabalho.

Ainda que, com essas reformas, alterações, mudanças, ajustamentos…, se tenha em mira a implementação de um núcleo de competências operativas naqueles que serão, a breve trecho, “capital humano”, quer-se fazer crer que a base é a “educação humanista”.

Por outra palavras, usa-se a expressão “educação humanista” para esconder o seu contrário: uma educação soft, produtora de executores indiferenciados e resignados.

O facto é que do currículo escolar está a ser estrategicamente retirado o que define a “cultura humanista”, na qual incluímos aquilo que concorre para a dignificação do ser humano e que, por isso, deve ser passado às novas gerações.

Não é, de resto, a primeira vez que isto acontece nem será a última. Trata-se, na verdade, de uma tendência recorrente por parte de quem tem poder para decidir o currículo (e são vários os sectores que têm esse poder, não apenas nem, talvez, principalmente o político), à qual é preciso prestar a maior atenção.

Deixo mais uma nota nesse sentido (ver aqui): a intervenção do escritor espanhol Luis Goytisolo (na foto ao lado), que, em Maio passado, se afirmou “muito preocupado com o declínio do ensino", nomeadamente com a supressão de disciplinas - como filosofia, historia, geografia - que são "imprescindíveis" para entender o mundo, sobretudo em momentos críticos, como este em que vivemos.

Essa supressão faz-se, em grande medida, com base no argumento de que está tudo na internet. Mas, pergunta: "como se podem encontrar os conhecimentos dessas disciplinas se não se sabe onde se devem encontrar? Está-se a converter a sociedade, no mundo inteiro, numa sociedade de gente ignorante".

4 comentários:

Anónimo disse...

Qual é a admiração, isto é uma cabala desde o início, as provas são tantas que até chateia. Deixo 3 vídeos que abrangem um bom conjunto de aspectos da ilusão que a realidade em que nascemos:

Scientists Now Claim They Can Erase Memories and Implant Fake Ones
https://www.youtube.com/watch?v=HjPVhTT1fQE

Gene Editing Now Admittedly Causes Hundreds of Mutations
https://www.youtube.com/watch?v=tV3IuWKsAJY

Two Key Things That Got Overlooked About Project MK Ultra
https://www.youtube.com/watch?v=fFi1gg7Bcdk

Os políticos são apenas uns farsantes autorizados para criar a ilusão de escolha e democracia.

Anónimo disse...

Entretanto, a engenharia social globalista continua a fazer o seu lobby no Parlamento:

Grupo Parlamentar do CDS-PP

Dia 29 de junho de 2017
19:00 - "Teach for All"

Esta instituição é mais uma daquelas patranhas ideológicas da "Nova Era" da parvoíce que está na moda. Se formos a ver acabamos por lá descobrir o financiamento do Soros, ou um dos seus amigos

Anónimo disse...

O estado a que isto chegou (as humanidades):
https://algolminima.blogspot.pt/2017/06/a-confusao-epistemologica-pos-moderna.html

Carlos Ricardo Soares disse...

Sobre as humanidades, direi simplesmente que o seu estudo é talvez das áreas de estudo mais complexas e exigentes e inabarcáveis. O seu fascínio pode levar à ruína os espíritos mais apaixonados pelo saber, porque o saber, não ocupando lugar, também não enche barriga. E o saber das humanidades não é dos elegíveis para criação de riqueza económica e, como as virtudes em geral, não é disputado nos mercados, nem está nas ligas de campeões.
Quanto ao declínio do ensino, parece-me que estamos no domínio das perceções e, aqui, não há como garantir sequer um mínimo de plausibibilidade. O ensino já não é o que era. Já nada é o que era. Numa sociedade da informação (talvez mais da indústria do espetáculo) o ensino já não ocupa o centro e o palco foi-lhe "roubado". Vivemos num tempo em que o palco parece (é) tudo. Quem não está no palco não tem importância, como se (pense-se na política), só o que tem importância é que está no palco.
Todavia, quando falamos de palco temos presente que não é o palco que faz o ator. O palco é qualquer lugar, pode ser na rua, em cima de uma árvore, fechado num quarto... desde que tenha visibilidade e quem observe. O palco não faz o ator no mesmo sentido em que o ator faz o palco.
E há no ensino especificidades substanciais e dinâmicas de ensino-aprendizagem, avaliação...que fazem da questão do palco um aspecto lateral e subsidiário.
No ensino, ainda é preciso, muitas vezes, que os aprendizes assumam e queiram ser os atores principais num palco de todos.

NO AUGE DA CRISE

Por A. Galopim de Carvalho Julgo ser evidente que Portugal atravessa uma deplorável crise, não do foro económico, financeiro ou social, mas...