Nas cada vez mais apertadas malhas da "linguagem policiada" sob o desígnio do "politicamente correcto", o poema de António Gedeão Lágrima de preta, que tem sido "usado" recorrentemente nas escolas para "combater o racismo" (ver aqui), seria agora, se adoptados os argumentos dados a conhecer em artigo do Público antes referido (ver aqui), contestado e, quem sabe, dispensado. Triste ironia!
O que podemos fazer contra esta censura que se entranha em nós a cada dia que passa?
Podemos ler. E dar a ler.
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
Com jeitinho, tanto politicamente correcto ainda acaba em racismo atroz. Parece aquele História pensada pelos iluminados da UE que pretendia limpar da História da Europa as "partes más" . Vai deixar de haver magros, brancos, espaguetes, negros, gordos, chineses, comilões, anorécticos ....... porque vai sempre magoar alguém.
ResponderEliminarE eu, que não podia ir a Guimarães porque as pernas ficavam lá para cabos de faca? Ou que de frente parecia de lado e de lado nem me viam?