domingo, 29 de maio de 2011

A curiosidade dos jovens e o "efeito Lucas-Spielberg"


Com a autorização do autor publicamos artigo do Professor de Física e Química aposentado Guilherme de Almeida que saiu recentemente no jornal "Público" (na imagem George Lucas):

Existe um problema grave com muitos dos nossos jovens. Uma evidente falta de interesse e entusiasmo pela observação de experiências reais, directamente ligadas à natureza, seja num laboratório escolar ou no dia-a-dia. Trata-se de um problema sério, a que resolvi chamar "efeito Lucas-Spielberg" (efeito LS), designação baseada nos nomes dos conhecidos realizadores cinematográficos George Lucas e Steven Spielberg.

1. Natureza do problema

No cinema ou na televisão, muitos adolescentes de 10 a 16 anos já viram vários filmes espectaculares de Lucas e de Spielberg, ou outros semelhantes, onde se conseguem efeitos especiais prodigiosos. Devo dizer que não tenho nada contra esses filmes (que gosto de ver), nem contra a espectacularidade dos seus efeitos. Mas os nossos jovens, na sua maioria, não estão protegidos desse tipo de contaminação, nem sabem aplicar o sentido crítico no devido contexto. Magnetizados e encandeados por esses efeitos mirabolantes, pretendem (ou esperam) ter à sua volta coisas parecidas no dia-a-dia: exibições ao estilo LS na sala de aula ou em qualquer acção de divulgação.

O efeito LS não é nenhuma brincadeira: é um problema sério e bem real. A tal ponto que, actualmente, na maioria dos casos, um jovem naquele leque de idades, só acha (infelizmente) graça à observação de um fenómeno ou de uma experiência de Física se algo explodir, se qualquer coisa deitar fumo, se um componente se incendiar. E até dão a clássica sugestão ao professor: "ponha no máximo!". Talvez para que algum componente, no seu estertor final, produza o acréscimo de espectacularidade desejado. Trinta e seis anos a ensinar jovens já me mostraram isso (até em escolas de prestígio).

Na verdade, quase nada deslumbra muitos destes jovens, que cedo perderam a capacidade de soltar o "ahhh" de admiração perante as situações do dia-a-dia. Nada os consegue maravilhar. Seja numa aula experimental de Física ou numa sessão de divulgação, ao observar a decomposição da luz branca por um prisma, a formação de uma imagem projectada num ecrã por meio de uma lente, o movimento do rotor de um motor eléctrico, ver uma bola de pingue-pongue a flutuar numa corrente de ar ascendente, as linhas de um campo magnético, observar as fases de Vénus através de um bom telescópio, os anéis de Saturno, as crateras lunares ou um enxame globular de estrelas.

2. Situações concretas e o quadro actual

Não é por muito temperar e apimentar a comida que nos tornaremos melhores gastrónomos. Quem assim faz, vai achar a refeição insípida e nada apetitosa quando estiver perante a comida normal. Isso pode gerar um efeito como o dos estupefacientes, em que para obter o mesmo efeito é preciso uma dose cada vez maior.

Terá um professor de fazer o pino, ou colocar uma bola vermelha no lugar do nariz, para cativar a atenção dos alunos? A minha resposta é decididamente negativa. Nem sequer pretendo competir com a espectacularidade fantástica dos efeitos LS: nem poderia fazê-lo. Expliquem-se bem as matérias, com segurança e clareza, com gosto pelos temas ensinados, com paixão, imaginação e alguma criatividade, experimentando quando possível. Isso terá de bastar. Quem quer, aprende; quem nem assim lá vai, paciência. O sucesso é dos que se esforçam e trabalham: Tem sido atribuída a Albert Einstein a frase "o único lugar em que o sucesso [success] aparece antes do trabalho [work] é no dicionário".

