domingo, 21 de setembro de 2008

Tempo de decisão

Ainda a propósito do tempo da Razão, mais concretamente em relação à guerra à ciência em curso nos Estados Unidos, vale a pena recordar o livro «Speak Out Against the New Right» editado por Herbert F. Vetter (Boston: Beacon Press, 1982).

O livro contou com a colaboração de notáveis de várias áreas, mas importa referir as contribuições de Carl Sagan e Stephen Jay Gould. Há mais de um quarto de século, os dois grandes divulgadores de ciência manifestaram a sua preocupação com o ataque à ciência efectuado pelos criacionistas, então disfarçando religião com a capa de criacionismo científico.

Sagan escreveu então:
One trend is illustrated by the recent request by the Reagan administration in the United States to cut essentially to zero all of the budget of the National Science Foundation devoted to science education, particularly in keeping science teachers up-to-date. That is clearly eating the seed-corn. The budgetary savings are trivial, the potential damage enormous. (...)

In many such areas, but especially in the last, you can find today a kind of resurgent know-nothingism, a reactionary response to the findings of human beings objectively addressing the world around them. There is something called "scientific creationism" which claims that the school system should teach the supposed evidence in favor of the cosmology in the first chapter of Genesis on an equal level with the evolutionary findings that Charles Darwin initiated. I believe that this is exceptionally dangerous.
As mesmas preocupações são reiteradas por Gould que iniciou a sua contribuição recordando o Monkey Trial:
Kirtley Mather, who died last year at age 89, was a pillar of both science and the Christian religion in America and one of my dearest friends. The difference of half a century in our ages evaporated before our common interests. The most curious thing we shared was a battle we each fought at the same age. For Kirtley had gone to Tennessee with Clarence Darrow to testify for evolution at the Scopes trial of 1925. When I think that we are enmeshed again in the same struggle for one of the best documented, most compelling and exciting concepts in all of science, I don't know whether to laugh or cry. (...)

The rise of creationism is politics, pure and simple; it represents one issue (and by no means the major concern) of the resurgent evangelical right. Arguments that seemed kooky just a decade ago have reentered the mainstream.

Creationism Is Not Science

The basic attack of the creationists falls apart on two general counts before we even reach the supposed factual details of their complaints against evolution. First, they play upon a vernacular misunderstanding of the word "theory" to convey the false impression that we evolutionists are covering up the rotten core of our edifice. Second, they misuse a popular philosophy of science to argue that they are behaving scientifically in attacking evolution. Yet the same philosophy demonstrates that their own belief is not science, and that "scientific creationism" is therefore meaningless and self-contradictory, a superb example of what Orwell called "newspeak."
Mas quiçá a contribuição mais enfática tenha sido a de Isaac Asimov, que retomou o aviso que lançara nas páginas da New York Times Magazine em 14 de Junho de 1981 «The 'Threat' of Creationism,» recolhido posteriormente no «Science and Creationism» editado por Ashley Montagu em 1984 (pp. 182-193). Vale a pena ler na íntegra este artigo presciente com quase 30 anos. Retiro apenas alguns excertos:
Even though schools are now allowed to teach evolution, teachers are beginning to be apologetic about it, knowing full well their jobs are at the mercy of school boards upon which creationists are a stronger and stronger influence. (...)

In the creationist churches, however, the congregation is required to believe. Impressionable youngsters, taught that they will go to hell if they listen to the evolutionary doctrine, are not likely to listen in comfort or to believe if they do. Therefore, creationists, who control the church and the society they live in and to face the public-school as the only place where evolution is even briefly mentioned in a possible favorable way, find they cannot stand even so minuscule a competition and demand "equal time."

Do you suppose their devotion to "fairness" is such that they will give equal time to evolution in their churches?

Second, the real danger is the manner in which creationists want threir "equal time." In the scientific world, there is free and open competition of ideas, and even a scientist whose suggestions are not accepted is nevertheless free to continue to argue his case. In this free and open competition of ideas, creationism has clearly lost. It has been losing, in fact, since the time of Copernicus four and a half centuries ago. But creationism, placing myth above reason, refused to accept the decision and are now calling on the government to force their views on the schools in lieu of the free expression of ideas. Teachers must be forced to present creationism as though it had equal intellectual respectability with evolutionary doctrine.

What a precedent this sets.

