terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pluviosidades anelares


Excepcionalmente numa 3.ª feira, a minha crónica semanal no jornal i. Uma viagem no tempo e no espaço com os anéis de Saturno como pano de fundo...

Na semana passada, a sonda Cassini, que se encontra no código postal de Saturno e arredores, voltou a tirar mais algumas belas fotografias dos seus anéis. Hoje, estas imagens são já tão corriqueiras que passamos pelas mesmas sem um mínimo repouso visual.

Por vezes, estas estranhas entidades de poeiras e pequenas rochas (que terão pertencido a uma lua que não chegou a formar-se e ficou para sempre desfragmentada à volta de Saturno) ainda nos confundem: lembra-se daquele atleta que corria por cima dos anéis num famoso anúncio publicitário de uma marca de vestuário desportivo? Ainda se perguntou: aquilo é mesmo possível?

Mas, historicamente, os lindos anéis serviram para outros propósitos. Isaac Newton Vail (e este último nome é fulcral para não se confundir com o génio inglês do séc. XVIII), cientista da religião Quaker, estabeleceu, em 1886, uma teoria que defendia que a Terra teria, há muitos anos, um conjunto de anéis em tudo semelhante a Saturno. Aliás, para Vail, todos os planetas tiveram anéis num qualquer passado.

O que aconteceu aos nossos? Perderam o equilíbrio, colapsaram em direcção à superfície e, quando chocaram com a atmosfera, dissolveram-se numa tenda de vapor de água 150 km acima do nível das águas. Essa tenda tornou-se instável e desabou sob a forma de chuva intensa e duradoura; nesse tremendo temporal, Vail encontrou a causa e a explicação maior para o Dilúvio referenciado na Bíblia!

Haja anéis divinos!

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