terça-feira, 3 de março de 2009

"O ESPAÇO-TEMPO NÃO EXISTE"

Este é um exemplo do teor de algumas mensagens que recebo de vez em quando:

"Por favor, Dr Fiolhais, veja os anexos onde provo que o espaço-tempo não existe - é um erro. Eu escrevi uma nova relatividade sem espaço-tempo que funciona perfeitamente e é muito mais simples. Pode-me dar uma opinião?"

Venho por este meio pedir o favor de não me comunicarem descobertas científicas, mesmo que sejam muito importantes. Tais descobertas devem antes ser enviadas, sob forma adequada, às revistas científicas especializadas.

12 comentários:

Anónimo disse...

« Tais descobertas devem antes ser enviadas, sob forma adequada, às revistas científicas especializadas.»

Sim, claro. Como na deriva dos continentes. Não é?

Anónimo disse...

Mas as revistas científicas especializadas reenviam a um especialista. O autor desta teoria o que fez: enviou directamente a um especialista. Fez bem. A desculpa deste deveria ter sido outra como, por exemplo, não tenho tempo ou essa não é a minha área.

Anónimo disse...

Anónimo, mas você não vê que cortando no intermediário este fica sem comissão? Acha isso bem.

Isto do arxive é tudo muito bonito mas como o Desidério diz não dá dinheiro.

E depois, como vai a Elsevier ganhar dinheiro para fazer as feiras de armas? Perdemos todos.

http://www.rsmpress.co.uk/KA07-02-09.pdf

Anónimo disse...

Essas descobertas, tais como a do exemplo, são interessantes e divertidas, e por isso deveriam ser publicadas neste blog.

Anónimo disse...

Para quem não conhece o sistema de peer-review, comvém lembrar que os artigos não são enviados a epnas um especialista, mas a vários, e isto apenas e só depois de os editores verificarem qual o teor do artigo (para poderem decidir quais os especialistas a consultar).

De resto, apesar de alguém que submete um artigo poder propor revisores, estes podem não lhe ser atribuídos e em geral os revisores são desconhecidos dos autores (e vice-versa nos sistemas double-blind).

Quanto ao comentário sobre a deriva dos continentes, é verdade que foi inicialmente rejeitada. Foi, no entanto, aceite mais tarde, se bem que sem grande proveito para Wegener. Seja como for, se uma teoria for realmente boa, acaba por vir a lume mais cedo ou mais tarde.

Sejamos sinceros: a probabilidade de o autor do e-mail estar correcto é muito baixa (não digo impossível, como é óbvio). Assim sendo, poderá perfeitamente estar a fazer perder tempo ao especialista que pretende consultar (nem sei se Carlos Fiolhais o será, caso não seja até demonstra que o autor não conhecerá os especialistas do meio). Uma melhor hipótese é tentar publicar a sua teoria de outra forma. Talvez em livro, ou samizdat.

Se o sistema peer-review se impôs, não foi por uma questão financeira, foi antes porque se chegou à conclusão que funciona.

Anónimo disse...

Funciona quando funciona.

Já se esqueceram dos manos Bogdanov? Eu não.

Sem falar das imensas fraudes cometidas principalmente nas ciências da vida e ainda da usurpação de trabalho alheio como no caso do chamado pai da Dolly que se limitava a assinar uns papeis e pouco mais ou como nos casos de directores de muito laboratório de química que assinam todos os papers publicados pelos seus subalternos, mesmo por vezes não tendo ideia do que constam. Afinal na pior da hipóteses o número de citações mantém-se.

Quanto à deriva dos continentes, a história é muito mais cruel do que o que aqui é exposto.

No ambiente actual coitado do tipo que tentar derrubar algo estabelecido com resultados experimentais tão subtis como os efeitos ainda desconhecidos tipicamente são.

Anónimo disse...

Deviam-me ter avisado há mais tempo( tempo?) que o tempo não existe. Tinha poupado umas tantas velas de aniversário. O espaço , então!!
Tem a certeza que o signatário da tese não era Gasparzinho , o fantasminha simpático?

Anónimo disse...

Sim fui eu. E depois? Não tenho direito a ter ideias?
Gaspar

Anónimo disse...

O espaço-tempo não existir pode ser um exgarero, mas não anda longe da verdade. O espaço, é um fcato que existe, mas de uma maneira geral reduzido. E o tempo então, tende a existir cada vez menos, mesmo ao fim-de-semana.

Anónimo disse...

ops... estou curioso na teoria do espaço-tempo

MathGeometry disse...

Ora eu gostaria de ver uma nova teoria da relatividade que contasse com a existência do tempo ainda que fosse para perder tempo ou passar tempo!

eraldoalj@hotmail.com

Anónimo disse...

espaço tempo não passa de uma invenção absurda, a ssim como toda a teoria da relatividade geral, pois se continuarem a tentar medir a variação da velocidade da luz usando um interferometro jamais irão consegui e eu sei porque.

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