If the government can mobilize its policemen and its prisons to make certain that teachers give creationism equal time, they can next use force to make sure that teachers declare creationism the victor so that evolution will be evicted from the classroom altogether. We will have established ground work, in other words, for legally enforced ignorance and for totalitarian thought control. And what if the creationists win? They might, you know, for there are millions who, faced with a choice between science and their interpretation of the Bible, will choose the Bible and reject science, regardless of the evidence.
Os nossos leitores habituais confirmaram certamente esta última frase de Asimov no nosso espaço de debate, isto é, os criacionistas nacionais que o invadem debitam ad nauseam os mesmos disparates não importa quantas vezes se lhes prove que são disparates. Glenn Morton, um ex-criacionista da terra jovem (YEC), recorreu à sua experiência pessoal para explicar a imunização à razão dos criacionistas. Mas o demónio de Morton não explica completamente a postura autista dos criacionistas.

No Frontal Lobe foi há uns dias referenciado um estudo muito interessante dos cientistas políticos Brendan Nyhan e Jason Reifler. Este estudo, que confirmava outros anteriores sobre dissonância cognitiva e política, indica que é contraproducente tentar confrontar com a verdade pessoas com bias político. Por exemplo, após ouvirem as justificações da administração Bush sobre a existência de armas de destruição massiva no Iraque pré 2003, a percentagem de conservadores que acreditava nas alegações republicanas foi maior (64%) no grupo confrontado com o pormenorizado relatório Duelfer que concluía o contrário que no grupo de controle (34%).

Pessoalmente considero que podemos extrapolar que o mesmo se passa com os criacionistas e zelotas religiosos em geral. Os fundamentalistas religiosos são completamente imunes à razão e à verdade e como os dislates que debitam com regularidade no nosso espaço de debate confirmam, a confrontação com os factos ainda os entrincheira mais no seu mundo de fantasia e mentiras. Por isso, não vale a pena sequer tentar argumentar racionalmente com criacionistas pelo que não vejo nenhuma bondade nestes pseudo-debates. Mas uma vez que aparentemente estão na «moda» em Portugal, acho que podem ser aproveitados como sessões de esclarecimento para o público em geral enfatizando as diferenças entre ciência e fé, explicando o que é o método científico e porque razão a comunidade científica sem excepção considera que os dislates que certamente o criacionista em questão debitou abundantemente só têm lugar na Terra do Nunca.

No entanto, a melhor forma de prevenir este perigoso anacronismo é investir em educação de ciência de forma a que estas patetices não consigam criar raízes nas mentes dos nossos jovens. O desinvestimento em educação científica referido por Sagan preparou o terreno para as investidas criacionistas. Não o façamos também em Portugal: Gould referia na sua contribuição que, há 25 anos, os criacionistas embora vocais eram uma clara minoria nos EUA. Hoje em dia são a maioria da população ...

16 comentários:

:: rui :: disse...

Cara Palmira,
É interessante as suas observações acerca desta questão. Realmente para si pode não valer a pena sequer tentar argumentar, mas para muitas pessoas vale. Para você, é uma questão de religião versus ciência, para outros é uma questão da palavra de Deus versus opinião do homem. Desde há muito tempo que o homem quer ter a sua palavra nas questões últimas da vida, no entanto, muitas vezes tem falhado. Neste blog, você e os seus colaboradores têm apresentado muitas situações onde se vê frustração, descontentamento e desencantamento sobre certas questões que apresentam. Mas, como a maior parte das pessoas fazem, simplesmente apresentam as questões e não entendem porque existem. Ainda há três posts atrás apresentam o exemplo da escola bio-integrativa e que apresentam como caso onde se pratica pseudo-ciência e que seria importante expô-la à verdade. A questão é que estas pessoas que criaram esta escola, crêem na mesma verdade que os que desenvolvem a ciência verdadeira. Ou seja, a sua base é a crença na evolução como pode ver nas suas disciplinas do seu curso. O que as levou a caminharem para um caminho diferente do que vocês fazem, só tem uma resposta: o pecado. Este manifesta-se de muitas formas e torna as questões mais complexas e confusas.

Se não vale a pena discutir as questões com quem acha que debita disparates, então digo-lhe que deve permitir que seja discutido com quem deseje e não tome a posição de querer impedir que isso seja possível. As pessoas devem ser livres de escolher o que crer.

obrigado,
Rui

Unknown disse...

Caro Rui:

Não sei se já reparou mas toda a gente se está nas tintas para os disparates em que o Rui acredita.

Mais, já tem lugar de debate para esses disparates, a igreja onde dá ideia que vai com muita frequência bebê-los. Deixe estar essas patetadas onde elas têm lugar, na sua igreja.

Pode também fazer clubes onde discutam se os evolucionistas são pecadores ou servos do Demo, comemorem os 6000 anos na Terra, discutam se a Lua é feita de queijo suiço ou Gruyere ou se a Terra é plana e está no centro do Universo.

