quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Alunos à nora

Sendo assim, já que falamos nos acentos, passamos assim a outro âmbito, ao âmbito da escrita, em que chegámos à conclusão que não sabemos o que fazer, é uma grande confusão. Não sabemos se havemos de tirar letras, de pôr, se tirar os acentos ou não, e é muito triste chegarmos a esta altura e nós não sabermos como havemos de escrever a nossa própria língua, e acho que isso não está a favorecer grande coisa.
Também nos deparamos com textos nos nossos manuais em que alguns adoptam o novo AO e outros não, e ficamos confusos, porque afinal em que é que ficamos?


28 comentários:

Sara Raposo disse...

Gostei muito de ler os testemunhos dos alunos. Eles perceberam bem e explicam ainda melhor os problemas decorrentes da adopção do novo acordo ortográfico. E estas não são opiniões isoladas. Os meus alunos (que são muitos), na sua maioria, também pensam assim. A expressão que costumam utilizar, para falar das dúvidas práticas que surgem na sala de aula, é: "que confusão não se percebe para que é que isto serve, agora já ninguém sabe bem como se escrevem as palavras". Porquê persistir, então, em tamanho disparate? Uma língua pode-se mudar por decreto e contra a vontade dos falantes? Não me parece. Os senhores deputados da comissão fazem bem ouvir os alunos porque os lúcidos argumentos deles confirmam a balbúrdia geral e também o prejuízo que a imposição destas alterações está a produzir nas escolas portuguesas. Esta é uma causa pela qual mais professores deveriam lutar. Obrigada, Desidério.

Guilherme de Almeida disse...

Atente-se na frase seguinte:

"Nada para os empreendedores".
Como interpretar esta frase à luz do AO? [no AO, "para" e "pára" escrevem.se d eitual modo].

LEITURA 1.- "Nada para (proposição) os empreendedores = "os empreendedores não têm direito a nada" (admitindo-se que são gente que nem merece consideração).

LEITURA 2.- "Nada pára (verbo parar) os empreendedores" = nada faz parar os empreendedores (vendo-se neles pessoas dinâmicas, criativas e imparáveis).

Qual das leituras é a correcta? Por favor não me venham dizer que se tira isso do contexto, pois a leitura não é um jogo de adivinhas.

Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida disse...

RECTIFICO A GRALHAS
Atente-se na frase seguinte:

"Nada para os empreendedores".
Como interpretar esta frase à luz do AO? [no AO, "para" e "pára" escrevem.se de igual modo].

LEITURA 1.- "Nada para (proposição) os empreendedores" = "os empreendedores não têm direito a nada" (admitindo-se que são gente que nem merece consideração).

LEITURA 2.- "Nada pára (verbo parar) os empreendedores" = "nada faz parar os empreendedores" (vendo-se neles pessoas dinâmicas, criativas e imparáveis).

Qual das leituras é a correcta? Por favor não me venham dizer que se tira isso do contexto, pois a leitura não é um jogo de adivinhas.

Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida disse...

Onde acima escrevi "A GRALHAS" leia-se "AS GRALHAS" e onde está "proposição" leia-se "preposição".
GA

Desidério Murcho disse...

Casos como "pára"/"para" indicam que as mudanças ortográficas nunca visaram a unificação, nem sequer a simplificação, nem a modernização (no sentido de ficar mais lógica a língua). Tudo que foi visado foi responder a ideologias linguísticas pessoais dos autores da nova ortografia. Na verdade, adolescentes do ensino secundário fariam uma reforma melhor, se o objectivo fosse realmente simplificar, unificar o possível e deixar na mesma o que não vale a pena mexer. Para quê mexer em coisas como "pára", em que não havia diferença alguma entre PT e BR? Para quê eliminar consoantes mudas que desempenham para nós um papel na pronúncia das palavras (como "espetador"), quando no Brasil se continuará a escrever "espectador"? Não há argumentos sólidos a favor de qualquer uma destas perguntas.