A Física é fantástica e muitos fenómenos naturais são interessantíssimos, mas só uma escassa minoria dos jovens (bem abaixo do que se esperaria, dada a curiosidade infantil que julgamos existir) consegue aperceber-se desse facto. A maioria não consegue ver tais maravilhas, mas sejamos realistas: não seria de esperar uma adesão maciça. É perfeitamente aceitável que só uma minoria goste muito, mas o mais espantoso é que há poucos com uma curiosidade mediana e demasiados sem curiosidade nenhuma, por muito que o professor inove, crie ou revele.

Infelizmente há muito que passou o tempo em que se via nos alunos vontade de aprender: isso agora é raríssimo, muito mais raro do que alguma vez o foi nos últimos 36 anos. Ainda há alunos muito bons, mas são agora uma espécie quase extinta; podemos passar mais de um ano lectivo, com várias turmas, sem ver nenhum! Já lá vai o tempo em que os alunos, de tão atentos estarem, pareciam querer "comer o quadro com os olhos", ou beber sofregamente as palavras do professor... O bom aluno era então visto como um ídolo, um modelo a seguir, alguém a quem se admira e que os outros gostariam de ser; hoje, o bom aluno (agora muito raro) é visto como o "parvo" que segue o sistema: o "totó" que estuda e faz o que o professor recomenda. Alguns, que estudavam, ficaram chocados e baixaram os braços quando as práticas determinadas pelas sucessivas directrizes ministeriais os equipararam aos que nada faziam.

3. O que fazer?

Para resolver estes problemas há quem fale de estratégias de motivação, como a génese histórica das ideias, a ligação dos assuntos estudados com o quotidiano, as aplicações tecnológicas da ciência, etc. Parecem ideias promissoras, mas infelizmente não resultam com a maioria dos alunos reais. De facto, pouco impacto tem a chamada de atenção (que pretendemos bastante frequente) entre as temáticas da Física e as suas aplicações fabulosas no dia-a-dia. A maioria não quer saber disso para nada, mas paradoxalmente sabe-lhe bem desfrutar das consequências que derivaram das conquistas científicas, do telemóvel ao MP3, do computador à fotografia digital, ao DVD, etc. Parece haver uma resistência ao conhecimento científico profundamente enraizada na mente de muitos alunos. Os seus ídolos já não são cientistas (os "sábios" de outrora), mas cantores e músicos exóticos, futebolistas e, em casos extremos, até chefes de gangs. A maioria dos nossos estudantes também não está nada interessada na história da ciência. Pouco lhes interessa que um dado assunto tenha sido há duzentos anos pensado de forma diferente da que é hoje e como se evoluiu. Isso é considerado "palha inútil". O que querem é "a fórmula" ao estilo da receita culinária de um bolo, para aplicação imediata na resolução dos exercícios e testes. Azar o deles, pois raramente as temáticas da Física se resolvem com aplicação cega de uma fórmula tirada do bolso. Custa-lhes aceitar que quem não estudou o suficiente pouco ou nada consiga fazer, mesmo que tenha um formulário completo na mão. Há também outros factores, já fora do alcance do professor: a inadequação e abstracção de alguns programas face à idade dos alunos; a enorme extensão programática e a variedade temática excessiva, que obrigam professores e alunos a correr atrás do tempo; e a multiplicidade exagerada de disciplinas.

Como inverter este panorama desolador? Numa sociedade que pretende e apregoa o sucesso instantâneo, sem olhar a meios, e onde o esforço é mal visto, isso parece muito difícil. Sem a criação de novos valores e novos modelos de comportamento e atitude, tal missão afigura-se impossível. Venham melhores tempos, urgentemente.

Guilherme de Almeida

11 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de não rever completamente a realidade que eu vivo neste post (na minha escola os bons alunos ainda são admirados e vistos como modelos a seguir), há uma coisa que é certa: há pouco tempo para dar tanta matéria.

