terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

VALE A PENA LER - EPICURO

Epicuro, "Carta sobre a Felicidade ou A conduta humana para a saúde do espírito", Padrões Culturais Editora, Lisboa, 2008.

O livrinho, numa colecção que já editou "O caso mental português" de Fernando Pessoa e "Da decência e da indecência" de Erasmo de Roterdão, contém um famoso texto do filósofo grego da ilha de Samos (341 a.C.- 270 a. C.). A "Carta..." vem depois de uma nota biográfica sobre Epicuro e de uma Introdução e precede um conjunto de Citações / Pensamentos onde as afirmações epicuristas são contrastadas com as de outros autores. Eis o início da "Carta":

"Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia, principalmente quando se é jovem, nem se cansar de fazê-lo mesmo em idade avançada, porque nunca se é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito.

Quem declara ou assegura que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que esta já passou, é o mesmo que dizer que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz".

3 comentários:

Anónimo disse...

Prof. Carlos Fiolhais

Se pensa dedicar-se à filosofia por favor contrate uma "Rita" (quem diz uma "Rita" diz um "Manel" mas é melhor ser uma senhora pois o pessoal não é tão agressivo) para o defender ou compre um valente taco de baseibol para entrar a escaqueirar tudo na caixa de comentários.

Se já tem tantos inimigos no seu campo profissional, nem quero imaginar o que lhe acontecerá se entra na filosofia...

Rui Baptista disse...

Professor Carlos Fiolhais:

Saúdo-o vivamente por ter entrado no campo da filosofia, onde tantos outros cientistas têm feito incursão com assinalável êxito.

O acto de pensar, "de per se", é um acto filosófico. Infelizmente um ensino "chato", seja-me desculpado o plebeísmo, da Filosofia em estudos do ensino secundário (que a mania da crisma assim o determinou em substituição do antigo ensino liceal e ensino técnico)tenta retirar-lhe com lugares-comuns a sua importância e despojá-la até de uma avaliação escolar séria. Será por estarmosnão em plena época do "simplex"?

Nanja com isto que eu entenda que a Filosofia deva ser uma matéria esotérica só ao alcance de uns tantos iluminados vestidos de túnicas e com longas barbas brancas quase a arrastar pelo chão. Transcrevo o que a respeito escreveu o festejado autor de "O mundo de Sofia, o norueguês Jostein Gaarder, professor de Filosofia: "O ensino da filosofia não precisa de ser complexo, intrincado. Tem a ver com a curiosidade, a mania de fazer perguntas [não será esta mania grande responsável pelo avanço do conhecimento científico?], algo que perdemos na cultura ocidental quando envelhecemos".

Neste blogue, a exemplo de Jostein Gaarder, o Desidério muito tem contribuído para desmistificar a exclusividade em abordar os temas filosóficos em linguagem inacessível que apenas projecte a luz do amor à sabedoria como um feixe de luz centrado numa clientela muito restrita e muito senhora do seu nariz.

Rui Baptista disse...

"Será por estarmos na época do do 'simplex'?". Esta a forma como deve ser lida a minha referência a este fenómeno, onde um arreliador "não" aparece colado a "estarmos".

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