sexta-feira, 7 de março de 2008

A memória e a aprendizagem


Novo post convidado de Rui Baptista sobre educação:

“- V. Ex.ª tem boa memória, sr. Maia?

- Tenho uma razoável memória.

- Inapreciável bem de que goza!

Eça de Queirós (“Os Maias”)

Está agendada para este mês “A Semana do Cérebro”. Por outro lado, Fátima André, no seu blogue “Revisitar a Educação”, publicou o post: “Descuidar a memória é um erro” (4/Março/2008).

O cérebro e a memória são matérias para mim particularmente gratas. Existe uma má memória dos alunos (na gíria académica, os chamados marrões) que, sem perceberem patavina da matéria estudada, papagueavam nos exames orais, ou escarrapachavam “ipsis verbis” no papel das provas, os livros e sebentas. Quiçá por esse facto generalizou-se o princípio de que a memória pode andar arredada da inteligência, um conceito abstracto que abarca uma panóplia imensa de formas de aptidão para as ciências: para as humanidades, para as letras, para as belas-artes, para a prática desportiva, etc. E isto sem falar na inteligência emocional, que tem sido estudada por António Damásio, neurocientista de prestígio internacional. David Krech, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, escreveu em “Cérebro e Comportamento” (Salvat do Brasil, Rio de Janeiro, 1979, p. 84):

“Acreditava-se que havia uma distinção radical entre o comportamento racional e o comportamento emocional. No entanto, os modernos estudos sobre o cérebro demonstram que esta dicotomia carece completamente de significado. Quando falamos de cérebro temos de especificar se se trata de todo o cérebro ou apenas do córtex cerebral, pois há toda outra parte do cérebro, a parte mais antiga (sob o ponto de vista de desenvolvimento das espécies) que é a parte mais intimamente ligada com as emoções“.

À pergunta “em que situação se encontram actualmente as pesquisas no campo da neurofisiologia?”, respondia de uma forma sugestiva: “A neurofisiologia encontra-se num sótão escuro procurando um gato escuro, sem ter a certeza que ele ali está. Seu único indício são leves ruídos que parecem miados” (ibid., pp. 87,88).

Apesar das surpreendentes descobertas sobre o cérebro que a tomografia por emissão de positrões (TAC) tem proporcionado, receio que as indagações do filósofo, matemático e físico Blaise Pascal tardem em encontrar uma resposta científica: “Que quimera é o homem? Que novidade, que monstro, que caos, que prodígio? Juiz de todas as coisas, verme imbecil, cloaca de incerteza e de erro, glória enojo do Universo. Quem deslindará esta embrulhada?”

Todas as formas de inteligência ou aptidões atrás elencadas fazem parte do nosso código genético, através das localizações corticais com funções específicas, das respectivas associações, das substâncias químicas (os neurotransmissores), enfim de todo o corpo, numa condição sintetizada pelo psiquiatra alemão Ernest Krestchemer: “O homem pensa com o corpo todo”. Devido à sua plasticidade, o cérebro, se exercitado através de uma “ginástica” apropriada, pode melhorar, até um determinado limiar, o seu desempenho. Em condições patológicas, como nos acidentes vasculares cerebrais (AVC), a acção vicariante das zonas de associação corticais serve para a reabilitação funcional destes doentes.

Para melhor se compreender a complexidade anatómica e funcional do cérebro, nada melhor do que ouvir o neurocientista Richard Thompson, da Universidade de Carolina do Sul: “O cérebro humano consta aproximadamente de 12 biliões de neurónios e o número de interconexões entre eles é superior ao das partículas atómicas que constituem o universo inteiro”. São números impressionantes que escapam ao entendimento comum. Para a fisiologia, “o fundamento da memória reside nas mudanças eléctricas que se produzem no cérebro quando se recorda alguma coisa “.

Nos fenómenos cerebrais entra em jogo a memória, que é indispensável à aprendizagem. Para compreender o papel da memória na aprendizagem os neurofisiologistas prevêem ser necessária a colaboração de professores, psicólogos, neurologistas e bioquímicos. A memória vai sendo perdida com a idade (daí o interesse em exercitá-la em idades avançadas), assumindo-se como uma verdadeira patologia na doença de Alzheimer.

