terça-feira, 23 de março de 2021

O ORGULHO EM SER PORTUGUÊS

“No dia em que pararmos de nos preocupar com consciências Negra, Amarela e Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana  o racismo desaparece” (Morgan Freeman).

Eu sou da época em que num anúncio televisivo uma velhinha dizia ser do tempo em que um quilo de arroz custava dois escudos e cinquenta centavos.

Eu sou da época, também, em que havia orgulho em ser português, sendo Portugal  um dos países  possuidor de um  dos maiores impérios coloniais com vantagem  incontestada para a Inglaterra em que, para caracterizar a sua imensa extensão,  se dizia no seu auge que "o sol nunca se punha   no Império Britânico por a  sua extensão ao redor do mundo garantir que o Sol sempre estivesse brilhando em pelo menos  um de seus numerosos territórios" e em que se dizia que no  remoto Timor, sob a égide da bandeira verde-rubra, os seus naturais, em sinal de profundo e sentido respeito, não pisavam a sua sombra!

Eu sou da época, ainda, que não não existia Net, e, como tal, em que  os pedidos de amizade entre jovens  eram feitos, por exemplo, em revistas brasileiras que chegavam à ocidental praia lusitana e em que as suas subscritoras mistas  ou negras,  se identificavam  pela cor da epiderme como morenas claras ou morenas escuras.

Eu sou da época, finalmente,  em que os exemplos de amor pátrio eram muitos e que hoje se transformarem  em ódio e traição para com a pátria  herdados do ADN do traidor  Miguel de Vasconcelos que teve como  resultado auspicioso  a Revolução de 1640 que restituiu aos patriotas portugueses  o governo da sua Pátria usurpado pela coroa de Espanha!

“Ipso facto”, foi com enorme repúdio que, em dia de eleições para a Assembleia da República, a deputada  do Bloco de Esquerda, nascida da antiga possessão portuguesa da Guiné, naturalizada portuguesa, Joacine Katar Moreira, dirigiu  contra a sua pátria de adopção impropérios do pior e mais reles que há  que nem Maomé se atreveu a dizer do toucinho, nas escadarias da Assembleia  da República, casa representativa do povo português ,  dirigidos ao passado colonial de Portugal salgando feridas que os séculos já deveriam ter sarado. E, outro tanto, Mamadu Ba, também naturalizado português, este nascido no Senegal,  com a mesma conversa gritada, alto e bom, no mesmo local e em simultâneo,  de ódio ao passado da bandeira das sete quinas.

Por fim, em palavas comedidas  e bem medidas, a actual deputada negra do Bloco de Esquerda, Beatriz Gomes Dias,  candidata à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, em próximas eleições,   tece considerações nada abonatórias para com o nosso torrão natal embrulhadas num sorriso cativante e semblante  simpático,  um discurso mais ou menos ameno  que eu ia ouvindo  enquanto escrevia, um do meus números textos que, em direito de cidadania, tenho vindo a publicar, ergo sem a atenção devida, que,  talvez, por esse facto, por mm tido  como fosse uma arenga que pela sua enorme complexidade, me pareceu, penitenciando-me se  assim não tiver acontecido,  que ela,  de quando em vez, metia  as mãos pelos pés e os pés pelas mãos.

Bem sei, com fundamento em  Albert Shweitzner, “ser destino de toda verdade objeto de ridículo quando exposta pela primeira vez; sendo considerado idiotice supor que homens negros eram realmente seres humanos e tinham que ser tratados com tal. O que uma vez foi considerado estupidez foi reconhecido como verdade. Hoje em dia é considerado exagero proclamar-se constantemente o respeito por cada forma de vida, como sendo uma séria exigência de uma ética racional. Mas virá o dia em que as pessoas ficarão espantadas com o facto de que a raça humana existiu por tanto tempo antes de reconhecer que lesar uma vida irrefletidamente é incompatível com a verdadeira ética. Ética, sem ressalvas, responsabilidade por tudo o que tem vida“ .

Defendo, ‘à outrance’, que os homens e as mulheres, independentemente da sua cor de epiderme, devem ser tratados, perante a lei e os seus semelhantes, como iguais. Fugir a isto é fomentar formas de racismo encapotado quer de branco, quer de negro, o que me preocupa deveras é desconhecer os verdadeiros princípios   pelo quais se norteiam  os movimentos antirracistas sem apresentarem  um programa detalhado e bem estruturado das suas pretensões, a exemplo das greves de trabalhadores com os seus cadernos reivindicativos. Mais me preocupa, e muito, é a mudança  de atitudes de Joacine Moreira e de Mabadou Ba que, quais felinos assanhados de pelo eriçado, passaram, do dia para a noite,  a gatinhos a ronronar  aos pés de tachos escandalosos que foram conseguindo  em altamente rendosos benefícios pessoais.

O dinheiro e o estatuto social elevado nem todo ele, ou, apenas, parte dele, dele pode ou deve servir de justificação para um mudança tão brusca, radical e insólita como o caso mais evidente de Mamadou  Ba ao ter sido prendado com muitos  milhões  de euros sacudidos da árvore  das patacas  da Comunidade Europeia, quando parcela grande  de nacionais de gema passa dificuldades imensas, chegando muito deles  a passar fome de rato, senão mesmo a viver na rua iluminados em noites de  lua cheia ou na sua ausência pelos candeeiros da via pública.