Repito: quem fez este acordo mentiu a milhões de utilizadores da língua, e tinha como único objectivo impor as suas idiossincrasias linguísticas.

Pois desde 1990 que teríamos uma ortografia mais uniformizada se não fossem todos estes disparates. Como? Eliminando algumas consoantes mudas portuguesas que os brasileiros não usam e que realmente não desempenham um papel importante na fonética, como "atual" e "ótimo". Ter-se-ia feito um acordo destes muito facilmente, introduzindo coisas como o "úmido" brasileiro como uma alternativa legítima, assim como o nosso "facto" para os brasileiros. Seria simples. Seria aceite por todos os brasileiros, portugueses e africanos sem problemas. E há mais de 20 anos que teríamos uma ortografia melhor, mais simples, mais moderna e mais unificada.

É por isso que fico muito zangado quando os defensores desta tolice me acusam de não querer unificar. Ainda por cima eu, que escrevo nas duas ortografias porque vivo no Brasil. É incrível a má-fé, a pouca-vergonha, a mentira descarada dos defensores do acordo.

Anónimo disse...

Nada receies. Eles são intrinsecamente maus e a salvação esta do teu lado. Vais ser traido por um amigo proximo, julgado e crucificado, mas não te inquietes, porque has de ressuscitar logo a seguir no reino dos céus.

Não cedas à colera, sempre ma conselheira. Sossega que a razão esta contigo. Tu ES a razão incarnada. O Verbo nunca se poderia ter feito carne com esta diabolica ortografia !

joão viegas disse...

Ola,

Acho comovente esta série de posts em defesa da ortografia portuguesa, por parte de quem, ha uns anos atras, defendia que a obrigatoriedade do português no ensino publico universitario era uma tirania intoleravel e contraproducente...

Não aplico o acordo. Embora muitas das criticas que leio me pareçam nitidamente exageradas, é para mim evidente que não devemos sacralizar a nova norma e que, caso seja incontroverso que ela dificulta a aprendizagem da lingua na escola, ou caso surja uma norma tecnicamente mais perfeita, deveremos abandona-la sem qualquer escrupulo.

Julgo inevitavel que a lingua se transforme em questão politica. Se isso tem aspectos positivos (por exemplo : pessoas como o Desidério Murcho tomarem consciência da importância da lingua portuguesa), também tem aspectos negativos. Os mais importantes derivam, em meu entender, de um equivoco fundamental : mudar a ortografia não equivale a mudar a lingua, a não ser muito marginalmente. Mas a esmagadora maioria das criticas a uma reforma ortografica parte do principio que, tocando na ortografia, vai cometer-se um atentado irreversivel contra a lingua. Ora isso é um obvio exagero : la porque escreveram com ortografias diferentes, ou porque aprenderam a escrever com ortografias diferentes, Camilo, Eça, Pessoa, Aquilino ou Agustina escrevem em linguas diferentes ? Não me parece... E sobretudo, nenhum desses (grandes) autores deve o dominio que tem da lingua portuguesa à ortografia que utiliza ou que utilizou, ou na qual aprendeu a escrever.

Isto, como é obvio, não significa que não devamos debater da ortografia. Apenas defendo que o faremos de forma mais inteligente, e talvez mais eficaz, se guardarmos um pouco o sentido das proporções.

Boas

Jorge Teixeira disse...

Mudar a ortografia como o faz o AO90 equivale a mudar a língua. E mudar de forma profunda e radical.

Detesto este hábito português de, para fugir aos assuntos concretos, passar a para as questões abstractas. Não se trata de filosofar sobre as "mudanças de ortografia". Trata-se de uma coisa concreta, o AO90. Deixem-se de distracções e masturbações intelectuais.

joão viegas disse...

Sejamos concretos então :

Nenhuma norma ortografica que conheço evita a existência de palavras homografas (com sentidos diferentes), nem tão pouco que, nalguns casos, seja necessario recorrer ao contexto para compreender o sentido de uma frase equivoca. Isto não me parece um argumento decisivo, ou então estamos a precisar de modificar urgentemente a ortografia de muitas outras linguas, e não apenas do Português...

