segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A televisão de Relvas


Ontem, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, geralmente bem informado em questões do PSD,  esclareceu-nos que Miguel Relvas, cujo curso universitário está a ser investigado na Lusófona (era bom que os resultados aparecessem depressa), mandou o seu correligionário político António Borges anunciar, numa televisão privada (a TVI), o fim da RTP2 e a entrega da RTP1, com um chorudo bónus e portanto com lucro grantido, a um operador privado. Não lembraria ao diabo, mas ter-se-ia lembrado ele.

Como muita gente estou indignado com mais este parceria público-privado (PPP). Não chega de PPP ruinosas? Eu tinha percebido que privatizar a televisão do Estado era vender a bom preço o que não era serviço público (RTP1 com o "Preço Certo" e quejandos) e manter a RTP2, fortalecendo um verdadeiro serviço público a que a nossa Constituição obriga e que os outros países europeus desenvolvidos também têm. Relvas quer, porém, inovar, como já procurou inovar na obtenção do seu curso. É bom que alguém o impeça. O que é que ele ainda está a fazer no governo? Cada dia que está é mais uma dor de cabeça para Passos Coelho.

11 comentários:

Rui Baptista disse...

Caro Professor: A imagem do post não podia ser mais sugestiva: a de um ministro que se mostra contente consigo próprio (o sorrisso de orelha a orelha o denuncia ou, pelo menos, o deixa entender) e a forma de matar dois coelhos de uma só cajadada, o confirma, presidindo aos destinos da Nação via temóvel. no decursdo dos trabalhos da AR,aproveitando as conquistas da moderna tecnologia da comunicação. Uma figura governamental desta faz falta...a quem?

Anónimo disse...

O Relvas não vai vender a RTP.
Joachim
De Rerum Natura
Vai oferecê-la a uns amigos (ainda não sabemos se são os angolanos, se são os ongoigos ou se são outros) e quer que nós fiquemos durante os próximos 20 ou 25 anos a pagar-lhes a taxa que já pagamos na factura da electricidade

José Batista da Ascenção disse...

Relvas é, em termos éticos e políticos, uma nódoa.

Penso num homem como Nuno Crato e interrogo-me? O que sentirá o ministro da educação quando se senta ao lado de uma pessoa com aquele currículo "académico"?

Já sobre Relvas não penso que sinta incómodo algum. Estar-lhe-á na natureza...

E não faltam vozes que se auto-autorizam a emitir a opinião de que os factos conhecidos não justificam a demissão de Relvas, como foi o caso de J. Miguel Júdice. Admito que seja pela mesma razão que gostava da personagem Sócrates, quando ele era poderoso.

Diz-se no meu país: não custa viver, custa é saber viver.
Com pena minha, quando é, como costuma ser, uma referência clara à trafulhice.

MM disse...

"O século XX foi a bancarrota da utopia social; o XXI sê-lo-á da
utopia tecnológica."

Taleb, Nassim Nicholas

Unknown disse...

Não se interrogue, tenha a certeza de que certamente que se sentirá bem, senão já tinha mudado de lugar.

«Quanto é doce, quanto é bom
No mundo encontrar alguém
Que nos junte contra o peito
E a quem nós chamemos mãe
...»

dizia o grande poeta e cantor José Afonso.

«Quanto é doce, quanto é bom
No mundo encontrar alguém
Que nos compreenda e nos faça o jeito
De ter as dores por nós e para nosso bem»,

direi eu.

Graça Sampaio disse...

Coitado do Passos Coelho!... Porque não o demite?!

Anónimo disse...

José B. Ascenção, apoio 100% cada uma das palavras do seu comentário.

Dervich

José Batista da Ascenção disse...

Caro Manuel Silva

Partilho consigo em enorme apreço por todas as palavras doces das canções de José Afonso.
Mesmo quando expressam mágoa ou revolta.
E agora até já o podemos ouvir na rádio com alguma frequência, como pude verificar há 120 minutos (cerca das 13.00 horas), na emissão da antena 1.
As palavras radicais, parece-me, têm na generalidade das pessoas menor efeito. De resto, mais radicais que as dele, quando cheias de raiva, li-as no "Novo Testamento", e também essas, escritas há tanto tempo, não modificaram o mundo.

João de Castro Nunes disse...

Sem o Relvas o Coelho
não consegue dar um passo:
ele é que marca o compasso
deste macabro aparelho!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Em que mãos este país
acabou por se entregar:
uma vez que assim o quis,
só lhe resta aguentar!

JCN

João de Castro Nunes disse...

Quando porém não puder
por mais tempo aguentar,
a solução tem de ser
atirar a carga ao ar!

JCN

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