segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bactérias e Pirâmides

MRSA

A minha crónica semanal no jornal i

Hoje viajamos desde o reino do micrómetro até alguns metros de altura; desde os tormentos da actualidade até milénios antes do nascimento de Cristo. Adiante. A humanidade passou estas semanas por momentos de temor e respeito por seres invisíveis aos nossos olhos. Vírus e bactérias. É notável como no século XXI ainda somos tão facilmente derrotados pelo microcosmos! Pois o cientista Gregor Morfill, com a preciosa ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA) e de várias experiências realizadas na Estação Espacial Internacional, está a desenvolver um plasma revolucionário na luta contra a evolução e a acção desses pequenos seres. Pensado sobretudo para ser utilizado futuramente nos hospitais, um dia poderá mesmo chegar às nossas casas. Staphylococcus aureus, ou MRSA, é uma dessas bactérias; mata 37 mil pessoas todos os anos na UE, afecta mais de 150 mil pacientes, acarreta uma factura de 380 milhões de euros nos sistemas de saúde e pode ser um dos primeiros alvos deste superplasma. A salvação, afinal, pode mesmo vir dos céus. Entretanto, e dos céus, satélites americanos descobriram 17 novas pirâmides no Egipto! Usando uma nova tecnologia de detecção por infravermelhos, abre-se uma nova porta na "arqueologia espacial". Um dos investigadores comenta: "Indiana Jones já é da velha escola, agora estamos noutro patamar mais além; pedimos desculpa ao Harrison Ford." Para que serve a exploração espacial? Para caçar bactérias e pirâmides, óbvio!

3 comentários:

Anónimo disse...

Serão mesmo... "pirâmides"?! JCN

Lowlander disse...

"Staphylococcus aureus, ou MRSA, é uma dessas bactérias"

Nao querendo ser demasiado picuinhas mas MRSA e a sigla anglo-saxonica para Staphylococcus aureus resistente a Meticilina. Pormenor importante, penso, porque e precisamente a resistencia antibioticos e o que torna esta estirpe de S. Aureus um problema de saude publica.

joão boaventura disse...

Na minha juventude passada em Espanha, na capital, antes da guerra civil, lembro-me que à hora do lanche comíamos metade de um pepino que se cortava em cruz de alto a baixo, e metíamos sal. Era um hábito, e eram outros tempos, e nem por isso mais higiénicos, e as bactérias ou andavam adormecidas ou faziam os seus estragos mas a imprensa é que andaria adormecida. E às vezes morria-se sem saber porquê.

Falando certa vez com um médico ao almoço sobre o comer ou não alface, dizia-me ele que lavava muito bem a alface com água, com vinagre, outra vez com água, e depois deitava-a fora. Como considerei isso um desperdício esclareceu que era uma metáfora, porque viu uma vez os cães a urinarem nas alfaces, numa cultura, e a partir daí deixou de entrar na sua emenda.

Esta metáfora médica lembrou-me outra quando fui trabalhar para Moçambique, na então Lourenço Marques. Como a viagem foi de vapor, o "Pátria", salvo erro, um dos passageiros que regressava de férias, perguntou-me se era a primeira vez que ia para África. À minha resposta afirmativa fez-me este prévio aviso:

- Então tome atenção. A água que se bebe é do rio Umbeluzi, que nasce na Suazilândia. Como deve calcular, se a queremos beber, a primeira coisa que fazemos é fervê-la, filtrá-la, tornar a ferver, tornar a filtrar e depois destes preparos... o que pensa que fazemos ? Bebê-la ? Não... vamos para a cerveja. É muito mais seguro. Faça o mesmo.

Não esqueci o aviso mas descuidei-me porque quando me desloquei a Luanda, em serviço, nos anos 90, optei pela água, e quando entrei no avião de regresso a Lisboa, passei uma noite terrível em toda a viagem com diarreia que me obrigou a estar acamado com antibióticos.

Por isso, todos os cuidados são poucos. Voltámos à época do Higienismo do séc. XVIII, e também o século do Iluminismo.

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