sábado, 8 de novembro de 2008

Ciência linguística ou atavismo salazarista?

Aqui.

2 comentários:

António Parente disse...

Este fascínio dos nossos filósofos pelo calão intriga-me.

Vitor Guerreiro disse...

Não se trata de fascínio pelo calão. O que é fascinante é o horror anacrónico ao calão. O problema não é o calão em si mas a mentalidade tacanha denunciada em coisas como os sublinhados do flip6.

Voltamos à questão do insulto: não se trata de propor normativamente o uso do calão como uma espécie de "ortodoxia heterodoxa", mas de ver que não faz qualquer sentido o espírito censor residual na mentalidade portuguesinha.

Desconfio que o Parente percebe perfeitamente aquilo que supostamente o intriga. Mas como não tem realmente bons argumentos a favor daquilo que eu ataquei no post, agarra-se a esse velho truque de retórica que consiste em transferir o ónus da prova para quem rejeita ou aceita uma ideia.

Informalmente, podíamos designar esta técnica retórica de "encaralhamento" da discussão. Trata-se de uma abordagem táctica à arte da psicofoda: sequências de encaralhamentos discursivos que visam dar ao psicoviolador a vantagem de transferir psicologicamente o ónus da prova para o psicofodido.

Outro exemplo deste passe de mágica é o velho: "que outra explicação melhor tens".

A propósito destes truques, aconselho vivamente o cómico "The Duck that Won the Lottery and 99 other bad Arguments" do Julian Baggini.

Ainda agora o usei como digestivo. Rir faz bem à tripa, diz o Kant e a minha avó.

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