quarta-feira, 23 de maio de 2018

O VOCABULÁRIO PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR PROPOSTO PELA OCDE

Em continuação de texto publicado aqui.


Na página 7 do documento da OCDE intitulado The future of education and skills. Education 2030 - afinal, o guia para a educação formal a um nível global - explica-se que a estruturação da nova aprendizagem, que se pretende obter num futuro próximo, implicou um trabalho conjunto de diversos parceiros, no que respeita, nomeadamente, ao apuramento e sistematização de "competências transformadoras", as quais se traduzem em construtos.

Para que os professores e os directores os incorporem nos currículos que elaboram ao nível da escola, é facultada, em anexo (Anexo 2), uma lista, que se diz não ser exaustiva. Reproduzo abaixo essa lista traduzida, notando o sentido que pode ter cada palavra/expressão bem como o seu conjunto.


‒ Adaptação / Flexibilidade / Ajustamento / Agilidade
‒ Compaixão
‒ Resolução de conflitos
‒ Criatividade / Pensamento criativo / Pensamento inventivo
‒ Pensamento crítico
‒ Curiosidade
‒ Empatia
‒ Envolvimento / Competências de comunicação /Competências de colaboração
‒ Igualdade / Equidade
‒ Mentalidade global
‒ Orientação e finalização por objectivos (por exemplo, determinação, persistência)
‒ Gratidão
‒ Desenvolvimento mental
‒ Esperança
‒ Dignidade humana
‒ Identidade / Identidade espiritual
‒ Integridade
‒ Justiça
‒ Habilidades manuais para a tecnologia da informação e da comunicação (relacionadas com estratégias de aprendizagem)
‒ Habilidades manuais para as artes e ofícios, música e educação física necessárias no futuro
‒ Metacognição (incluindo habilidades de aprender a aprender)
‒ Atenção plena ("mindfulness)
‒ Motivação (por exemplo, para aprender, para contribuir para a sociedade)
‒ Mentalidade aberta (em relação aos outros, a novas ideias e experiences)
‒ Adopção de uma perspectiva e flexibilidade cognitiva
‒ Pro-actividade
‒ Resolução de problemas
‒ Propósito
‒ Pensamento reflexivo / Avaliação / Monitorização
‒ Resiliência / Resistência ao stress
‒ Respeito (por si mesmo, pelos outros, incluindo a diversidade cultural)
‒ Responsabilidade (incluindo o "locus de controlo")
‒ Gestão de riscos
‒ Auto-consciência / Auto-regulação / Auto-controlo
‒ Auto-eficácia / Auto-orientação positiva
‒ Confiança (em si, nos outros, nas instituições)

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta longa lista de orientações gerais muito modernas lembra muito os preceitos que os fiéis da Igreja Católica deviam cumprir. Como atualmente os Dez Mandamentos já não influenciam a juventude como antigamente - recordo que o Maio de 68 já faz cinquenta anos e os meliantes da Academia do Sporting apanharam todos prisão preventiva -, a escola pública do século XXI é uma selvajaria. Talvez estes novos valores, sem a ameaça do inferno, contribuam para conduzir o rebanho tresmalhado ao bom caminho! Porém, tenho a certeza de que a tarefa dos "pastores da educação" não vai ser fácil!