domingo, 12 de agosto de 2018

A filosofia como exercício de pensamento

Nos últimos meses tem passado no Canal 2 da RTP uma série em pequenos episódios. O título é A mentira da verdade, o tema central é a filosofia. Em cada episódio é tratado um problema, um dilema, uma ideia que todos já terão pensado ou, pelo menos, esboçado. Apesar de ser destinada a jovens, a todos pode encantar.

Esse programa foi concebido e é protagonizado por um filósofo argentino: Darío Sztajnszrajber, professor com experiência nos vários níveis de escolaridade, agora no universitário, mas também  divulgador apaixonado da sua disciplina.

Na seguinte entrevista, datada de Junho deste ano, explica como a filosofia se constitui como exercício (necessário) de pensamento.


3 comentários:

Anónimo disse...

Neste primeiro quartel do século XXI, ainda se justifica a existência de escolas secundárias e superiores em Portugal?
As escolas são lugares privilegiados para a transmissão de conhecimentos e experiências, ou devem funcionar somente como "elevadores sociais"?
As matérias que obrigam a puxar pela cabeça, como são a filosofia, a matemática, a física, a biologia, a geologia, ou a poesia, devem ser banidas para sempre das escolas?
Pode ter alguma justificação filosófica a pedagogia do aprender a aprender, que tem por base a ideia de que quando os professores se limitarem a ensinar apenas matérias acessíveis ao senso comum português a sabedoria e o sucesso educativo de todos os alunos atingirá níveis deslumbrantes de excelência?

Carlos Ricardo Soares disse...

Atrevo-me a dizer que, sem paixão, tudo permanece opaco ao pensamento, incluindo o pensamento e o que acontece é dentro das fronteiras do senso comum.
Este filósofo transmite claramente o problema da filosofia como uma questão de amar ou não o conhecimento, o saber, a sabedoria, sem fronteiras. E o amor é reconhecido como uma vinculação à verdade, talvez a única vinculação radical.
Quando as motivações são outras, a filosofia não funciona porque, na verdade, deixa de existir e pode ser uma emulação, uma sofística, uma técnica de manipulação de palavras.
A escola, ao aproximar o aluno do horizonte das possibilidades de aprendizagem e das dificuldades de atingir determinados desempenhos, já cumpre um importante papel.
As aprendizagens são como sementes e as que brotam mais cedo ou mais facilmente nem sempre são as mais consistentes, ou produtivas.
Às vezes a importância do banquete não está no que se come, mas no que se deixou de comer.
O que fica na mesa, e não o que vai para o estômago, pode ser o que fica na memória.

Anónimo disse...

Há cerca de dez anos, fiz parte da comissão organizadora de uma espécie de banquete filosófico-pedagógico que envolveu, em pé de igualdade, como deve ser numa democracia avançada e de esquerda, formadores e formandos dos saudosos Cursos das Novas Oportunidades. Esses cursos foram uma lufada de ar fresco no livresco e bafiento sistema de ensino herdado do Estado Novo, constituindo-se, outrossim, numa forma expedita de conferir qualificações de elevado nível académico a quem possuísse competências adquiridas na universidade da vida, como são saber tirar bem cafés, curtos e fortes, com espuminha cremosa por cima, ou finos (imperiais) de cerveja fresquinha para vender a quem tem sede.
Então, ao romper da madrugada de um dia quente de junho, lá partimos todos de camioneta rumo à descoberta do Alto Douro Vinhateiro, cheios de nervosismo miudinho e ansiosos por ver chegar a hora de franquear os pesados portões de ferro da Quinta da Pacheca, onde haveriam de decorrer, em simultâneo, as provas de exame finais, com equivalência a um 12.º de escolaridade normal, e as provas obrigatórias dos vinhos de elevado teor alcoólico da região duriense.
Tudo isto a propósito do hermético e mui filosófico comentário do Doutor Carlos Soares, publicado no dia 12 de agosto, em que, para mim, não está claro se ele defende o ensino baseado na memorização do Doutor Salazar, se o que se bebe para além de um certo limite é mais importante do que aquilo que se deixa de comer, ou se a melhoria das aprendizagens, propaladas aos quatro ventos por altas individualidades nos campos da educação e cultura, como são os doutores Maria de Lurdes Rodrigues e Tiago Brandão Rodrigues, não é mais do que um chavão, atrás do qual se tenta esconder a falência vergonhosa do sistema de ensino congeminado pelos especialistas do aprender a aprender, que mais não queriam do que substituir o ensino recorrente pelas novas oportunidades, e agora, com as "aprendizagens essenciais", pretendem que os alunos de todos os graus de ensino, sejam normais ou profissionais, prescindam dos ensinamentos dos professores para poderem singrar na vida bem escorados por habilitações escolares de nível superior.
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