O exemplo dado no texto para que remete o post ("o comboio para em todas as estações") mostra sobretudo que, infelizmente, a aluna em causa não pode compreender esta realidade, porque o exemplo que ela escolheu é mau, o que revela dificuldades completamente estranhas ao uso da nova grafia...

Mas enfim vale tudo para as pessoas que resolveram considerar que estamos confontados com o apocalipse.

Esta atitude é que é, não so muito portuguesa, mas completamente contraproducente. Eu admito perfeitamente que a nova norma possa ser ma, que tenha havido erro em adopta-la e que seja aconselhavel voltar atras.

Apenas constato que, com o barulho que fazem os criticos em guerra pessoal contra a nova norma (e contra aqueles que ajudaram a defini-la, etc.), ou que reagem de maneira subjectiva e religiosa àquilo que sentem como um sacrilégio, acabam por não se ouvir as criticas sérias, objectivas, construtivas, que porventura merecem a nossa consideração.

Acho pena, mas pelos vistos não ha nada a fazer...

Boas

Anónimo disse...

A leitura é, em certa medida, um jogo de advinhas. Quanto conotação ou leituras admite um texto em poesia ou mesmo em prosa?

Desidério Murcho disse...

Como é que uma pessoa que dá erros constantes de ortografia pode ter uma opinião minimamente abalizada?

Além disso, o argumento não é que numa língua nenhuma palavra deve ser homógrafa, mas que é ridículo introduzir novas palavras homógrafas. Ademais, este não é um caso de palavras homógrafas, pois "para" e "pára" pronunciam-se de maneira diferente. Trata-se de ver de maneira muito simples que 1) se o critério para tirar consoantes mudas é o fonético, então pelo mesmo critério devemos manter o acento em "pára" porque há uma diferença de pronúncia relativamente a "para"; 2) se o critério é unificar a ortografia, então não era necessário mexer em "para/pára" porque este é um dos casos em que não havia qualquer diferença entre o português PT e o BR.

joão viegas disse...

Mais falacia elegante.

1. Nada impede uma opinião emitida com erros de ortografia de ser bem fundamentada.

2. Palavras homografas são palavras homografas. Palavras homofonas são palavras homofonas.

3. Não vejo nenhuma consoante muda em "para" (com ou sem acento, que o meu teclado não me permite escrever, com as minhas desculpas).

4. Que se utilize por vezes o critério fonético não implica que a nova norma requeira que passemos a utilizar sistematicamente uma escrita inteiramente fonética, o que seria irracional, e alias contraditorio com o proposito do acordo como julgo que tu proprio salientaste ha uns dias atras.

Boas

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 12:30
Se o senhor G. Almeida conhecesse uns rudimentos da língua chinesa não confundiria língua com algoritmo matemático.

Desidério Murcho disse...

1. Quem não sabe física, não tem opiniões abalizadas sobre física. Tem opiniões, e é livre de as ter, mas nada contribuir para a compreensão das coisas. Você não sabe escrever português. Não vejo como possa ter uma opinião minimamente interessante sobre a ortografia.

2. "para/pára" não são homófonas. Se o fossem, seria uma razão para retirar o acento de uma delas? Não o seria, a menos que sejamos puristas da fonética. Pois nesse caso teríamos de mudar a diferença ortográfica entre "coser/cozer", "conselho/concelho" e tantas outras. Isto mostra que o acordo ortográfico é linguisticamente incompetente, seguindo regras nuns casos que não segue noutros.

3. Claro que "pára" não tem consoante muda. A questão é que das muitas coisas que faz o acordo, uma delas é tirar consoantes mudas que no Brasil não são mudas (e por isso permanecem no Brasil mas não em Portugal) e que para nós são importantes porque marcam diferenças de pronúncia (como "espetador/espectador"). Isto significa que 1) palavras que antes tinham igual ortografia PT e BR, agora têm ortografia diferente e 2) introduzem-se mais palavras homógrafas em Portugal, sem qualquer necessidade.

