O médico João Lobo Antunes dá, como é habitual nele, uma muito interessante entrevista ao "Jornal de Leiria" de 2 de Abril. Uma das perguntas é feita por um médico de Leiria e a resposta esclarece a posição do entrevistado sobre o Magalhães:
Alfredo Sá, neurologista, Leiria: Se fosse ministro da Educação, que medidas proporia para melhorar a capacidade cognitiva e comportamental do cérebro dos portugueses?
João Lobo Antunes: Não há uma receita médica. Uma das tentações da sociedade contemporânea é “medicalizar” mais ou menos tudo, e admitir que os problemas poderem ser tratados através de fármacos ou de outro tipo de intervenção. Introduzir, por exemplo, o Magalhães na Educação como uma espécie de vacina anti-iliteracia não me parece ser a solução. Sobretudo quando se pode correr o risco de eliminar uma das actividades que mais educa o cérebro humano, a leitura. Como parte integrante de uma estratégia de aprendizagem pode ser um instrumento muito útil. Não é como alguns quiseram fazer crer aos portugueses, uma panaceia que resolve de um momento para o outro o problema da alfabetização dos portugueses. Há funções que têm sido desprezadas pela pedagogia moderna que vale a pena não esquecer . Uma delas é a memorização. Foi declarada quase um pecado capital por algumas correntes de Educação, o que é absurdo. Há que exercitar o cérebro e pô-lo a trabalhar e não é com soluções fáceis que isso acontece.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
João Lobo Antunes sobre o Magalhães
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2 comentários:
Não creio que haja incompatibilidade entre ler e ter um computador. E,na ausência de dados que fundamentem as afirmações que aqui são feitas, posso contrapor a minha experiência empírica observando o que se passa nos familiares próximos, que vão exactamente no sentido contrário.
Quanto à questão da memória, estou plenamente de acordo.
Mas mais uma vez convém salientar que na minha juventude - tenho 62 anos - já se desvalorizava o recurso à memória relativamente ao recurso ao raciocínio. Depois de ter sido obrigado a decorar os rios e as serras de Portugal, declarei- influencia familiar, decerto - que memorizar era para os "estúpidos", os incapazes de raciocinar.
Uma das coisas boas que a idade me vai trazendo é a relativização de determinadas afirmações que vejo e oiço.
Crianças de 6 anos de idade que supostamente vão para a escola para aprender e a ler e a escrever como poderão utilizar um computador?
Eu respondo, para brincar! Tudo o resto é conversa para entreter meninos.
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