quinta-feira, 23 de julho de 2009

DOZE LIVROS PARA AS FÉRIAS

Algumas sugestões de livros para as férias:

As férias são, por excelência, o tempo de leitura. Os dias são grandes e a tensão do dia-a-dia está atrás de nós. Eis doze sugestões de livros portugueses, de publicação recente, para as férias, sobre temas de ciência e não só: a história, a economia e a ficção também são contempladas. A ordem é a alfabética do apelido do autor:

- Philip Ball, “Massa Crítica”, Gradiva, 2009.

Este livro, grande a todos os títulos, recebeu o Prémio Aventis do ano de 2005, o melhor galardão para livros de divulgação de ciência. O autor, um inglês com licenciatura em Química e doutoramento em Física, foi editor da revista “Nature durante mais de uma década. A tradução de José Malaquias Lima é excelente. O tema, na fronteira da ciência actual, é explicado pelo grande subtítulo: “O modo como uma coisa conduz a outra. Investigação sobre a acção recíproca do acaso e da necessidade no desenvolvimento da cultura, dos costumes, das instituições, da cooperação e dos conflitos humanos”. Isto é, as Ciências Físico-Químicas a entrar nas Ciências Humanas e Sociais...

- Manu Bhaumik, “O Detective do Cosmos”, Gradiva, 2009.

Da autoria de um físico indiano, este foi considerado “livro oficial” da Ano Internacional da Astronomia, que se está a comemorar com sucesso por todo o mundo e também em Portugal por ocasião da passagem dos 400 anos das primeiras observações de Galileu com o telescópio. O subtítulo “Desvendando os mistérios do universo” ajuda a esclarecer o objectivo deste útil volume de divulgação astrofísica.

- António Câmara, “Voando com os Pés na Terra”, Bertrand, 2009.

O professor da Universidade Nova de Lisboa que conheceu o sucesso como empresário da YDreams (recebeu, entre outros, o Prémio Pessoa e o Prémio Inovação do Fórum III Milénio) relata, num conjunto de crónicas, “como vencer a ausência de perspectiva, a aversão ao risco, a falta de confiança e a tendência para criticar em vez de gerar ideias.” Um bálsamo nestes dias de crise internacional e nacional.

- Rómulo de Carvalho, “Bárbara Ruiva”, Página a Página, 2009.

Um conto sobre o desejo do professor de Física e Química e poeta (António Gedeão) que ficou na gaveta, mas que agora – e ainda bem – foi publicado, enriquecido com um prefácio de Manuel Gusmão e ilustrações de Helena Abreu. Leitura muito rápida e muito agradável.

- Bruno Frey, “Felicidade. Uma Revolução na Economia”, Gradiva, 2009.

Terceiro volume da série “Economia Aberta” (patrocinada pela PT Prime e pela PT Negócios), este volume de um professor de Economia da Universidade de Zurique, coordenador de um volume recente publicado sobre economia e psicologia, tenta levar a economia para lá dos seus limites tradicionais. Bastante actual numa altura em que, por causa da crise internacional, tanto se fala de economia e também numa altura em que o tema da felicidade ganha abordagens científicas.

- Keith Harrison, “O Nosso Corpo. O peixe que evoluiu”, Presença, 2009.

Mais um interessante volume sobre evolução que contribui para o ano Darwin, que está em curso (200 anos do nascimento de Charles Darwin e 150 anos da “Origem das Espécies”). Este livrinho, que é o nº 3 da colecção “Aventura da Ciência” (os dois primeiros foram de autores portugueses, João Lin Yun e Clara Pinto Correia), é da autoria de um biólogo inglês que contribuiu para a Cambridge Encyclopedia, lembra-nos aquilo que devia ser óbvio, mas para muitos não é: que a nossa espécie é o resultado do longo e gradual processo de evolução e que, em nós mesmos, encontramos marcas disso.

- Lourenço H. Henriques-Mateus, “Portugal na Aventura de Voar”, 2 vols., Público.

Acompanhando o jornal “Público” dois belos volumes sobre a história da aviação em Portugal, que sai no ano em que se comemoram os 300 anos da primeira ascensão em balão (Bartolomeu de Gusmão) e os 100 anos do primeiro voo de avião em Portugal.

- Amadeu Carvalho Homem, “Teófilo Braga, Ramalho Ortigão e Antero de Quental. Diálogos Difíceis”, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009.

O historiador da Universidade de Coimbra cruza as visões dos três dos principais nomes da Geração de 70 sobre os problemas nacionais. Embora de origem universitária, este volume, é muito útil a todos os que quiserem conhecer melhor o Portugal que fomos para afinal compreender melhor o Portugal que somos.

- Stieg Larsson, “A Rainha no Palácio das Correntes de Ar”, Oceanos, 2009.

Terceiro e muito aguardo volume da trilogia policial (“Millennium”) do autor sueco que está a conhecer sucesso, a título póstumo, por todo o mundo (em Espanha, por exemplo, os romances policiais suecos estão nos “tops” de vendas). Para os mais desatentos, os títulos anteriores são “Os Homens que Odeiam as Mulheres” e “A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo” (este com curiosas referências matemáticas).

- New Scientist, “Experiências para Cientistas de Sofá”, Casa das Letras, 2009.

Este “best-seller internacional, com o subtítulo “100 intrigantes, incríveis, simples e divertidas experiências”, baseia-se numa coluna da revista britânica “New Scientist”, de perguntas dos leitores e respectivas respostas. É a sequência de títulos como “Porque é que o Mar é Azul?” e “Porque não Congelam os Pinguins?”. Pode ler-se aos bocadinhos, mas sempre com grande curiosidade.

- Fernando Rosas e Maria Fernanda Rollo (coordenação), “História da Primeira República Portuguesa”, Tinta da China, 2009.

Trabalho de compilação de fôlego sobre os 16 anos da Primeira República Portuguesa (1910-1926), da autoria de uma equipa de historiadores da Universidade Nova de Lisboa. Muito oportuno agora que se aproximam as comemorações do centenário da República (a segunda coordenadora integra a Comissão Nacional das Comemorações). A edição é muito cuidada, tal como a Tinta da China já nos habituou.

- Cartsten Wilke, “História dos Judeus Portugueses”, Edições 70, 2009

Bela edição que condensa o essencial da história do judaísmo em Portugal da autoria de um professor alemão, especialista no judaísmo europeu. A propósito, noto que a Câmara de Coimbra publicou recentemente “Coimbra Judaica”.

Boas leituras!

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