4. O argumento é que o acordo usa ora um ora outro critério, de maneira incoerente e insensata. Não vejo problemas em nuns casos usar um critério fonético (eliminar a consoante muda de "acto"), mas não noutros. Mas vejo problema em fazer isso quando 1) se elimina consoantes mudas que têm um papel fonético e 2) se elimina acentuação que não só tem um papel fonético como tem um papel semântico. Uma pessoa poderia usar um critério fonético geral, que depois seria posto de lado quanto outros critérios mais importantes se fizessem sentir (evitar acrescentar homógrafas na língua, por exemplo). O que se fez no acordo foi o inverso: usa-se o critério fonético precisamente quando fazia sentido pô-lo de lado, e põe-se o critério de lado quando se deveria usá-lo. É uma barbárie completa.

Estes casos mostram uma coisa muito simples: ao contrário do que dizem os defensores do acordo, rejeitar esta tolice não impossibilita fazer outra reforma ortográfica que seja sensata. O que não faz sentido algum é aceitar isto agora para voltar a mudar daqui a pouco tempo, como surpreendentemente propõem os defensores do indefensável acordo.

joão viegas disse...

Quer continuar a ridiculizar-se ? Tudo bem...

1. Sei escrever português melhor do que você sabe ler português.

2. Eu nunca disse que "para" e "para" eram homofonas. Apenas disse que são homografas, como são (seguindo a nova norma)...

3. De facto não ha consoante muda em "para", nem logica alguma no argumento do seu anterior comentario.

4. E incontestavel que v. não percebe porque é que, em certos casos, se optou pela aproximação à fonética e noutros casos não. Isto não chega para tornar a norma insensata ou incoerente.

5. Não sei se ha "barbarie completa" no acordo. Nos seus comentarios, é evidente que sim.

Boas

Desidério Murcho disse...

Você nem sabe acentuar as palavras da língua portuguesa, nem sabe responder a argumentos. Eu apresento vários argumentos, baseados em casos específicos. E você fala coisas vagas e faz afirmações gratuitas, sem fundamento. Eu ilustro o que digo com exemplos e fundamento o que defendo com argumentos. Qualquer leitor vê com clareza de que lado está a razão e de que lado está o insulto fácil.

Anónimo disse...

Por caso eu não vejo com clareza. Logo o "qualquer leitor" está mal.

joão viegas disse...

Isso, então deixemos os leitores julgarem por si...

E, por favor, deixe o meu teclado em paz... Não tenho culpa nenhuma de não poder colocar todos os acentos exigidos pela lingua portuguesa, circunstância que julgo não ter a minima pertinência para aquilo que interessa.

Ou pelo menos para aquilo que me interessa.

Quanto a si, como de costume, interessa-lhe apenas ter razão a todo o custo. Devia dedicar-se a uma arte marcial. A sério, fazia-lhe bem...

Boas

Anónimo disse...

é notorio que o desiderio, qual santo inquisidor da sagrada ortografia de 45, fica bastamente ofendido com a grafia do joao viegas. entretanto, é o mesmo desiderio que escreve besteiras semanticas como "Não há argumentos sólidos a favor de qualquer uma destas perguntas." é por estas e por outras que, como bem diz o joao, o murcho nao para de ridicularizar-se.

o guilherme de almeida traz à balha mais um daqueles exemplos de algibeira: "nada para os empreendedores". concedo que justamente no caso de "para", em certos contextos, seria conveniente poder desambiguar o sentido com a grafia facultativa "pára", à semelhança do que se admite para forma/fôrma. é o que, aliás, vem sendo feito ultimamente na imprensa portuguesas que aderiu ao AO90.

eu poderia tambem construir um exemplo de algibeira, válido para todos os acordos e desacordos: "nada como um peixe". como desambiguar tal exemplo senão com a ajuda do contexto?:(ele) nada como um peixe/nao há nada como um peixe. ou será que os guilhermes de almeidas pretender tambem aqui inventar duas grafias para "nada"?