A memória, no nosso dia-a-dia, é uma verdadeira biblioteca para a inteligência e para as suas funcionalidades: o pensamento e o raciocínio. A inteligência depende de uma associação de ideias, pois como nos diz M. L. Abercrombie, que se dedicou ao estudo dos processos de percepção e raciocínio, “nunca nos encontramos perante um acto de percepção com a mente inteiramente em branco, pois estamos sempre em estado de preparação ou de expectativa, devido a experiências passadas.” Ora, ficamos a dever aos “sulcos” que a memória vai deixando no cérebro (os chamados engramas) essa capacidade tanto maior quanto maior for o seu exercício.

Lamentavelmente, o nosso ensino tem subalternizado o papel importantíssimo da memória na aprendizagem, como ocorre na recitação de poesias, na aquisição de conhecimentos históricos e geográficos, no cálculo mental, etc. Esta última actividade tem sido substituída por maquinetas de calcular operadas pelo dedo indicador.

Estas pequenas migalhas de um apaixonante e complexo estudo mais não pretendem do que chamar a atenção dos educadores para o importante papel da memória, tão maltratada actualmente no nosso ensino, como se fosse um anátema ou uma praga. Menosprezar o papel da memória é um erro. Ora, os erros no ensino pagam-se caro e com juros de mora!

15 comentários:

Rui Baptista disse...

Onde referenciei a Tomografia por Emissão de Positrões com a sigla TAC (ou seja, Tomografia Axial Computorizada), referia-me, obviamente à sigla TEP. Aos leitores, a minha desculpa por um lapso involuntário.

Fátima André disse...

Caro Rui,
Começo por lhe agradecer a referência ao "Revisitar a Educação". Obrigada também pelo magnífico e esclarecedor texto.
Embora eu não seja especialista em matérias como o cérebro ou a memória, penso que há estudos mais que suficientes que nos permitem inferir que não devemos menosprezar o valor da memória. Infelizmente, as pseudo-pedagogias que circular um pouco por todos os sistemas de ensino remetem a memória para um plano secundário.
Como já tive oportunidade de dizer no post que refere http://revisitaraeducacao.blogspot.com/2008/03/descuidar-memria-um-erro.html
e em outros lugares, o valor da memória tem sido menosprezado nas orientações curriculares mais recentes por se identificar a memorização com um ensino técnico, uniforme e igual para todos… Isto é um erro. Perdeu-se o justo equilíbrio. Memorizar é uma técnica de estudo entre muitas outras, mas também ela necessária. A nossa memória é como o atleta, se não a mantivermos em forma, ela definhar. Por isso é necessário exercitá-la.
Não sou eu que o digo a meu belo prazer, são os estudos de neuro-ciências que o dizem (como bem comprova o seu texto). Se não estimularmos devidamente certas aptidões das crianças, elas nunca recuperarão... é o caso da memória.

Carlos Medina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Medina Ribeiro disse...

O 'laçarote no dedo', que se vê na imagem que ilustra este 'post', faz-me lembrar a história infantil do indivíduo que dava sucessivos nós nos cantos dos lenços... para se lembrar dos nós anteriores - [v. aqui]

Rui Baptista disse...

Caro Carlos:

Obrigado pelo seu delicioso comentário. Trouxe-me à memória a história do indivíduo que colocava bocados de papel na aliança para se lembrar de alguma coisa. Passados momentos, só se lembrava que tinha posto qualquer coisa na aliança só...não se lembrava da finalidade daquele "auxiliar de memória"!

Aconselho os leitores a lerem a sua história.

Anónimo disse...

Uma vez que as inter-ligações entre neurónios são físicas, i.e. feitas de átomos, gostaria de saber como é possível que esse número seja superior ao nº de átomos existente em todo o Universo (!), como diz a citação de Richard Thompson?

IsabeLourenço disse...

