terça-feira, 6 de junho de 2017

Educação e imediatismo: uma impossibilidade

Zygmunt Bauman, sociólogo, tem dado, na sua vasta e significativa obra, destaque à educação, ao seu lugar e desígnios na contemporaneidade. No vídeo abaixo diz o que se segue.


Pergunta: Neste mundo hipercontactado no qual qualquer tipo de informação está a um clique no computador qual é o papel da educação tradicional nas escolas e nas universidades (…)? 
Resposta: Referiu um dos problemas mais importantes e dolorosos dos nossos dias (…) e do qual nos estamos esquecendo. No sistema educativo actual [vigora] a cultura do imediatismo. Educação e imediatismo são termos contraditórios. Não podemos ter os dois. Ou temos uma educação de qualidade ou temos o imediatismo. Não podemos ter os dois ao mesmo tempo. E este é um problema terrível. 
Na história da sociedade humana, assim que os gregos antigos inventaram o conceito de paideia, a educação viveu constantemente algum tipo de crise muito em função da necessidade de ajustamento à mudança de circunstâncias. Mas a crise a que assistimos é muito básica e essencial [derivada da] tecnologia da informação, que é uma biblioteca de fragmentos, de pedacinhos sem algo que os reúna e os transforme em sabedoria, em conhecimento (…). 
E isso destrói capacidades psicológicas como a atenção a concentração, a consciência (...) para se estudar um assunto (...) o esgotar, ir até ao fim. Há mudanças no pensamento. 
É uma situação completamente nova que põe os educadores numa posição muito difícil. É preciso repensar muitas coisas.

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