Celso Ferreira


Anónimo disse...

Joâo Viegas:

A meu ver, a língua portuguesa não exige acentos, ou seja, os diacríticos não são inerentes à língua. Podem é contribuir para uma clarificação da mensagem escrita de uma língua. Inerentes à língua portuguesa ou outra, como, en geral, a qualquer sistema de comunicação, são os acentos fónicos, por possibilitarem a formação de unidades discretas e, logo, de uma estrutura. Não tem por isso de desculpar-se por não usar diacríticos. A língua não fica desfigurada por isso.

E tenha paciência com os desidérios...

Calso Ferreira

Desidério Murcho disse...

Celso, a diferença entre "nada" e "para/pára" é que "nada" é uma palavra homógrafa e homófona: uma mesma palavra, escrita da mesma maneira e foneticamente igual, mas de significado diferente. Isto é normal e há muitos casos destes em qualquer língua.

A diferença é que "para/pára" não é homógrafa e homófona: é apenas homógrafa, na nova ortografia (mas não na antiga). Ou seja, escreve-se da mesma maneira, na nova ortografia, mas a fonética é diferente. Mas mesmo neste caso o argumento não é que tal coisa não existia antes na língua; todas as línguas têm casos destes. O argumento é que é tolo introduzir coisas destas na língua, em vez de as eliminar. É por isso que a nova ortografia é está mal feita.

Só uma nota: acho curioso que as duas pessoas que defendem a nova ortografia não sabem escrever correctamente. Mas não estou a insinuar que todas as pessoas que defendem a nova ortografia não sabem escrever, pois já li prosas sem erros de defensores da nova ortografia. Acontece apenas que estas duas pessoas defendem o acordo e não sabem escrever sem erros. Certamente haverá também quem seja contra o acordo e também não saiba escrever. Mas valerá a pena dar atenção a pessoas que nem sabem escrever?

Já agora, "fôrma" não existia na ortografia portuguesa. Foi introduzida com o acordo e é mais uma incoerência. Na nova ortografia, “forma” (no sentido de figura ou configuração) deixa de ser homógrafa com “fôrma” (no sentido de vazadouro ou molde), o que faz sentido pois esta última pronuncia-se de modo diferente. Isto é o que é de esperar de uma reforma ortográfica: tornar a língua mais lógica, mais elegante e com mais poder discriminador. Mas que sentido tem dar um passo à frente com “forma/fôrma” e outro atrás com “para/pára”, quando ainda por cima a frequência do último par é muitíssimo maior do que no primeiro? O acordo está cheio destas incongruências. É um mau serviço prestado à língua portuguesa.

joão viegas disse...

Caro Celso Ferreira,

Obrigado pelas suas palavras. Ja agora, quando menciono um problema de teclado para a acentuação, não é invenção, é mesmo assim. Como escrevo com um teclado AZERTY (resido em França), não me é possivel colocar acentos agudos nos "a", nos "i", nos "o", ou nos "u". Haveria uma forma de o fazer, que seria escrever comentarios num documento word (onde posso acentuar) e depois copia-los para as caixas de comentarios. Mas normalmente comento na hora e não me dou a esse trabalho. Por isso os meus comentarios aparecem com apenas alguns acentos ("é", "à", "ù", "é", o circunflexo).

Seja como fôr, obrigado pelo seu comentario, que mostra que v. compreendeu perfeitamente a minha argumentação, ao contrario do nosso amigo Desidério, que continua a afundar-se. Não podemos fazer nada, é mais forte do que ele...

Boas

Anónimo disse...

Ao joão viegas,

que raio significa em português "Boas" no final???!!!
Na escola ninguém me sabe dizer e alguns dizerem ser mais uma americanice.

Anónimo disse...