A gente diverte-se com as vossas patetadas desde que não venham querer erradicar o pecado da forma definitiva que estava na moda na altura em que toda a gente acreditava no mesmo em você acredita.

Se lhe custa muito o rídiculo em que cai cada vez que abre a boca para falar de evolução e pecados tem bom remédio: abre a cabecita e aprenda qualquer coisa. Há muitos bons livros por onde começar embora no seu caso acho que é inútil.

Mas não venham com tretas de que essas palhaçadas devem ser ensinadas na escola pública!

Unknown disse...

E tem imensa razão nenhuma coisa: toda a gente tem liberdade de escolher o que crer, sou grande defensora da liberdade de religião.

Como deve saber, tirando Inglaterra que é um caso especial, não há sítio nenhum em que haja liberdade de crença e religião de Estado. As religiões não se dão bem com liberdade de pensamento.

Deixemos a religião onde ela deve estar nas Igrejas. Mitos não são ciência, podem ter piada de analisar nos sítios próprios, antropologia, etc... mas não têm lugar em aulas de ciência.

Pedro disse...

Penso que que este artigo do DN de sábado é uma contribuição importante para a discussão:

http://dn.sapo.pt/2008/09/20/opiniao/o_bosao_higgs_livro_genesis.html

Cumps

Pedro

Unknown disse...

obrigado pela referência,Pedro.

Um artigo muito razoável. Não concordo com algumas coisas, mas prontos, aí entra a liberdade de crer ou não crer. O Anselmo Borges é padre e eu sou ateia, não é de estranhar essa divergência.

Agora, concordo com todas as vírguals do último parágrafo:

Quanto ao Génesis, primeiro livro da Bíblia, que agora seria definitivamente arrumado, é preciso dizer que se trata de um livro religioso e não de ciência: utiliza linguagem mítico-simbólica para falar de Deus criador. Os crentes há muito deveriam saber isso. Quem quiser lê-lo à letra habita ainda o universo do ridículo.

:: rui :: disse...

Rita, é interessante a informação que nos apresentam depois da expressão "Deixar o seu comentário". Sugeria que verificasse o que lá diz.

A questão é realmente querer argumentar e pensar com profundidade e seriedade. Quando tentamos fazer, parece que há dificuldades em obter o mesmo de volta. A língua do homem é inflamada e tanto se inflama que se pode queimar. E quando chega a este ponto, é fácil generalizar as questões e dizer que "toda a gente está-se nas tintas" ou apresentar argumentos absurdos "se a Lua é feita de queijo suiço ou Gruyere" que não têm nada a ver com a discussão. Uma pessoa pode não concordar e pode manifestar-se desse modo, mas os limites é na discórdia do argumento.

A escola pública é um local onde realmente se pode debater estas questões. Numa escola privada, talvez não. Uma pessoa pode ensinar sobre o que acredita numa escola privada. Se se fizer o mesmo numa escola pública, qual é a diferença entre esta e uma privada? Talvez a intenção seja impedir o debate e isso então é cortar com a possibilidade de escolha sobre o que crer. Tenho a impressão que esta prática já foi desenvolvida com graves consequências.

Eu não apresentei nenhum argumento acerca de religião. Não falei acerca de religião. Somente a Palavra de Deus versus a opinião do homem. Se a dificuldade seja saber o que é esta questão, seja humilde o suficiente para tentar perceber. Inflamar a lingua pode não ajudá-la.

Sejamos cordiais e sérios. Ganhamos mais com isso.

obrigado
Rui

Unknown disse...

Caro Rui:

Fazemos um trato: eu sou um modelo de cordialidade quando o Rui apresentar uma vez que seja uma amostra de seriedade :)

Não é sério dizer que é a crença na evolução que dá origem a patetadas pseudo-científicas ou a intrujice pura e dura.

Não é sério dizer que a escola pública deve apresentar como ciência os seus mitos de eleição. E já agora porquê os seus? Porque não se há-de apresentar os mitos da criação gregos, persas, hindus, maias, sei lá quantos mais?

É tão ou mais absurdo discutir numa sala de aula se a Terra tem 6000 anos e restantes patetadas criacionistas como discutir se a Lua é feita de queijo suiço ou Gruyere.

Unknown disse...

E a propósito, hoje descobri uma coisa muito, mas muito interessante. A descrição católica do que é fundamentalismo, tudo com Nihil Obstat e Imprimatur.