Isto é um problema que eu notei principalmente ao nível do 11.º, em que os exames obrigavam os professores a dar a matéria quase a correr, havendo muito pouco tempo para actividades laboratoriais. Mesmo não sendo a maioria das actividades laboratoriais ao estilo LS, como diz o autor, garanto que um aluno se sente muito mais estimulado para compreender como é feita uma titulação se tiver uma bureta na mão do que simplesmente ouvir o professor falar.

Quanto à quantidade de disciplinas, não acho que seja grande. Acho, sim, que existem disciplinas que não se adequam aos cursos nos quais estão inseridas.

No curso de ciências e tecnologias, por exemplo, no 12.º ano apenas 50% das disciplinas (se exluírmos educação religiosa e moral) se encontram directamente relacionadas com o curso. As outras três discplinas são português, área de projecto e educação física.

Português não tem nada a ver com o curso de ciências e tecnologias, é regra geral uma disciplina odiada por aqueles que estão no curso por gosto e em nada contribui para o desenvolvimento de uma boa capacidade de escrita; pelo menos, não me parece que ler textos de um indivíduo como o Fernando Pessoa contribua para isso.

Área de Projecto é uma disciplina cujo trabalho que exige apenas se assemelha à sua inutilidade.

Educação Física é importante mas também não tem nada a ver com o curso. Seria preferível haver um investimento por parte das câmaras na construção de infra-estruturas para a prática de desportos (para além do futebol da praxe) do que andar a ensinar desportos que os alunos não gostam.

Enquanto se perde tempo com as disciplinas acima mencionados, os alunos ficam restringidos a escolher no 12.º apenas duas disciplinas da área que escolheram no 10.º ano.

Anónimo disse...

Contam-se pelos dedos de uma mão as aulas de física de que me lembro terem tido alguma experiência prática, e até dessas éramos espectadores. Observávamos o professor sem nunca termos oportunidade de experimentar. É pena porque hoje dou bastante valor à física no dia-a-dia, mesmo não tendo nada a ver com a minha área profissional.

Imagino que hoje em dia seja complicado cativar audiências quando se compete com o cinema, TV e jogos de computador que têm por detrás enormes e sofisticadas indústrias. Qualquer coisa menos que super-estilizada, com som surround e a batida do coração em pano de fundo a marcar o ritmo, deve de facto parecer no mínimo pouco apelativo para sentidos habituados a hiper-estimulação.

O que fazer? Talvez tirá-los do papel de espectadores. Claro que não é fácil e requer meios, mas por outro lado a realidade virtual continua a ser isso mesmo, virtual.

Sara Raposo disse...

Excelente reflexão! Concordo inteiramente, embora seja professora de Filosofia (há mais de 20 anos), a atitude da maioria dos alunos nas aulas é aquela que aqui descreve, há poucas excepções.

Por mais que se tente disfarçar e deturpar a realidade, há algo profundamente errado a passar-se nas escolas e na sociedade portuguesa (e isso não se resolve com teorias acerca da motivação e inovações tecnológicas), pois assistimos a uma inversão de valores (como diz): o esforço e o trabalho é para os "totós", quem se safa são os "chicos-espertos".

Penso até que as recentes notícias de violência entre adolescentes (e a utilização desmesurada e inconveniente das redes sociais e dos telemóveis que nós professores verificamos todos os dias e num grande número de alunos) atestam como é urgente repensar os valores que são transmitidos nas escolas e aquilo que ensinamos e exigimos aos alunos nas aulas. É o futuro que está em jogo, mas por este caminho os resultados só podem ser catastróficos, não estou a ser pessimista, apenas me baseio no que observo diariamente, há anos e em muitas, muitas centenas de alunos. Novas políticas e novas ideias precisam-se...

José Batista da Ascenção disse...

Se não estou em erro, este colega já se aposentou.
Mas o retrato que faz está actualizado, e é isso mesmo: um (fiel) retrato.
Subscrevo o comentário de Sara Raposo.