Na escola gostamos muito desta trapalhada do desacordo AO90....“anda de fato um cagado de fato na praia” e há muito mais mas fica de facto para a próxima.

Jorge Teixeira disse...

O Português não precisa de acentos. Pois não. É só ler "português" e "portugues". Soa exactamente igual, não soa?
E anda o Desidério Murcho a gastar latim com o Celso Ferreira e o João Viegas.

Anónimo disse...

Quando eu digo para é para parar.

Anónimo disse...

Quem dá um exemplo destes (“anda de fato um cagado de fato na praia”) só demonstra o grau de desconhecimento sobre um assunto que pretende discutir.

Apenas para que fique claro a todos os que alguma vez passem por esta página, «facto» (com o significado de "assunto", "acontecimento", etc...) continua a grafar-se exactamente da mesma maneira e a distinguir-se de «fato» (que é um conjunto de peças de roupa).
Quanto ao jogo de palavras com o «cágado» e o «cagado» não passa exactamente disso: uma puerilidade.

Pedro da Silva - Coelho disse...

Concordo consigo, Desidério Murcho, de uma forma geral. Mas não posso deixar de fazer uma ressalva. Quando o Desidério argumenta a favor da eliminação das incorrectamente designadas 'consoantes mudas', 'c' em 'actual' e 'p' em 'óptimo', está a menorizar e a minar o pilar ideográfico da escrita de base alfabética (o outro pilar sendo o fonográfico). Essas letras de valor consonântico fazem parte de grafemas complexos com importantes funções no sistema ortográfico do português euro-afro-asiático, neste caso dos dígrafos 'ac', em 'actual', e 'op', em óptimo. Se é verdade que nestas palavras as referidas consoantes não têm valor diacrítico para a prolação -- no caso de 'óptimo', porque a vogal que antecede a 'consoante muda' se encontra em posição tónica, estando assim a salvo do processo de vocalismo átono; no caso de 'actual', por acção do referido processo de vocalismo átono --, elas foram mantidas para assegurar a coesão gráfica entre palavras da mesma família onde essas mesmas letras têm valor diacrítico. Na família de 'actual', temos palavras nas quais o 'c' tem valor diacrítico de abertura de vogal em posição pré-tónica -- vide 'acção', 'accionar', 'accionista', 'activo', etc. -- bem assim como palavras nas quais o 'c' é realizado foneticamente como [k] - vide 'actante'. Na família de 'óptimo', temos, de igual modo palavras nas quais o 'p' tem valor diacrítico de abertura de vogal em posição pré-tónica -- vide 'optimismo', 'optimização', 'optimista', etc. -- bem assim como palavras nas quais o 'p' é realizado foneticamente de forma universal -- vide 'optimate' -- ou por uma parte dos falantes -- vide 'optimizar', 'optimização', etc. Gonçalves Vianna et al. (1911) e Rebello Gonçalves et al. (1945) optaram por manter as 'consoantes mudas' sem valor diacrítico fonético para manter a coesão gráfica entre palavras de uma mesma família -- princípio fundamental da escrita de base alfabética --, coesão gráfica essa que é da maior importância na formação de nexos de conceitos e, consequentemente, na estruturação do pensamento. É certo que abriram mão deste princípio em casos pontuais -- confronte-se 'capturar' e 'cativar' --, mas tais casos em que se prescindiu da coesão gráfica entre palavras de uma mesma família foram justificados com base na via e condições históricas de entrada da palavra na língua portuguesa. Abdicar do 'c' em 'actual' e do 'p' em 'óptimo' seria tão lesivo e ilógico como abdicar do 'p' em 'óptico' e 'óptica'. Não creio que o Desidério Murcho defenda a eliminação do 'p' em 'óptico' (de olho e visão), situação que criaria perniciosa homonímia com 'ótico' (de ouvido e audição). Se se pretende um sistema ortográfico lógico e coerente, não se pode, ao mesmo tempo, defender a abolição do 'p' em 'óptimo' e seus cognatos e a sua manutenção em 'óptico' e seus cognatos.

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