sexta-feira, 31 de março de 2023

BALANÇO SEVERO

Tanto tempo que, na vida, perdemos.
Tantos gestos lindos que não fizemos.
Tanta boa dádiva que não demos.
Tanto que quisemos e não quisemos.

Tanta desatenção, tanto não ver.
Tanta luz que ficou por acender.
Tanto que morreu antes de nascer.
Tanto fogo que ficou por arder.

Tanta vida sempre tão mal vivida.
Tanta ardência, mas sempre mal ardida.
Tanta esperança tão mal cumprida.

Tanta coisa que tanto se sonhou.
Tanto que se perdeu e não achou
ou, antes de começar, acabou. 

Eugénio Lisboa

1 comentário:

Anónimo disse...

Tanta pomba assassinada.

UMA MARATONA DE PESSOAS E LIVROS

 Meu artigo no último JL: O título acima é o subtítulo do belo livro Bibliotecas, que acaba de sair com a chancela da EntrefOlhOs (uma ed...