Fundamentalism is a relatively new brand of Protestantism started in America that has attracted a tremendous following, including many fallen away Catholics. How did this popular movement originate? The history of Fundamentalism may be viewed as having three main phases. The first lasted a generation, from the 1890s to the Scopes "Monkey Trial" of 1925. In this period, Fundamentalism emerged as a reaction to liberalizing trends in American Protestantism.()

Nevertheless, despite the criticism Fundamentalists sometimes receive, they do undertake the praiseworthy task of adhering to certain key Christian tenets in a society that has all too often forgotten about Christ.

http://www.catholic.com/library/fundamentalism.asp

:: rui :: disse...

Rita, você disse:
"Não é sério dizer que é a crença na evolução que dá origem a patetadas pseudo-científicas ou a intrujice pura e dura."
Eu digo: eu apresentei um argumento baseado num post colocado atrás sobre uma escola em que a pessoa que colocou o post mencionou que esta ensinava pseudo-ciência. Este argumento dizia que as disciplinas no seu curso tinham com base a teoria da evolução. Vá verificar se não acredita.

Você diz:
"Não é sério dizer que a escola pública deve apresentar como ciência os seus mitos de eleição. E já agora porquê os seus? Porque não se há-de apresentar os mitos da criação gregos, persas, hindus, maias, sei lá quantos mais?"
Eu digo: talvez possamos discutir ou debater sobre estas questões na escola pública e verificar se são ou não mitos.

Você diz:
"É tão ou mais absurdo discutir numa sala de aula se a Terra tem 6000 anos e restantes patetadas criacionistas como discutir se a Lua é feita de queijo suiço ou Gruyere."
Eu digo: discutamos as questões e verifiquemos se seguem o raciocínio que você apresenta. Somente dizer que é absurdo é descartar à partida algo, não dando hipótese de verificar a sua vericidade ou não. Talvez esteja a fechar as possibilidades em vez de abri-las.

obrigado
Rui

Unknown disse...

Rui:

Devemos ter a mente aberta mas não tão aberta que nos caiam os miolos. Os seus estão esparramadinhos no chão.

Não se apercebe do rídiculo total do que está a dizer? Não descaratar à partida que a Lua é feita de queijo???????

Que raios há a discutir em relação aos milhares de mitos da criação que existem? Podem ser muitos interessantes numa aula de história, ou compará-los numa aula de antropologia mas... numa aula de ciência?

Vamos discutir o quê? A nucleossíntese versus Abzu e Tiamat, os elementos masculino e feminino das águas?

Que em vez de evoluir lentamente ao longo de milhões de anos o homem nasceu do sangue de Tiamat dilacerado por Marduk, o filho de Ea (a magia) filha do céu criado por Tiamat? que produziu Marduk.

Haja paciência! Concordo a 100% com a Palmira, os criacionistas para além de autistas são completamente imunes à razão e aos factos!

:: rui :: disse...

Em relação ao fundamentalismo, temos que se uma pessoa usa de certos fundamentos para basear as suas opiniões/asserções, esta é fundamentalista. Se esta usa de certos fundamentos hoje e amanhã outros, é fundamentalista nas suas asserções ainda que varie de tempo a tempo. Se esta diz que não tem fundamentos, está a ser fundamentalista ao ponto da sua opinião basear-se nos seus não fundamentos que passam a ser os seus fundamentos. Ou seja, uma pessoa nunca é neutra, quer baseie os seus argumentos em fundamentos num livro, ou na sua experiência, auto-conhecimento, circunstâncias ou tradições. No fundo, só há dois tipos de fundamentalistas, os que fundamentam os seus argumentos na Palavra de Deus, e os que fundamentam os seus argumentos em tudo o resto.

Rui

:: rui :: disse...

E assim fecha-se um debate.
Imponham então o modelo que mais lhes convém. As escolas públicas são públicas só de nome.
A palavra que as pessoas dizem num momento pode não durar mais que 10 minutos a ser mantida. Como queremos confiar no homem? E se não confiamos nele, em quem confiamos? Na máquina? E quem programa a máquina? E quem faz a sua manutenção? Parece que andamos aos círculos...

Desidério Murcho disse...

Toda a discussão pode ser desvirtuada. E é desvirtuada quando se usam padrões de plausibilidade insustentáveis. Rui, você usa um padrão de plausibilidade insustentável. Admite a possibilidade de discutir se a Lua é feita de queijo, mas recusa-se a discutir que o que você pensa que é a palavra de Deus seja realmente a palavra de Deus ou uma mera fantasia altamente implausível inventada por seres humanos, transmitida acriticamente de geração em geração, e sem discussão aberta e frontal. É por isso que a Rita se irRita :-)

:: rui :: disse...

