sábado, 21 de julho de 2007

Preservar a Floresta














Inaugurou hoje o Centro Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova, com a presença do Ministro Mariano Gago. A cerimónia contou ainda com a presença de muitas pessoas da região e de parte dos que contribuíram para a construção deste centro: o décimo quarto de uma importante rede, que tem contribuído para a difusão da cultura científica em Portugal.

Os visitantes do Centro Ciência Viva da Floresta podem explorar diversos aspectos da floresta e da nossa relação com ela. Hoje, preocupamo-nos com a floresta por causa dos frequentes incêndios que a assolam, em particular nos países mais secos, como o nosso. Preocupamo-nos porque ela pode constituir uma fonte de conversão de carbono, essencial para contrabalançar o excesso de libertação de CO2 de causa antropogénica. Preocupamo-nos porque as florestas, que são um reservatório de biodiversidade, estão em declínio.

O Centro procura levar o visitante a reflectir sobre a importância da floresta e dos seus produtos, através diversos módulos interactivos. Participar numa viagem de produção de alimento, observar os decompositores do leito de um rio que promovem a reutilização do material orgânico, viajar virtualmente por entre a manta-morta de uma floresta ou penetrar no seu sub-solo, conhecer a recessão das populações de carvalhos ao longo dos últimos séculos, experimentar as propriedades acústicas de várias madeiras, ou o seu atrito, procurar gerir um terreno agrícola e perceber o valor económico da floresta, num jogo multi-utilizador, ou perscrutar o horizonte em busca de possíveis focos de incêndio, com uma câmara instalada no topo do edifício, ou ainda realizar uma simulação de um incêndio sobre uma maqueta do Concelho, para avaliar os efeitos da intensidade do vento e do relevo, são algumas das experiências que esperam os visitantes.

Todas estas experiências foram concebidas, desenvolvidas, ajustadas e produzidas em Portugal. Concebidas e desenvolvidas por cientistas das universidades de Coimbra e de Aveiro – perto de uma dezena de equipas envolvidas. Produzidas por produtores nacionais. Todo o processo teve a coordenação do Instituto Pedro Nunes, de Coimbra.

Esta componente nacional, que não nacionalista, constitui um aspecto que importa sublinhar. Não é, naturalmente, a primeira vez que se desenvolvem módulos interactivos entre nós. Mas, este é mais um exemplo de que temos competências e capacidade para a o fazer com qualidade e cada vez em maior quantidade. Significa também que os nossos cientistas estão mais conscientes da importância de se envolverem em actividades de comunicação de ciência para toda a sociedade.

Uma vez que estive directamente envolvido, sou um avaliador enviesado. Apesar disso, arrisco a minha apreciação, francamente positiva: o centro tem um conjunto muito interessante de experiências que ajudam a perceber e a sentir a importância da floresta. O Centro Ciência Viva da Floresta constitui uma excelente razão para visitar aquela região do interior, bem no centro do país. Será certamente enriquecedora.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nice to see the Portuguese are valuing their forests and associated ecosystems. This is a good thing and hopefully people there would become more aware about how important forests are. Progress, whatever that means, is not building more and more roads and cutting all the trees to build all those horrible concrete and tarmac jungles. The richest countries in the world are those that besides valuing their education also value their forests, like Japan, Switzerland and Norway. In Iceland the initial Norse settlers did a lot of environmental damage because they didn't know the soil in that newly discovered island was so fragile. Now they are trying very hard to reverse that damage.

Looking at a satellite image [1] it is clear that a substantial area just north of Proenca has been devastated by a fire, I would estimate maybe 3 to 5 years ago.

[1] http://rapidfire.sci.gsfc.nasa.gov/subsets/?Europe_3_01/2007194/Europe_3_01.2007194.aqua.250m.jpg

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