Como professora tive na minha formação inicial uma disciplina chamada de "Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem". Lamento dizer que reti pouco sobre as teorias da aprendizagens por diversos motivos, principalmente pessoais e por falta de formação anterior em psicologia. De maneira que o pouco que aprendi ficou dessa disciplina e das Didácticas. Lamento que assim tenha sido e embora com pouco esforço, tenho tentado colmatar essa falha com algumas leituras que estão por terminar.
Este texto delicioso vem ao encontro do meu sentimento actual. Parece-me que tenho mais a aprender sobre aprendizagem com neurologistas e investigadores em neurociências do que com investigadores em Educação. É talvez "feio" dizer isto mas sendo a minha formação em áreas científicas (Biologia e Geologia)tenho um pouco mais de "fé" nestes investigadores do que nos outros.
Concordo plenamente que as várias tendências em Educação nos têm levado de um extremo a outro em vez de nos fazer integrar gradualmente diferentes formas de trabalhar. Memorizar é visto como uma coisa negativa, os conteúdos por si só também. Mas ambos têm um papel a cumprir e muito importante.
Agradeço a "visitação" que fazem de tempos a tempos a temas relativos ao ensino e por me terem reavivado a vontade de prosseguir as minhas leituras.
Continuação de um excelente trabalho.

Carlos Pires disse...

Os “cientistas” da educação e a maioria dos autores de programas disciplinares não parecem ter em grande conta a memória. Parecem achar que a memorização e a autonomia mental são inimigas por natureza. O que é, obviamente, errado.
No entanto, o facto dos referidos “cientistas” da educação e autores de programas desvalorizarem a memória não significa que valorizem a inteligência. Trata-se, aliás, de uma palavra maldita para esses sectores – falantes fluentes do “eduquês”. Por exemplo: quando lemos o elenco de causas com que tentam explicar o insucesso escolar encontramos muitas coisas diferentes (falta de recursos, utilização de métodos didácticos inadequados, incapacidade do professor para motivar os alunos, factores familiares e sociais, etc.), mas nunca a falta de inteligência do aluno.
O que é estranho. Os psicólogos nas últimas décadas descobriram que a inteligência é algo mais complexo do que se pensava (é constituída por aptidões diferentes e nem todas são intelectuais, como é o caso da dita inteligência emocional; a sua medição levanta diversos problemas, pelo que o QI pode não ser equivalente à inteligência que uma pessoa efectivamente tem), mas de modo nenhum descobriram que a inteligência não existe.
Esse “esquecimento” dever-se-á ao facto da inteligência, por natureza, não ser igualitária e levar à diferenciação?

Blitzkrieg disse...

Vinha aqui deixar um comentário que afinal já estava feito por um anónimo acima, mas acho que vale a pena insistir. Não percebi a referência do neurocientista Richard Thompson, da Universidade de Carolina do Sul: “O cérebro humano consta aproximadamente de 12 biliões de neurónios e o número de interconexões entre eles é superior ao das partículas atómicas que constituem o universo inteiro”.

Por partícula atómica entendia eu que fossem os componentes do átomo: eletrões, protões, neutrões.

Mas a conexões entre neurónios são feitas por algo maior que um átomo. Digo eu, que tenho formação em gestão...

Assim, haverá apenas um problema de tradução? Ou o universo do Sr. Thompson resume-se à Carolina do Sul?

Rui Baptista disse...

A citação que fiz de Richard F.Thompson, transcrevi-a do seu livro, "Introduccion a la psicologia fisiologica, Harla, México, 1975.

Sobre este mesmo tema, Jean-Pierre Changeux, professor de "Comunicações Celulares", no "Collège de France". e membro da Academia de Ciências, escreve: "Existirão de 10 elevado a 14 a 10 elevado a 16 sinapses no córtex cerebral do Homem ; se as contássemos a mil por segudno, levaríamos entre 3.000 a 30.000 anos a contá-las todas, trabalho verdadeiramente sobre-humano” (“O homem neuronal”, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1985).