Está a falar de mim ou de você, Desidério?

Desidério Murcho disse...

1. Um fundamentalista não é quem fundamenta as suas ideias, mas antes quem adere sem fundamentos a ideias religiosas radicais, que resultam de interpretações literalistas de escritos sagrados.

2. Confiamos em quem? Nos seres humanos ou na palavra de Deus? Mas a única maneira de confiar em Deus é confiar em alguns homens que dizem que determinadas palavras são realmente de Deus. Portanto, quem não confia em Einstein, que tem as suas ideias cuidadosamente analisadas para ver se podem ser refutadas, não pode confiar em escritos sagrados, que raramente são discutidos com vista a serem refutados.

Haddammann Verão disse...

Passe-nos Sua (consciência) Vida, Entregue-nos (o controle de) seu dinheiro.

Instados a todo momento pela rebeldia social em iminência de transformação, em abandono dum “formato” arcaico, nocivo, os reinadores do Sistema (repetidamente destruidor, como toda a história humana comprova) se viram ante a INUTILIDADE de suas fantasias inventadas, que foram impostas forçosamente até nós (desde que o ser humano depois de instituir-se em polis implantou o vírus da mentira, logo que o método de troca genuinamente mérito-capitalista moldou por comodidade a moeda, o dinheiro), desde que calcaram as mordomias e parasitismo por séculos, com insanas guerras, por gana em submissão psicológica e gana em nosso dinheiro (em nossos méritos).

Quando a claridade campeã da civilidade humana despontou irrompendo vividamente nos anos 80, os parasitas de nossa espécie saíram de suas tocas enrustidas disseminando uma nova cruzada de mentiras, assassinatos, e perseguições, insuflando insanas violências, separando pessoas de seus afetos, e amizades genuínas; disseminando o ódio social, e fazendo-se “importantes” com seus fajutos arremedos plagiados de “pop-stars”.

Os canalhas e seus asseclas postados em cargos usurpados dependurando-se em interesses e favores viscosos como o silvo peguento de suas línguas podres, dissimuladas, e aduladoras tomaram à sorrelfa a Sociedade, e distraíram-nos, disfarçando o Terror que nos impunham com um mêdo inventado por eles mesmos para nos ludibriarem com o volume verminoso do coacervado de “marrentos” e “nojentos” que espalharam por nossas cidades (que misturaram em nossos esportes, enfiaram em nossas escolas, acabaram com nossos clubes, mancharam nossas músicas, amordaçaram nossa imprensa) para nos vigiarem, cercando-nos em uma imensa senzala-mista.

Usaram todos os impensáveis subterfúgios e canais para nos submeter à escravidão social em mega escala, e com o “formato” de “protetores” de famílias fizeram-nos endossar com nossos próprios pés e mãos suas poses de tuteladores de nossas vidas.

Como? Como fizeram isso?!

Pediam-nos a alma (significado conceitual primitivo desse termo: virgem ingenuidade), e viram que já não nos dispúnhamos mais a nos enganar por esse engodo; então, como aventurávamos rumo à nossa liberdade psicológica, impuseram o em(bush)te de vigiadores de nossa segurança, e prenderam, e tomaram não mais apenas nossas “almas” (nossa ingenuidade civil), mas nosso dinheiro na nossa cara, e “formataram” o cárcere mercantil. Tomaram-se de “donos” de nosso viver, de nossas alegrias, de nossa liberdade, de nossos sentimentos, de nossos conceitos, de nossos princípios, destroçaram nossos escrúpulos (com todas as armas que puderam dispor), disseram-nos por fim, sem a mínima cerimônia, deslavadamente, na nossa face lívida e estupefacta: “Entregue-nos sua consciência, passe-nos seu dinheiro”.

Tomaram à força nossa livre mentalidade; e disseram: “É nosso tudo que produzem, é nosso o seu dinheiro, suas competências e seus valores).

Nesse instantezinho se mostra o último estertor da avidez dos canalhas; não se dão conta do verdadeiro poder civil de nossa civilização; que nunca submeteu seu valor a nenhuma sordidez insana de nenhuma confraria, por mais soberba, “tremenda”, “abençoada”, “gamada”, “santificada”, covarde que fosse.

A plena sabedoria pondera ... mais que um Exército, a consonância com a Natureza é suficiente para deflagar o insubmetível brio civil, e irromper sobre tudo isso ... o brio humano está tinindo em defesa da preservação da Vida e da Terra.

É hora do DESENLACE.

Haddammann Veron Sinn-Klyss

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Para compreender – e enfrentar – discursos como o que aqui reproduzimos , da lavra da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Ec...