Mas onde a minha revolta atinge o rubro reside no facto de Mamadou Ba ter escrito ser preciso “matar o homem branco”!, desculpando-se,  mais tarde,  em desculpa esfarrapada ter sido  um desabafo ocasional de uma alma sofrida pelo racismo lusitano!  

Sou dos que defendo, de alma e coração, que os homens e as mulheres, independentemente da  cor de epiderme, devem ser tratados, perante a lei e os seus semelhantes, como iguais em circunstâncias iguais ou semelhantes. Ou seja, aos direitos devem corresponder os deveres!

Esta a verdade nua, crua, sem subterfúgios de qualquer ordem, que defendo.  Negar esta evidência é fomentar formas de racismo encapotado em trajes quer de alvura  ou negritude protegendo  os brancos  só porque são brancos ou protegendo os negros só porque são negros! "Suum cuique tribuere", como era norma na Roma Antiga!

2 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

O orgulho dá para muitas polémicas e dissertações.
Vou evitar polémicas e limitar-me a transcrever o que encontrei no dicionário temático Larousse, de filosofia: «Estima excessiva de si próprio. É menos um pecado teológico do que um defeito psicológico e social: a este nível ele constitui um obstáculo às relações com o outro e caracteriza-se por um certo culto da interioridade e do mistério e por uma tendência permanente para considerar o outro como um puro nada. O orgulho apresenta-se, por conseguinte, como uma atitude de desafio social, que acarreta seguramente as mesmas calamidades que os antigos atribuíam espontaneamente à vingança dos deuses.»
Quanto ao racismo, vejamos o que diz o mesmo dicionário, do círculo de leitores: «Quanto ao próprio princípio do racismo, que é o de dominar, de explorar (regime de segregação onde os indivíduos de uma única raça possuem todo o poder político e económico) e até de suprimir algumas raças (como o fizeram os americanos da América do Norte com as raças índias e os alemães com os judeus), continua a ser, de um ponto de vista moral, universalmente condenado. Numa palavra, o racismo não tem qualquer fundamento científico (biológico ou psicológico) e é considerado um desvario moral.» «Os psicólogos americanos dedicaram-se a compreender a génese dos sentimentos racistas em alguns dos seus compatriotas. Puseram em evidência o facto de que o racismo se desenvolve em toda a sociedade de tipo autoritário, que faz pesar sobre os indivíduos todo um conjunto de constrangimentos rígidos (manifestações de amor que são severamente reprimidas, mínimo desvio de conduta na rua, “não pensar como toda a gente”, etc.). Nestas sociedades, desenvolve-se espontaneamente nos indivíduos u m sentimento de agressividade que se vira contra as minorias étnicas, quer se trate dos negros nos EUA, ou dos judeus sob o regime hitleriano, etc. A solução do racismo encontra-se, por consequência, de uma maneira geral, numa vida social mais livre e menos constrangedora para todos os indivíduos.»

Rui Baptista disse...

Responder

O orgulho como virtude ou defeito nem sempre é consensual, longe disso! Ocorre-me, por exemplo a opinião de Kant quando, a propósito, escreveu: “Se te fizeres minhoca não te espantes se te pisarem”.
Aliás, como tudo na vida depende carência e excessos. Há preparados químicos que se forem tomadas em doses pequena curam! Em doses maiores matam. Ou seja, como tudo na vida é uma questão de peso e medida. A própria humildade, como escreveu Mário Quintana, pode ser o orgulho escondido atrás da porta!
Esta complexidade pode ter, ou tem mesmo, paralelo com anti-racistas que proclamam direitos sem deveres ou se o fazem sem dizerem por a+b quais são as suas razões como, pelo contrário, o fazem os manifestantes de exigências sindicais, talvez porque ele próprios não saibam o que proclama e exigem.
A gravidade e nebulosidade desta questão estão mal iluminadas ou mesmo à escuras. Quase me atrevo a dizer que identifica com as pescadinhas de rabo na boca. Ora aqui está uma questão sobre a qual me debruço sem divisar sequer, utilizando um lugar-comum, uma luz ao fundo do túnel ou, provavelmente pelo contrário, encadeado por activistas ferozes de garras afiadas que amansam as suas mandíbulas quando lhes dão, de mão beijada, prebendas e lugares principescamente pagos passando a ver a vida por prismas completamente diferentes calando-se perante situações que anteriormente lhes mereciam enorme e violenta contestação. Quando mesmo não se calam enfartados que estão. Calam enfartados de benesses. Ou sejam coçam o seu prurido para dentro das suas algibeiras nunca para fora para ajudarem os desgraçadinhos que quais Judas juravam defender da opressão branca. Ficam no ar poeiras difíceis de sacudir, ficando-lhe, todavia o mérito de as ter levantado! Qual “mare magnum” que merece ser navegado pelos nossos leitores. O convite aqui o deixo!

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