Por sua vez, Jean Bernard, presidente da Academia de Ciências e membro da Academia francesa, elucida-nos: “Há no homem cerca de trinta biliões de neurónios. Chamam-se sinapses às zonas de contiguidade entre dois neurónios. O número de sinapses é extremamente elevado. Perto de um bilião de sinapses por milímetro cúbico de tecido nervoso” (“Então a alma?”, Publicações Europa-América, Ld.ª, 1987).

A biografia de Richard F. Thompson, credita-o como um cientista de créditos firmados.É possível que a comparação que estabelece entre o número "astronómico" de neurónios
e suas interconexões com as partículas atómicas que constituem o universo inteiro se trate de uma linguagem meramente metafórica.

LA disse...

Mais um artigo fraco do Rui Baptista que vem aqui expor as suas opiniões sem aprofundar muito os assuntos.
Essa coisa de associar a memória à inteligência de uma maneira simplória é irritante. Basta observar o universo à nossa volta para encontrar montes de exemplos que contradizem essa "teoria". Há pessoas altamente inteligentes que não são capazes de armazenar muita coisa na memória e há pessoas com uma memória incrível que são muito pouco inteligentes, eu até conheço uma pessoa que é atrasada mental e tem uma memória muito melhor do que a maior parte das pessoas.
E mais, memorizar não é saber, para servir de boas memórias temos os computadores que são uns autênticos nabos. O verdadeiro saber é aquele que sabe interligar as memórias de uma maneira útil, porque decorar por decorar não leva a nada. Será que uma pessoa que sabe os nomes de todos os rios e regatos de Portugal serve mesmo para alguma coisa, terá isso assim tanto interesse?
Neste aspecto o nosso ensino tem evoluido, não tenho dúvidas.

E se deixassem a Palmira Silva falar sobre este assunto, pelo menos ela fundamenta as suas opiniões e argumenta.

Rui Baptista disse...

La:

Começo por lhe agradecer a atenção que os meus artigos lhe têm merecido e a crítica que lhes faz. Por motivos óbvios, agradeço a atenção. Por outros que possam não parecer tão óbvios assim, agradeço também a sua crítica porque ela demonstra que lhes presta atenção (que muito me desvanece) numa perspectiva pessoal: agradar a gregos e troianos seria algo de monótono e desmoralizador para mim por não chegar a todos os estratos de opinião.

Colho de Goethe: “Qualquer ideia proferida, desperta outra ideia contrária”. Curiosamente, no caso presente, uma ideia proferida (a minha) despertou outra igual (a sua ).

Cotejemos as nossas opiniões. Transcrevo , o que escrevi no meu post (2.º§ ): “Existe uma má memória dos alunos (na gíria académica, os chamados marrões) que, sem perceberem patavina da matéria estudada, papagueavam nos exames orais, ou escarrapachavam “ipsis verbis” no papel das provas, os livros e sebentas.”

Sua opinião (3.º§ do seu comentário) : “O verdadeiro saber é aquele que sabe interligar as memórias de uma maneira útil, porque decorar por decorar não leva a nada”

Não foi isso que eu escrevi no meu post por outras palavras? Será que não fui bastante explícito em dizer que estava contra o processo de um ensino de marrões?

Mais escreve La: “…e há pessoas com uma memória incrível que são muito pouco inteligentes, eu até conheço uma pessoa que é atrasada mental e tem uma memória muito melhor do que a maior parte das pessoas”.

De certo, deve estar lembrado(a) do admirável filme “Reencontro de irmãos” (era esse o nome do filme se a memória me não falha), protagonizado por Tom Cruise e Dustin Hoffman, que abordava precisamente a hipermemória de um deles que era autista. Em caso de normalidade, quando falo na memória (apresentando o caso dos “marrões”) não estou a falar de uma hipermemória que entre no campo da patologia. Assim como, quando falo da doença de Alzeimer não me sirvo deste exemplo ( doença degenerativa com atrofia do córtex cerebral em que a memória sofre uma regressão dramática) para fundamentar o papel da memória em circunstâncias normais.

Quanto ao papel da memória nas aprendizagens escolares e sua avaliação, julgo que não pode ser substituída pelos computadores a menos que seja permitida a sua utilização nos exames como um auxiliar de memória (na gíria académica, cábulas).