Helio Dias disse...

Sou diretor da Estação Ciência da USP e recebemos cerca de 1000 alunos por dia e nossas demonstrações de fisica e quimica tem encantado esses alunos de forma significativa.Não vejo o desinteresse desses alunos.Durante os ultimos tres dias a Estação Ciência participou da Feira do Estudante no Parque Ibirapuera(o numero total de visitantes foi de 140.000)e nosso estante com demonstrações mediadas por estagiarios foi o destaque desta feira.

Fartinho da Silva disse...

Parabéns pela análise verdadeira do que se passa REALMENTE nas escolas REAIS com os alunos REAIS!

Aquilo que foi transmitido nas últimas décadas, e reforçado ano após ano, é que os alunos que trabalham são uns tótós, porque os políticos, com o apoio do lobby das "ciências" da educação, legislaram no sentido de tornar igual a preguiça ao trabalho.

Quantos de nós não ouvimos o canto da cigarra? Quantos de nós não ouviu eloquentes discursos de políticos, "cientistas" da educação, psicólogos, sociólogos e até psiquiatras? E esses discursos versavam o quê? Que as crianças e os jovens (a palavra aluno foi varrida) deveriam ser motivados, que os técnicos de educação (a palavra professor parecia provocar urticária, talvez por lhes lembrar disciplina e trabalho) deveriam motivar e orientar as crianças e os jovens na aprendizagem (a palavra ensinar foi varrida), que reter (a palavra chumbar foi varrida) não deveria ser utilizada porque todas as crianças e jovens têm o direito ao sucesso, que ter as crianças e os jovens atuais todos sentados a ouvir e a trabalhar era algo que deveria ser alterado (toda esta conversa significava apenas que esta gente defendia a indisciplina dentro das salas de aula), etc., etc..!

Este canto era muito agradável. Quantos de nós não acreditaram? Quantos de nós não se encantaram com as ternuras transformadas em prosa de Daniel Sampaio? Ou com os estudos de verão de Boston?

Muitos de nós acreditaram que o trabalho da formiga era do tempo da outra senhora e que tinha chegado a hora da cigarra. Os resultados estão à vista...

De Rerum Natura disse...

Comentário recebido do autor, Guilherme de Almeida:

Caríssimos Amigos, Colegas e Leitores,

Gostaria de acrescentar ao meu artigo algumas informações úteis, para melhor informação:

1.Aposentei-me em Outubro de 2010; portanto, a base de informação do meu artigo é recente.

2.As experiências de que se fala no artigo são experiências activas (o aluno faz, em vez de se limitar a ver o prof. fazer); mas muitas vezes faz por frete e sem interesse nem entusiasmo, o que se demonstra dias depois pelas fracas respostas a perguntas muito básicas sobre o que fez na experiência em causa, ou seja, o aluno andou a brincar e, salvo raríssimas e muito honrosas excepções, não aproveitou a experiência para consolidar conhecimentos. Na observação astronómica, o aluno observa, ele próprio, através do telescópio. Quem me conhece melhor bem sabe o interesse e o empenho que dou à experimentação (a experimentação de interacção real com os dispositivos e não a de simulação informática dos mesmos dispositivos.

3.Este testemunho refere-se a seis escolas (incluindo o Colégio Militar) e a um longo período (36,5 anos) de observação e comparação. Portanto, não se trata de um caso pontual da escola "X", no local "Y" e no ano "Z". As condições citadas no artigo pioraram drasticamente nos últimos dez anos.

4.Pode haver excepções (provavelmente serão poucas) em outros níveis de ensino: por exemplo, numa faculdade, os alunos supostamente já fizeram uma escolha vocacional forte e o panorama pode ser diferente, pois os alunos mais dependentes do efeito LS já foram filtrados a montante. Antes do 4.º ano de escolaridade (onde não tive obviamente experiência), é provável que o efeito LS ainda não tenha tido tempo ou oportunidade de se manifestar. Em outros países, com outras políticas educativas, poderá ser diferente, como no comentário acima, onde se adivinha (mas não foi dito) que se trata do Brasil.

