quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

As fadas gostam da cor verde...

A fantasia humana tem gerado inúmeras e admiráveis criaturas: belas, horríveis, malignas, perspicazes, ternas, caprichosas, vingativas, alegres, vaidosas, justas, paradoxais…

Jorge Luís Borges, numa viagem pela escrita que tem sobrevivido aos tempos, revela algumas das que emergiram nas mitologias e nas religiões em vários cantos do mundo, entre helénicos, judeus, persas, egípcios, chineses, nórdicos, europeus ocidentais, africanos, árabes, americanos do norte e do sul, esquimós…

O resultado é O Livro dos Seres Imaginários, que, com a colaboração de Margarita Guerrero, foi terminado em 1967.

Nele, Borges relembra entidades tão antigas, que não é possível deslindar as origens, mas também evoca algumas recentes, ainda ligadas aos seus criadores (Franz Kafka, Edgar Allan Poe, por exemplo). Umas são-nos mais estranhas e outras mais familiares, mas, mesmo estas podem ter facetas que poucos conhecem: é o caso das Fadas. Escreveu o autor:

O seu nome vincula-se à palavra latina fatum («fado», «destino»). Intervém magicamente nos sucessos dos homens. Diz-se que as Fadas são as mais numerosas, as mais belas e as mais memoráveis das divindades menores. Não estão limitadas a uma única região ou só a uma época. Os antigos Gregos, os Esquimós e os Peles-Vermelhas narram histórias de heróis que conseguiram gozar do amor destas fantásticas criaturas. Tais aventuras são perigosas: a Fada, uma vez satisfeita a sua paixão, pode causar a morte aos seus amantes.
Na Irlanda e na Escócia atribuem-lhe moradas subterrâneas, onde se juntam aos filhos e aos homens que costumam sequestrar. As pessoas acreditam que possuíam as pontes de flechas neolíticas que exumam nos campos e as dotam de infalíveis virtudes medicinais.
As Fadas gostam da cor verde, do canto e da música. Em finais do século XVII, um eclesiástico escocês, o reverendo Kirk, de Alberboyle, compilou um tratado intitulado A secreta República dos Elfos, das Fadas e dos Faunos. Em 1815, Sir Walter Scott mandou imprimir essa obra manuscrita. Do senhor Kirk diz-se que as Fadas o arrebataram porque tinha revelado os seus mistérios (…).”


Estas Fadas pouco têm a ver com as criaturas doces e maravilhosas do mesmo nome que habitam os livros que as nossas crianças lêem e que passam para o seu imaginário. Pois é, as criaturas mudam em função da vontade dos humanos e em tempos mais recentes, os humanos preferem as Fadas etéreas, intrinsecamente puras, que, na sua generosidade, acompanham e amparam os bons e desprotegidos nos seus desejos e dificuldades.

Não, nem a Fada Azul de Carlo Collodi nem a Fada Oriana de Sofia de Melo Breyner Anderson são dadas a volúpias, a arrebatar alguém para as profundezas e, muito menos, a matar...

Livro: Jorge Luís Borges (em colaboração com Margarita Guerrero) (2005). O Livro dos Seres Imaginários. Lisboa: Teorema.

3 comentários:

Anónimo disse...

eu adoro fadas,parece que já ouvir um barullho delas,eu acredito nesses seres magicos.

Anónimo disse...

eu amo as fadas pq sou uma fadinha linda sabiam q uma menina(nao sei quem) tinha 2 anos e ela estava numa cadeira e ai ela viu um monte de gogumelos todos tinham um brilho em cima o mais brilhante ficava no meio deles ai ela gritou PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIII ai todos esses gogumelos voaram pra cima dela ai eles deifaram uma marca que mais parecia com uma tatuagem essa marca toda vez que alguma coisa ruim se aproximava essa marca ardia eu li e acredito!!!!!!!!!!!!!!!!
EU ACREDITO EM FADAS E VC??????

Anónimo disse...

eu tambem li esse comentario anonimo e super legal a marca ficava no pe dela xau anonimo gostei de vc bjks xaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

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