Plenamente de acordo consigo, na admiração que ambos nutrimos pela Palmira e pelos seus post’s. Só este facto justifica plenamente esta nossa troca de ideias que, mesmo em outros aspectos, parecendo divergentes não o são tanto assim.

LA disse...

O que eu acho triste é citares umas frases dos Maias de uma maneira que parece que achas que isso justifica a tua idéia da importância da memória, essas frases não justificam absolutamente nada, és muito vago e não justificas bem as tuas opiniões.
Não vejo vantagem nenhuma em decorar poesias e acho que as máquinas de calcular devem ser usadas porque são mesmo necessárias, seria uma estupidez estar a fazer as contas todas no papel se se pode usar uma máquina que é muito mais rápida.
Antigamente também havia tabelas com os logaritmos, os senos e cossenos, e hoje me dia não há nada disso, os tempos são outros, há máquinas que fazem isso muito melhor e mais rápido, e o que interessa é que os alunos saibam o que estão a fazer.
Tu nem sequer falas em pormenores deste tipo, mandas umas coisas vagas para o ar, mais nada. Devias dizer, por exemplo, até que idade achas que não se devia usar máquinas, 13 anos, ou outra. E não estar a dizer uma coisa vaga, de que és contra as máquinas. Nem no 12 ano?!
Nãos sei se percebes mas essa coisa de mandar bitaites por mandar toda a gente consegue. Dizer coisas certas e justificadas é mais trabalhosa, exige mais esforço.
Não tenho nada contra ti, dá-me seca é estas coisas todas no ar.

Rui Baptista disse...

Julgo que compreenderá que a citação da obra de Eça “Os Maias” teve a intenção de mostrar que o sr. Maia, pai do médico Carlos da Maia, devido à sua idade provocava no seu interlocutor um misto de espanto ou mesmo de inveja pela memória que ainda tinha. Transcrevo a frase do seu interlocutor: -“Inapreciável bem de que goza!” Espero que depois deste esclarecimento se desvaneça em si toda a tristeza. Ou pelo menos parte dela!

Mais quatro esclarecimentos. Não estou (nem isso se pode inferir do meu post”) contra os cálculos feitos pelos computadores. Só eles tornaram possível o enorme avanço relativo à tecnologia espacial fazendo em escasso tempo aquilo que demoraria aos matemáticos anos a levar a efeito. Não sei se já reparou que no centro de operações, aquando do lançamento de simples foguetões ou naves espaciais tripuladas ou não, não se vêm cientistas a fazer contas de cabeça ou em folhas de papel? Mutatis mutandi”, estou, isso, sim, contra que se pretenda que, no 1.º ciclo do básico (antiga escola primária) uma máquina de calcular se substitua ao conhecimento de cor da tabuada ou se exija um centro de informações repleto de computadores para dizer ao aluno, por exemplo, que 3x2=6!!!

Ou que, como o acontecido numa reportagem televisionada, referente a uma das recentes manifestações dos professores, ao ser perguntado a vários professores (um deles um ex- destacado dirigente sindical) a que era igual a raiz quadrada de 9 não soubessem responder (por não terem na algibeira uma maquineta de calcular que respondesse por eles?).

Ou que na Faculdade de Letras de Lisboa, tempos atrás, ao ser perguntado aos alunos o nome do autor de “Os Maias” fosse respondido que tinha sido Egas Moniz, fazendo pairar a dúvida se a resposta se reportava ao aio de D. Afonso Henriques, figura de fidalgo de uma probidade impar, ou ao nosso quae contemporâneo Prémio Nobel da Medicina (por não terem à mão um computador que por eles respondesse?).

Com respeito à idade em que devem ser introduzidas as máquinas de calcular no ensino da matemática não era essa a intenção do meu post discutir, obviamente. Como não é agora. Deixo a resposta para os estudiosos da matéria, embora as respostas sobre o assunto sejam controversas. O seu a seu dono!

Rui Baptista disse...

Na 5.ª linha do 2.º §, onde se escreveu "vêm", substituo po vêem.

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