sábado, 9 de abril de 2016

Jóias na mochila, não!


Há três dias (alguém ainda se lembra?) houve uma campanha - "E se fosse eu" - promovida por uma organização designada por "Plataforma de Apoio aos Refugiados". Ao que li na página on line, a sua intenção era
"sensibilizar a sociedade portuguesa para as condições em que os refugiados se encontram", "promover um exercício de empatia com quem foge da guerra na Síria e procura proteção humanitária, percebendo o que quer dizer deixar tudo para trás, ter de selecionar o que é mais importante e viver só com uma mochila numa jornada de perigos e de incertezas."
A inspiração, declarou essa organização, foi encontrada no projeto “What’s in my bag?”
"desenvolvido pelo International Rescue Committee em colaboração com o fotógrafo Tyler Jump que fotografou um grupo de refugiados que chegou à ilha de Lesbos (Grécia) – uma mãe, uma criança, um adolescente, uma família, um farmacêutico e um artista – e que partilharam o que trouxeram nas suas mochilas quando tiveram de fugir."
Passo por esta informação sem fazer comentários (o seu conteúdo parece-me suficientemente explícito) e centro-me nos resultados da campanha portuguesa, a que, de um modo disperso, tive acesso.

Percebi que obteve a atenção de toda a comunicação social - jornais, estações de televisão e de rádio, internet - e que por ela desfilou uma multiplicidade de entidades, representantes, grupos, pessoas comuns.

No que respeita à educação, envolveram-se o próprio ministro, secretários de estado, centenas de escolas, muitos directores e professores, milhares de crianças e jovens. Todos falaram a uma só voz.

O mesmo aconteceu com as muitas celebridades que fizeram declarações. Aqui houve, no entanto, a nota discordante de uma artista que, desapaixonadamente, disse num vídeo que, caso tivesse de fugir da guerra, levaria as suas jóias na mochila. Também a uma só voz o país caiu-lhe em cima!

5 comentários:

Anónimo disse...

As pessoas caíram-lhe em cima porque nunca tiveram de fugir. Caso contrário compreenderiam que tem razão.

cumps

Rui SIlva

Anónimo disse...

Não percebo o barulho a respeito do que Joana Vasconcelos disse. Eu, se tivesse de fugir, procuraria levar o que de mais valioso tivesse à mão. O iPhone (ou o equivalente) não seria esquecido, nunca o esqueço normalmente quanto mais quando poderia ser-me útil para pedir auxílio. Acho que é o que os fugitivos da Sírtia têm feito e até já foram fortemente criticados (acho que sem razão) por imagens em que aparecem a telefonar.

Anónimo disse...

Bem, eu se tivesse jóias e tivesse de fugir levava-as. O telemóvel é que não ficaria para trás.
J. L.

Anónimo disse...

Seria para mim também interessante saber se existe nesta "Plataforma de Apoio aos Refugiados" dinheiro público.

cumps

Rui Silva

António Pedro Pereira disse...

Senhor Rui Silva:
Confesse lá, se for reformado, se há dinheiro público na sua reforma.
Se for empresário, se há dinheiro público na sua empresa.
Ou vive do euromilhões?
Tanta fobia contra o que é público até cansa, pela irracionalidade, pela estupidez, pelo fanatismo ideológico.
Nem os tristes exemplos do dia-a-dia, do chupismo de milhões do erário público para interesses privados, vos aclara a vista.
Coitados destes novos liberais de algibeira.

A panaceia da educação ou uma jornada em loop?

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