Guilherme de Almeida

Anónimo disse...

Sou formadora profissional dedicada(e-formadora), uma "modernaça" favorável ao uso das tecnologias. Digo isto para poder dizer em paz o que a seguir vou dizer.
Li com surpresa. Fiquei impressionada (bem) por ver alguém recuperar o conceito "anormal" que eu tenho de escola: formadora de seres humanos, educadora. Ando há anos a falar disso nos lugares por onde andm os meus filhos, em vão!
Sou uma mãe cujos filhos não têm grande sucesso no ensino inadequado que todos pagamos.
O Senhor Professor faz um retrato lúcido e realista. Assustador, mas necessário.
Quem nos ajuda a salvar este futuro tão comprometido?
Eu estou à beira de um ataque de nervos, pois os valores que ensino em casa faz dos meus filhos verdadeiros ET na escola.
Devo desistir de educar e formatar os meus filhos para o sucesso deste ensino FX?

Helena Oliveira

Anónimo disse...

Esse efeito LS talvez seja um problema mais dos professores, autores dos livros de texto e da sociedade que dos alunos. Em geral, os alunos aderem imediatamente a actividades experimentais simples e bem planeadas, mas rejeitam completamente modernices do tipo do famigerado programa do 10º ano que vai das estrelas ao átomo sem chegar a lado nenhum. Se os alunos podem achar piada aos lasers dos filmes não rejeitam as espadas, lanternas e velas. Em geral os alunos são pragmáticos e poucos se encantam com buracos negros que não percebem (nem fingem perceber). Entretanto, provavelmente, muitos alunos ficariam deliciados por poder estudar a trajectória de uma bola, construir uma catapulta ou fazer uma pequena bomba de fumo inofensiva. Parafraseando um cientista francês, de que não lembro o nome, sabemos mais sobre a temperatura do espaço que sobre o interior dos nossos cozinhados, o que é uma pena. E com esta mania de encher a escola com modernices de forma desadequada, na minha opinião não ensinamos nada. E para criar mais problemas, se os professores, para além de estarem pouco seguros na preparação de actividades experimentais, tiverem falta de entusiasmo e empatia pelas matérias não são os alunos que os vão ter. Finalmente a questão do tempo, programas e material. Corre-se muito só para ficar cansado. Na semana passada já quase todas as escolas tinham dado toda a "matéria," essa coisa escura que ninguém sabe bem o que é. Se tivessem andado mais devagar e feito mais experiências com o material disponível (que sempre há algum, haja vontade e imaginação) tinham aproveitado mais o tempo. E talvez tivéssemos menos alunos com notas altíssimas que pouco sabem.

José Batista da Ascenção disse...

Que orgulho, ter tido um Colega como Guilherme de Almeida (que não tenho o privilégio de conhecer).
E que pena, Colegas assim terem que se aposentar.

Mas prevalece o orgulho.
Desculpem lá, os que acham (e gritam) que os professores do ensino público ganham muito e (ou porque) não fazem nada.

Sara Raposo disse...

Caro Guilherme de Almeida:

O ano passado - motivada por uma observação de alguns dos meus alunos acerca da leitura e de livros - escrevi uma pequena reflexão onde também me referi à atitude e aos valores descritos no seu texto. É bom que alguém,como o colega fez, consiga descrever, sem medo e com clareza, o que na realidade se passa nas aulas, contrariando as maravilhas fabricadas pelo ministério e por alguns dos ideólogos da "educação" em Portugal.
(se tiver interesse pode ler em
http://duvida-metodica.blogspot.com/2009/12/razoes-para-nao-ler.html)
Cumprimentos.

NOVA ATLÂNTIDA

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